- Só não entendo por que aquele espelho valeria todo esse trabalho.
Granger andava em círculos incessantes pela sala de Narcisa. Draco podia ver a preocupação de sua mãe sobre o efeito cumulativo que Granger estava causando no tapete, mas ela era educada demais para dizer qualquer coisa.
- É muito valioso - Narcisa disse um tanto rigidamente. - Está na família Malfoy há gerações.
Granger se virou.
- Oh! Não quero dizer que a maldição é certamente muito impressionante. Mas existem milhares de objetos amaldiçoados espalhados pelo presente. Por que alguém se arriscaria a voltar no tempo para roubar aquele?
A maldição no espelho parecia bastante banal. Narcisa explicou que qualquer pessoa que olhasse para ele seria incapaz de desviar o olhar. Eles definhavam lentamente, olhando para seu reflexo até morrerem. No que diz respeito aos objetos das trevas, era quase chato.
- Talvez eles pensem que têm direito a isso? Draco, deve haver registros de sua origem na biblioteca Malfoy... você sabe onde eles estão?
Ele balançou sua cabeça. Não era algo que ele teria guardado. Granger voltou a andar.
Draco estava preso em uma questão diferente.
- Ainda não gosto de como foi deixado lá para nós encontrarmos. Você pensaria que eles teriam protegido a igreja, pelo menos.
- Talvez eles estivessem apenas confiantes demais? - Granger não parecia acreditar nisso.
- Há outra coisa que não entendo. Achei que você disse que as mudanças no passado se refletiam no presente. Como minha mãe pode se lembrar de tê-lo visto destruído se foi removido do passado antes que isso acontecesse?
Granger esfregou a testa, exalando lentamente.
- Ummm... o Paradoxo da Predestinação, possivelmente?
- Tente lembrar que nem todos somos gênios, Granger - pelo canto do olho, ele viu sua mãe lhe lançar um olhar frio.
- É uma teoria... basicamente significa que você não pode mudar o passado. Não importa quantas vezes você volte e mude as coisas, todas essas mudanças já aconteceram para nós no futuro. Então, da nossa perspectiva, nada muda. Talvez o fato de ela ainda se lembrar signifique que eu volte no tempo e substitua-o para que possa ser destruído.
Ela pensou nisso por mais um momento e então balançou a cabeça.
- Mas as pessoas conseguiram mudar o passado com os antigos Vira-Tempos. Houve algumas consequências absolutamente horríveis também. Árvores genealógicas inteiras desapareceram.
Ela afundou em uma cadeira.
- O que sei é que as mudanças podem ter reações em cascata, como um efeito bola de neve. Tenho que restaurar as coisas como eram, tanto quanto possível. Caso contrário, poderia criar todos os tipos de problemas. Precisa ser devolvido treze anos atrás.
A coluna de Draco ficou rígida.
- Granger, - ele disse cuidadosamente. - você não está realmente pensando em usar o Vira-Tempo para substituir o espelho, está? Por favor, me diga que você entende o quão insano isso parece.
Ela não encontrou seus olhos.
- Acho que preciso. Não consigo ver outra maneira...
- Não - Narcisa falou primeiro, surpreendendo Draco. - Vamos destruí-lo agora, e o ladrão não poderá usá-lo para qualquer propósito pretendido.
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Coisas Sem Remédio - TRADUÇÃO
Fanfiction- Você se lembra quando eu disse ao ministro que o vira-tempo não é uma arma? - Sim. - Eu estava errada. É uma arma. Nas mãos erradas, poderia... poderia destruir tudo. Já se passaram doze anos desde o fim da guerra. Dez anos desde que Draco Malfoy...