Problemas de lobo - Lua Minguante.

Capítulo 21

-Quando eu estava observando você e nossas meninas em Pisa eu sentia que havia algo errado. Era uma sensação de estar sendo seguida, mas eu achava estranho já que eu não conhecia ninguém lá. Tentei descobrir se era coisa da minha cabeça, no final vi que não tinha nada estranho ao meu redor. Mas sim perto de vocês. -Josie começou segurando as mãos da ruiva entre as suas. -Havia um homem, pele clara, cabelos pretos e longos. Ele usava um chapéu estilo cartola sabe? Daqueles antigos. Era algo estranho, bem estranho. Já que esse não é um tipo comum de chapéu para nossa época, mas a princípio não me importei muito, cada um com seu gosto, não é? Mas com o passar do tempo fui percebendo que ele sempre estava no mesmo lugar que vocês. Sempre longe, mas perto o suficiente para observa-las. O mais estranho nele era que seu rosto sempre permanecia baixo, com o chapéu cobrindo-o.

-Você estava nos seguindo? Tão perto assim? Como eu não podia sentir você? -Hope a cortou. Cheia de perguntas.

-Depois de um tempo que eu havia revivido descobri que você estava naquela cidade com nossas filhas, o pânico me tomou de uma maneira que eu precisava aprender algum feitiço que bloqueasse minha presença das pessoas. E assim o fiz, me desculpa, mas eu estava com tanto medo que não pensei direito.

-Realmente. Idiota!

Josie com pesar desviou o olhar da ruiva, mas Hope logo tratou de virar rosto de volta para ela.

-Continue, por favor.

Respirando fundo Josie continuou.

-Comecei a suspeitar dele, então um dia resolvi segui-lo. Foi um pouco antes de você se mudar de Pisa. Todo dia ele ia para o mesmo lugar, uma casa afastada da cidade no meio da floresta. Aquilo era estranho, muito estranho. Pensei em entrar e checar para ver o que havia la dentro, mas dado ao nosso histórico de invadir lugares achei melhor não. Por mais que eu seja forte, não havia você junto para me ajudar caso precisasse.

-É mesmo uma medrosa sem o squad, não é mesmo? -Brincou Hope rindo, Josie emburrou fazendo bico. -Desculpa, continue, Dark medrosa.

Josie emburrou de novo, mas logo passou e ela riu de leve. -Sem vocês as aventuras não têm graça. Então, pouco tempo depois vocês se mudaram, eu fiquei maluca porque não sabia onde vocês tinham ido, mas tinha que descobrir o porquê daquele homem estar seguindo vocês.

-Você descobriu? -Hope perguntou, curiosa.

-Sim. Hope, o que eu descobri naquela casa foi medonho. Mais medonho que aquela casa que os garotos nos levaram a anos atrás.

-O que havia lá?

-Não é o que havia, mas sim o que faziam lá dentro. Era algum tipo de culto, havia várias pessoas em gaiolas, fortemente acorrentadas, lobisomens sendo tratados como verdadeiros animais.

-Como assim? -Perguntou chocada.

-Eles estravam usando seres sobrenaturais como oferendas, havia bruxas, vampiros e vários outros seres que nem eu mesma conheço. Tinham até alguns monstros aprisionados.

-Como eles não conseguiram escapar? Por que estavam fazendo isso?

-A princípio eu consegui despistar alguns dos guardas que tinham por lá, mas tinha alguma coisa por lá que não me permitia usar meus poderes. Não tinha nenhum feitiço que eu pudesse fazer para libertá-los, aquela casa estava fortemente protegida por algo. Eu acabei encontrando uma garota, ela devia ter a nossa idade. Seu nome era Judith, tentei usar a força para abrir a sela que ela estava presa, mas ao encostar minhas mãos se queimaram. Aquilo era prata com verbena pura, nunca sem poderes eu conseguiria quebrar aquilo, nem mesmo sozinha.

-Ela estava acordada? -Hope interrompeu novamente.

-Sim. No pouco tempo em que conseguimos conversar ela me contou que as pessoas que faziam aquilo encontravam os sobrenaturais que não tinham casa nas ruas e ofereciam abrigo e comidas, não pareciam pessoas ruins. Mas depois de algumas semanas eles eram mandados para aquele lugar, e nunca mais saiam.