Sangue Puro:Coração Selvagem (Livro 5)

Capítulo 35

MEGAN LABONAIR

O olhar de Jaime sobre mim permanecia indecifrável, havia um turbilhão de emoções e sentimentos travando uma batalha árdua nos olhos do macho.

-Sinto sua falta, Megan.

Lambi meus lábios.

-Acho que você não veio até aqui para falar isso.

-Você me abandonou.

-Sabe que não tive outra opção. Eu teria destruído você com minha escuridão.

Ele soltou um riso frio.

-Mas não tem medo de ferir Jason?

-Ele está tão destruído como eu, não há como quebrar algo que está em pedaços fragmentados.

Jaime inclinou o corpo, sacudindo a cabeça em negação.

-Por isso você se encontrou nele.

Mordi o lábio inferior, tensa.

-Qual é sua relação com o clã de vampiros?-mudei de assunto rapidamente.

Jaime apoiou uma perna sobre a outra ao chegar a conclusão que eu não continuaria aquele assunto. Ele não conseguiria mais respostas de mim.

-Eu não sei muita coisa sobre minha família biológica, fui abandonado nas ruas muito jovem, você sabe disso.

-Então essa parte da sua história não era uma mentira, afinal.

-Eu não menti para você.

-E isso devia me surpreender?

-Você me conhece há anos.

-Só esqueceu de me contar o fato de ser aliados dos vampiros, nossos inimigos mortais.

Jaime bufou ao revirar os olhos.

-Por quanto tempo continuaremos mantendo essa rixa antiga criada por nossos antepassados? Pela Lua! Os sangues das espécies foram mesclados, você é uma loba nascida com magia predestinada a um híbrido imortal. Não percebe que a pureza não se limita a sangue?

Arqueei uma sobrancelha em descrença.

-Como conheceu Dave?

-Como eu dizia, fui abandonada por meus genitores nas ruas de Nova York. Os lobos me rejeitaram, minha própria raça me virou as costas até o clã de Dave me encontrar quase morrendo em um beco escuro e frio. Eu não sei o que os levou a me acolherem, mas foi o que aconteceu. Eu era um lobo sem nome vivendo no centro de um clã de vampiros. Eles me deram abrigo, comigo, uma nova identidade, um recomeço longe das ruas. Dave foi o primeiro a me estender a mão, ele me criou como um irmão que eu nunca tive.

Eu fui incapaz de esconder a surpresa que tomou meu rosto. Tudo que eu ouvia de fato era surpreendente.

-Isso parece uma história difícil de acreditar.

Jaime ergueu os ombros, demonstrando indiferença a minha incredulidade.

-Você tem o poder de saber se estou mentindo ou não, Megan, eu não tenho razão para inventar tudo isso. Tire suas próprias conclusões.

Analisei a feição do macho, escutando as calmas batidas do seu coração. Não havia indício de falsidade ou mentira nos olhos dele, eu o conhecia o suficiente para detectar qualquer mentira, apesar de Jaime nunca ter tido a ousadia de mentir tão descaradamente. Afinal, eu conhecia aquele lobo há tantos anos, ele esteve ao meu lado em grande parte da minha vida, nos meus melhores e piores momentos.

-Eu não sou seu inimigo, Meg.

-Eu sei que não-admiti num suspiro.

Os olhos do macho brilharam diante das minhas palavras. Eu continuei: