Capítulo trinta e sete

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Carlos

Dias depois

Eu guardo a carteira em meu bolso e procuro a Iara com o olhar. Eu a vejo concentrada no celular e silenciosamente me aproximo, ela digita mensagens para a sua amiga e coço a garganta chamando a sua atenção.

"Está pronta?" pergunto baixo e desço o olhar para a sua barriga com uma pequena elevação.

"Sim" responde e caminha até o meu carro, eu fico em silêncio e Iara também não faz questão de abrir a boca. Mesmo ela tentando me dar o gelo, nada me fará ficar afastado. Se antes a chance era mínima, agora que ela carrega o meu filho em seu ventre, não há conversa sobre...

Chegamos na loja de roupa infantil dentro de poucos minutos e logo eu e a Iara colocamos no carrinho algumas das nossas escolhas.

"Aqui é muito caro" a mulher murmura ao meu lado e a encaro.

"O melhor para o meu filho!"

"Roupas baratas são boas também, Carlos, além do mais, o bebê perde muita roupa devido ao rápido crescimento" dou de ombros e continuo escolhendo o que quero. Iara pega três peças e me pede com o olhar para parar, mas eu sei que darei sempre o melhor para o meu filho.

Ficamos rápidos minutos na loja e dirijo até o shopping, apenas sigo a Iara nas lojas e fico de olho no relógio quando está perto do horário de ela comer.

"Iara, escolha onde quer comer, está no horário" murmuro segurando o seu braço e aspiro o seu cheiro gostoso. Não resisto e passo o nariz suavemente pelo seu cabelo escuro e longo, beijo o seu ombro esquerdo e praguejo mentalmente um palavrão ao sentir uma cotovelada na barriga.

"Se afaste!" diz firme e suspiro a encarando.

"Não se esqueça que eu coloquei o meu filho dentro de você" se Iara pudesse me assassinar com o olhar ela faria isto facilmente.

"Estamos em público, se afaste" diz e anda na minha frente em direção da praça de alimentação.

"Porra!" esbravejo e certifico que os seguranças estão por perto disfarçados.

Iara tem um ponto e nestas alturas alguém nos viu juntos e tudo pode estar ainda mais fodido, caralho!

"Está cansada?" pergunto minutos depois e a Iara assente, então nos guio até um restaurante vazio e nos acomodamos em um dos lugares no fundo. Fazemos os pedidos e analiso a mulher em minha frente, Iara abaixa o olhar envergonhada e toco em seu rosto macio e livre de maquiagem.

"Carlos..."

"Sinto a sua falta" digo olhando em seus olhos e Iara suspira se livrando do meu toque.

"Pare, não comece, por favor" pede se ajeitando no banco e me curvo aspirando melhor o seu cheiro, ignoro as suas palavras me dizendo para ficar longe e passo o nariz pelo seu cabelo limpo e cheiroso, Iara estremece apertando os meus braços e beijo suavemente o seu pescoço com cheirinho de banho recém tomado "Carlos, não... é justo" as suas unhas fincam em meus braços e suspiro me afastando contra a minha vontade.

O meu celular vibra em meu bolso e o pego lendo o nome da Vanessa, suspiro e rejeito a ligação, mas ela insiste e Iara pede licença se levantando. Eu a acompanho com o olhar e a vejo entrar no banheiro.

"Porra!" murmuro baixo e atendo a Vanessa.

"Onde você está?" fico em silêncio e franzo o cenho, desde quando devo alguma explicação para ela? "Eu estou no salão e o meu carro não está funcionando."

"Vanessa, ligue para o seu pai, para o seu avô, tio, para o caralho a quatro, mas não encha a porra do meu saco!" desligo a chamada e jogo o celular na mesa ao lado do da Iara, ele acende algumas vezes e consigo ver que são mensagens do grupo de culinária, mas há também do Peterson? Que porra a Iara está falando com ele, caralho?

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⏰ Última atualização: 6 days ago ⏰

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