Capítulo: 10

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Lian: Eii, era só brincadeira. - Ele coloca a mão em meu queixo delicadamente e vira meu rosto em sua direção.

Lian: Você tá chorando, anjinha? -Sua voz fica mais preocupada e seus olhos também.

Aylla: Me deixa, Lian. - Minha voz sai baixa pelo choro.

Lian: Foi mal, eu não fiz por querer. - Ele parece sem graça, arrependido e sem saber o que fazer.

Aylla: Você pode até achar que é drama, mas podia ter me chamado de tudo, menos de demônio.
Sabe que esta foi a criatura mais impetuosa que já existiu, sabe que foi um milagre eles serem extintos na última guerra.

Lian: Eu sei, mas já me desculpei - Ele me olha preocupado, parece realmente arrependido.

Aylla: Tá bom Lian, só me deixa em paz. - Me viro de costas para ele tentando ficar quieta.

Lian: Aylla... - Quando olho em sua direção ele junta nossos lábios e puxa meu corpo em sua direção, seus braços rodeiam minha cintura e nossas línguas dançam juntas como se já se conhecessem.

Foi uma sensação tão estranha, meu estômago estava gelado, meu coração batia rápido e podia escutar o dele batendo na mesma intensidade do meu.

Mesmo não querendo, eu o empurro assim que escuto um barulho ao nosso lado.

Lunna: Foi mal atrapalhar, mas tem alguma coisa perseguindo a gente. - Diz ofegante.

Lian me olha sem entender e escutamos um barulho que parecia estar vindo em nossa direção.

Dann: Gente, é melhor corrermos.

Sem que eu pudesse ter uma reação Lian me puxa pela mão e começamos a correr, Dann faz o mesmo com Lunna e corremos todos juntos, mas a coisa continua nos perseguindo.

Corro tanto que minhas pernas falham e eu caio com tudo no chão, Lian solta minha mão e se abaixa ao meu lado, colocando a mão sobre minha perna.

Lian: Ei ei calma, tá tudo bem? Se machucou? - Diz preocupado.

Aylla: Não, tá tudo bem. - Olho para ver se me machuquei, mas estava bem.

Lian: Que bom, agora precisamos voltar a correr, consegue levantar?

Ele segura minha mão com cuidado e eu me levanto observando Lunna e Dann bem mais a nossa frente correndo, provavelmente nem perceberam que caí.

Escutamos a coisa se aproximar e Lian me puxa para trás de um tronco de árvore caído no chão, nos abaixamos e observamos um grande "monstro" na escuridão, ele olha para todos os lados e quando não nos encontra, resolva voltar para a direção que veio.

Estava muito escuro para ver seu rosto, mas sua silhueta era bem grande e forte, até parecia possuir chifres.

Percebo que Lian ainda segura minha mão, eu o encaro e não demora muito para ele me olhar.

Lian: Tem certeza que está bem? - Ele ainda parecia preocupado.

Aylla: Tenho, fica tranquilo.
Obrigada por me salvar Lian, de verdade... - Encaro seus lindos olhos.

Lian: Pode me agradecer de outro jeito, se quiser. - Ele dá um pequeno sorriso.

Ele passa seu olhar pelo meu rosto e logo encara meus lábios.

Sem esperar muito, o anjo me beija novamente, e aquela sensação volta ao meu corpo, parece que estou em outro mundo, um mundo que só tem eu e ele.

Mas logo vem um sentimento ruim, como se eu estivesse traindo meu pai, traindo meu Reino, e apesar de algo dentro de mim querer continuar o beijo, minha consciência fala mais alto, fazendo eu me afastar de Lian.

Aylla: Desculpa Lian.... Mas isso não está certo. - Digo meio triste.

Ele me olha confuso e eu apenas me levanto e sigo em frente.
Vejo ele fazer o mesmo.

Não devemos ficar próximos, se meu pai é inimigo do pai dele, também devemos ser.

***
Todo o caminho foi silêncioso, nenhum de nós falamos nada, depois de um tempo andando, tudo começou a ficar branco, voltamos para mais um lugar onde tudo é branco, assim que damos mais alguns passos, vemos nosso casal fofo com cara de preocupação.

Lunna: ONDE VOCÊS ESTAVAM? FICAMOS PREOCUPADOS! - Vem em minha direção gritando.

Aylla: Tivemos que despistar aquela coisa. - Minto.

Lunna: Ata....vamos continuar andando. - Ela parece perceber nosso clima ruim, mas apenas ignora.

A gente não acaba de andar nunca? Tudo que eu queria era estar deitada lendo um livro ou sei lá, fazendo outra coisa.

Será que vamos chegar em algum lugar andando tanto assim?

Meus pensamentos são interrompidos por uma coisa no meio daquele branco todo, nos aproximamos e vimos um....poço?

Lunna: O que é isso? - Pergunta confusa.

Lian: Não sei, um poço talvez. - Diz parecendo o óbvio e com um olhar mais frio que o normal.

Dann: É um poço sim, ele dá para a terra.

Algo dentro daquela profundeza me chama atenção, algo dentro de mim pede para eu ir até lá, mas por qual motivo?

Lunna: Ah, sendo assim vamos continuar andando. - Dá de ombros.

Eles dão alguns passos mas eu não consigo me mexer, minhas mãos continuam apoiadas no tal poço e minha atenção ainda está nele.

Lian: Aylla? Você não vem? - Chama a minha atenção.

Logo todos estão em minha volta de novo, mas a vontade de ir até a terra continua em mim, parece que...
Algo precisa de mim lá....

O anjo da morte segura em meu braço e olha no fundo dos meus olhos.

Lian: Você tá bem? - Pergunta confuso e faz eu sair dos meus pensamentos.

Aylla: Eu... Não sei... Tem algo me chamando lá embaixo.... - A confusão ainda estava presente em minha mente.

Lian: Na terra? Por quê? - A confusão também parecia estar presente em sua mente.

Tiro sua mão do meu braço e observo meus amigos.

Aylla: Gente, me desculpa, mas eu preciso ir... Algo grita por mim lá embaixo, mas não venham comigo, continuem andando. - Sem pensar muito me jogo na escuridão, ouço gritos de desespero e sinto um frio gelado me abraçar, mas não consigo ficar acordada, então apenas deixo meu corpo cair na profundeza.

Estava bom demais para ser verdade, né?

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Estava bom demais para ser verdade, né?

Concordam ou discordam de Aylla em relação ao Lian?

Curiosidade: Quando Lian viu aquela figura perseguindo eles, no mesmo momento o nosso protagonista lembrou dos demônios e as histórias que sua mãe gostava de contar sobre eles.

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- 𝐎 𝐀𝐦𝐨𝐫 𝐝𝐨𝐬 𝐀𝐧𝐣𝐨𝐬 -Onde histórias criam vida. Descubra agora