Capítulo 21

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A geada do início de fevereiro deu lugar à chuva fria e à terra lamacenta à medida que as semanas passavam, sem muito a mostrar.

Uma lista dos antigos informantes criminosos de Draco estava pendurada na parede da tenda compartilhada, ao lado da linha do tempo de Granger. Ambos passaram uma quantidade excessiva de tempo olhando desesperadamente para os dois pedaços de pergaminho.

Quando Draco propôs seu plano, 'encontrar um contrabandista que concordasse em rastrear cabelo de Veela e sangue de Re'em por um preço', Granger pareceu quase entusiasmada com o plano. Certamente alguém, no vasto submundo criminoso do mundo bruxo, poderia conseguir as duas coisas de que precisavam.

Mas o progresso foi torturantemente lento. Eles passaram de um bar decadente para um círculo de apostas em becos, com apenas as mais escassas pistas para mostrar. Suas perguntas eram suspeitas, metade dos nomes na lista de Draco atraíam olhares vazios das bruxas e bruxos que eles perguntavam. A outra metade resultou em sobrancelhas levantadas, e, mais de uma vez, ameaças de danos físicos.

Os tempos eram estranhos, e ninguém queria falar com dois estranhos. Uma vez, por desespero, Granger tentou explicar precisamente o que eles estavam procurando para um dono de taverna descontente.

- E o que você estaria fazendo com algo assim? - ele perguntou.

- Nós podemos pagar - Draco interrompeu.

- Não quero fazer parte do que quer que você esteja fazendo. Não há Veelas por aqui.

- Não estamos procurando Veela, estamos tentando encontrar...

Ele os interrompeu.

- Não sei se vocês são comensais da morte ou estão apenas fugindo deles, mas está claro que vocês não pertencem a este lugar - ele saiu de trás do bar, brandindo sua varinha como uma espada. - É melhor vocês irem embora.

A varinha de Draco também estava desembainhada, mas Granger aparatou os dois de volta para a floresta antes que qualquer um dos homens pudesse agir.

- Temos menos de um mês restante - ela disse a ele, quando estavam novamente de pé na terra molhada do lado de fora de sua tenda, disfarces transfigurados desaparecidos. - Se não tivermos tudo até o dia vinte e cinco, talvez vinte e seis de março...

- Eu sei.

- ... teremos que esperar pela próxima lua nova. Isso é um mês inteiro a mais - ela terminou, soando derrotada.

- Eu sei - ele disse novamente. - Não é a pior coisa. A guerra já terá acabado até lá...

- Mas ainda estaremos escondidos! Eu só... eu quero ir para casa. Quero dormir em uma cama de verdade e comer algo que não seja de lata. Sinto falta de Bichento... - sua voz falhou e ela riu um pouco de si mesma. - Estou sendo ridícula, é só...

- Você não está - a chuva tinha começado de novo e ele a conduziu para dentro da tenda, seguindo logo atrás. - Eu também sinto falta da minha coruja.

Ela bufou, embora soasse um pouco como um soluço.

- O que você acha que vai fazer primeiro quando voltarmos? - ele perguntou para distraí-la.

Ela se acomodou ao lado dele. A tenda era pequena demais para ficar de pé, e de qualquer forma, eles tinham mais ou menos desistido de tentar manter distância entre eles na pilha de cobertores e travesseiros. Mais de uma vez, ele acordou com o cabelo dela no rosto.

- Visitar Gina, eu acho. Ela e Harry provavelmente estão cuidando de Bichento enquanto eu estive fora, e ela estará, meu Deus, com quase sete meses de gravidez. Se voltarmos em abril, claro. Sinto falta dela - ela se virou para olhar para ele. – E você?

Coisas Sem Remédio - TRADUÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora