17. Doce surpresa

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No dia seguinte, Orlando foi o primeiro a despertar. A primeira visão que teve foi da sua amada ao seu lado. Ele ficou alguns minutos admirando-a e pensando em como era sortudo por ter uma mulher tão linda, forte e corajosa ao seu lado.

Hilda parecia um anjo. Dormia tranquila, virada de bruços com apenas um lençol branco cobrindo as suas nádegas. Seus cabelos loiros jogados para o lado e em seu rosto havia tranquilidade que não tinha há anos.

Orlando ameaçou a levantar da cama, pois queria preparar um café da manhã especial para ela, mas Hilda reclamou com a voz sonolenta e os olhos ainda fechados.

— Fica aqui, amor.

Orlando deu um beijo no topo da cabeça dela.

— Bom dia, dorminhoca.

Hilda ainda com os olhos fechados, deu um tapinha ao seu lado na cama.

— Deita mais um pouquinho, fica aqui comigo. — ela fez um beicinho sabendo que ele a estava observando.

— Impossível negar um pedido da minha dengosinha. — Orlando imediatamente deitou ao seu lado.

Ela abriu os olhos e os dois ficaram deitados um de frente para o outro, apenas se admirando. Orlando gentilmente passou a mão no rosto de Hilda, depois colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha dela e ela sorriu. Segurou a mão dele e a beijou. Eles se aproximaram e ficaram ali curtindo a presença um do outro.

— Não vejo a hora de acordar todos os dias ao seu lado. — Orlando disse em um tom de ansiedade. Não aguentava mais ficar um minuto sequer longe de sua amada e sabia que em breve Amanda retornaria.

— Falta pouco, meu amor. Por falar nisso, queria te fazer uma proposta. — Hilda se sentou na cama e cruzou as pernas. Orlando fez o mesmo.

— Proposta? Que proposta, amor? — Orlando franziu a testa.

Hilda procurava dentro de si coragem para falar, pois em seus pensamentos só ouvia a voz de Tinoco a chamando de vulgar. Hilda balançou a cabeça como quem quer espantar um pensamento e conseguiu.

— Meu amor... é que... — Hilda respirou fundo, estava nervosa. Não sabia qual seria a reação de Orlando. Ela olhou para cima com as duas mãos no rosto e com um sorriso nervoso no rosto. — Ai, meu Deus, como é difícil isso. Não sei como vocês, homens, conseguem.

— O que foi, amor? Estou começando a ficar preocupado.

Hilda estava muito insegura, mas tinha algo dentro dela que a impulsionava a seguir em frente. Ela pensou nisso durante dias.

— Tá ok, vamos lá. — ela foi direta. — Orlando, você e seus filhos querem morar comigo e com a Lígia na nossa casa nova? — Hilda escondeu o rosto com as mãos. — Pronto, falei!

Orlando ficou paralisado diante da proposta de Hilda. Seu coração estava acelerado, era tudo o que mais queria. Ele achou que não aconteceria tão cedo, depois de tudo que aconteceu. Mas ao ver a iniciativa vindo dela, alegrou seu coração, pois ele não queria forçar nada, estava esperando o tempo dela para isso.

— Ei, Orlando! Você está bem? — Hilda ficou preocupada ao vê-lo paralisado na sua frente. Sabia que não era uma boa ideia. Ela se virou para pegar um copo de água para ele na mesa de cabeceira enquanto murmurava baixinho: "eu fiz tudo errado, parabéns dona Hilda".

Ela se voltou para Orlando com o copo de água na mão enquanto o chamava, na tentativa de tirá-lo daquele transe em que estava, quando de repente ele conseguiu falar.

— Meu amor... — ele falava de forma pausada enquanto ela continuava estarrecida com o copo de água na mão olhando para ele — Você me faz o homem mais feliz do mundo. É claro que eu quero! — ele gritou enquanto puxava Hilda para si e a enchia de beijos.

Coragem - Hilda & OrlandoOnde histórias criam vida. Descubra agora