Capítulo 10

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A primeira coisa que Draco notou quando recuperou a consciência foi que não estava mais com frio. O calor o envolvia e ele se esticou, deleitando-se com ele. Lentamente, ele percebeu que a fonte do calor parecia estar localizada em seu peito. Algo quente e pesado estava ali, pressionando-o.

Ele abriu os olhos e sua visão se encheu de pelo laranja. Bichento estava enrolado sobre o peito, piscando para ele ameaçadoramente. Quando Draco tentou espantar o gato, ele estendeu uma única pata e colocou-a ao lado da jugular de Draco, as garras semi-estendidas em uma clara ameaça. Draco ficou imóvel, aceitando a derrota.

- Bichento! Saia de cima dele - Granger estava na porta do quarto, vestida com calças confortáveis ​​e um suéter grosso. Espere, quarto? Este era o quarto dela? Os fatos se encaixaram lentamente na mente de Draco. Ele olhou para baixo e ficou chocado e mais do que um pouco horrorizado ao descobrir que a superfície macia e confortável em que estava deitado era, na verdade, a cama de Granger.

Ele se levantou, fazendo Bichento fugir com um silvo raivoso. Os lençóis lilases claros caíram até sua cintura e ele percebeu com horror que não estava usando nenhuma roupa. Ele levantou o lençol para verificar e ficou aliviado ao descobrir que ainda estava de cueca, pelo menos.

Ele olhou para Granger, que estava vermelha como uma beterraba.

- O que aconteceu? - ele gerenciou.

- Suas roupas estavam congeladas. Não consegui secá-las completamente e você estava com tanto frio que precisei tirá-las rapidamente. Elas podem estar secas agora, vou só verificar... - ela começou a sair.

- Não, quero dizer, o que aconteceu? Quanto tempo fiquei fora? Acho que apenas sentei para descansar por um minuto... - ele parou quando finalmente lhe ocorreu o quão estúpida aquela ideia tinha sido.

- O que aconteceu é que você quase morreu congelado na minha porta. Você dormiu por cerca de três horas. É início da tarde - ela olhou para ele com uma suavidade que ele raramente via, e ele percebeu com uma pontada que ela realmente estava preocupada com ele.

Ele se lembrou da tensa comunicação deles durante o último mês, e como ele meio que esperava que ela o amaldiçoasse na próxima vez que estivessem a sós. Isto era muito melhor.

Ela se aventurou mais no quarto, e um constrangimento repentino fez Draco puxar o lençol ainda mais para cobrir a cicatriz em seu peito. Inútil, ele sabia, já que ela já tinha visto tudo.

Tudo.

Ele olhou para o antebraço esquerdo. Quase desbotada, mas ainda visível contra o branco puro de sua pele pálida, estava o contorno borrado de uma cobra negra. Pareceu-lhe profundamente errado que uma coisa tão feia estivesse na casa de Granger, na cama dela. Ele virou o braço para escondê-la.

Ela fingiu não notar e apontou para a mesa de cabeceira. Uma barra de chocolate e uma pequena garrafa de Poção de Revigoramento estavam sobre uma pequena pilha de livros.

- Coma isso.

Draco assentiu, pegando o chocolate. Ele quebrou um pequeno pedaço e colocou na boca. O calor inundou suas veias, banindo o que restava do medo arrepiante que ele carregava consigo de Azkaban. Ele não percebeu que ainda sentia isso até que desapareceu.

- Obrigado. Os dementadores...

Suas sobrancelhas se ergueram.

- Que dementadores?

- Fui para Azkaban esta manhã.

Ela ficou boquiaberta para ele.

- Por quê?

Coisas Sem Remédio - TRADUÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora