Sangue Puro:Coração Selvagem (Livro 5)

Capítulo 34

MEGAN LABONAIR

Um sorriso rasgou meu rosto ao ouvir o riso de Zoey quando pisei no orfanato, foi um som reconfortante, como a brisa do sol em uma manhã de frio. A diversidade de cheiros mesclados dentro daquelas paredes era de fato algo surpreendente. Em toda minha vida, nunca tive o conhecimento de nenhuma instituição que abrigava crianças órfãs de diferentes espécies sobrenaturais.

E como esperado, a matilha foi recebida com alegria, as crianças se lançaram nos braços dos rebeldes, enchendo-os de abraços e beijos. Zoey surgiu no meu campo de visão, sorridente, o sorriso no rosto de Zoey ao me avistar fosse ondas de calor reverberando pelo meu peito. A lobinha disparou em minha direção e eu abri meus braços para recebê-la, fui esmagada pela menina, o que arrancou um riso da coyote ao meu lado.

-Você veio me visitar-ela comemorou ao meu ouvido.

-Eu disse que não te deixaria.

Quando coloquei Zoey no chão, a lobinha rapidamente pulou sobre Jason, que a girou no ar, lançando-a para cima algumas vezes.

-Pela Lua! Quer vê-la perfurando o teto com a cabeça, seu desnaturado?-reclamei com o macho.

Jason revirou os olhos, mas colocou Zoey no chão de novo, ela cambaleou, tonta, contudo, o sorriso brilhante não abandonou o rosto dela. Foi quando notei um pequeno machucado na bochecha dela, franzi o cenho.

-O que foi isso?

O brilho nos olhos de Zoey vacilou, ela tentou fugir da minha pergunta.

-Você veio passar o dia comigo?

Cruzei os braços.

-Quem te machucou?

Zoey fitou os próprios pés, visivelmente constrangida. Avistei um grupo de garotos cochichando entre si debaixo das escadas, lançando olhares e risadinhas em nossa direção.

-Eu tropecei e caí no jardim.

Cerrei os dentes.

-Você caiu ou te empurraram?

Jason endureceu, finalmente entendendo o que estava acontecendo. Me ajoelhei diante de Zoey e segurei o rosto da garotinha com suavidade, lhe oferecendo um sorriso reconfortante.

-Não precisa ter medo de me contar a verdade, você pode confiar em mim.

Os olhos de Zoey encheram de lágrimas.

-Você promete?

Enxuguei com delicadeza uma lágrima que rolou pelo rosto dela.

-Eu vou cuidar de você, Zoey, sempre.

Ela fungou, e envolveu meu pescoço com os braços finos, sussurrando em meu ouvido.

-Eles não gostam de mim, dizem que eu sou uma aberração e às vezes me empurram, eu acabei perdendo o equilíbrio e caindo em umas pedras no jardim.

Fuzilei o grupo de órfãos, que rapidamente fugiram para fora do orfanato. Encontrei o olhar enfurecido de Jason sobre eles e pelo laço de companheirismo, sussurrei para o híbrido.

Se essas pestes tocarem em Zoey novamente, eu juro que vou enviá-los para o outro lado do mundo.

Jason acenou.

Cuidarei disso, ninguém machucará Zoey de novo.

Jason não disse uma palavra ao desaparecer nos corredores do orfanato. Abri um sorriso para Zoey.

-O que acha de caminharmos pelo jardim? Vocês cultivam belas flores.

Zoey concordou, agarrando minha mão ao me guiar para o exterior da propriedade, em direção aos jardins coloridos do orfanato. A lobinha insistiu para que eu a empurrasse no balanço, ela cantarolava uma canção de ninar antiga, balançando as pernas curtas.