Draco voou preguiçosamente sobre o campo de quadribol que escurecia. Abaixo, um balaço certeiro tinha acabado de fazer contato com o nariz de seu goleiro, o ruído resultante audível até mesmo para Draco de sua posição acima dos outros jogadores. Os gemidos de seus companheiros chegaram até ele quando o artilheiro do time adversário marcou novamente.
- Ei! MALFOY! - Nott gritou de baixo.
Draco sentou-se casualmente em sua vassoura, entrelaçando os dedos atrás da cabeça.
- Sim? - ele gritou de volta.
- Estou feliz que você esteja nos FODENDO... tanto - Nott se esquivou por pouco do balaço enquanto ele procurava sua próxima vítima, depois o lançou cambaleando pelo campo com um golpe poderoso de seu bastão. - ... nessa noite relaxante! - ele terminou. - Sinta-se à vontade para entrar no jogo quando quiser!
Ele estava tendo uma noite relaxante. Quadribol costumava ser tudo menos isso. Quando ingressou no time de Nott, ele era o único alvo de ataques de ambos os lados do campo. Nott havia prometido que sua própria equipe o aceitaria assim que vissem o quão bom ele era, e eles acabaram aceitando. Ele até fez amigos.
Os outros times de sua liga eram outra história. Depois que se soube que Draco Malfoy estava jogando, foi como se todos os membros do mundo bruxo que possuíam uma vassoura vissem isso como uma oportunidade de atirar um balaço no rosto de um comensal da morte.
Quatro narizes quebrados depois, ele ficou muito, muito bom em evitá-los.
Ultimamente, porém, as coisas parecem estar se acalmando. Os balaços encontraram alvos mais apropriados na maioria das vezes. Não era tão divertido quanto vencer realizando manobras evasivas inspiradoras, mas era mais relaxante, certamente.
Draco olhou para o apanhador do outro time, um lojista idoso de Mitcham. A cinquenta metros de distância, Draco podia ver o homem segurando sua vassoura com os nós dos dedos brancos enquanto olhava ansiosamente para a escuridão da noite. Ele classificou a chance do outro apanhador de pegar o pomo em algum lugar abaixo de 'péssima'.
Outra maldição vinda de baixo o trouxe de volta ao presente.
- É mais emocionante assim, Nott! Pense em todos os exercícios que você está fazendo!
Katya Brooks, uma artilheira que recentemente se formou em Hogwarts e agora trabalhava no departamento de registros do Ministério, parou a vassoura entre eles. Suas tranças escuras chicotearam seu rosto quando ela se virou para Draco.
- Malfoy, eu estou te implorando. Faça isso acabar - o sangue escorria de um corte no queixo.
- Olhe a cara dela, Malfoy! Devemos proteger os jovens! - Nott gritou. - Eu sei que você já o viu!
Draco tinha, é claro, visto o pomo. Ele passou os últimos dez minutos disparando insultuosamente ao redor da cabeça do apanhador adversário, permanecendo um pouco além da visão periférica do homem. Draco estava esperando para ver quando ele finalmente notaria.
- Ceeerto - ele arrastou a palavra, sorrindo magnanimamente para os dois. - Eu vou salvar o dia.
Katya e Nott lançaram uma saraivada de insultos pitorescos em suas costas enquanto ele se afastava.
O apanhador se virou para encará-lo no ar, o branco de seus olhos ficando maiores enquanto Draco se aproximava a toda velocidade. Draco olhou para ele e se inclinou sobre sua vassoura, incitando-a a andar mais rápido. Ele podia ver a percepção em pânico do homem de que Draco não iria parar ou desviar. Quando restavam menos de dois metros entre eles, o homem mergulhou para a esquerda com um grito, evitando por pouco uma colisão.
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Coisas Sem Remédio - TRADUÇÃO
Fanfiction- Você se lembra quando eu disse ao ministro que o vira-tempo não é uma arma? - Sim. - Eu estava errada. É uma arma. Nas mãos erradas, poderia... poderia destruir tudo. Já se passaram doze anos desde o fim da guerra. Dez anos desde que Draco Malfoy...