Capítulo: 23

58 11 5
                                    

Narrativa: Aylla

Meus olhos doem de tanto chorar, eu não sei quanto tempo estou aqui, se passaram 20 minutos?
1 hora?

Eu realmente não sei... Mas independente disso, o meu coração dói do mesmo jeito.

Ainda estou deitada no chão, não tenho coragem de abrir os olhos, e também não tenho forças para levantar e sair daqui.

A festa lá dentro ainda está acontecendo, ainda ouço todos falando e conversando felizes...

Sinto alguém sentar do meu lado mas ignoro, não quero ver ninguém e nem conversar.

A pessoa acaricia meu cabelo cuidadosamente, tentando me consolar talvez.

- Aylla, querida, você está bem? - A voz masculina fala um pouco baixo e não consigo acreditar...

Me levanto rapidamente secando minhas lágrimas e olho assustada para o homem ao meu lado.

Aylla: Senhor Morte, eu estava apenas... - Digo tentando arrumar uma desculpa. Mas ele apenas sorri ainda acariciando meu cabelo.

Sr. Morte: Você pode esconder do seu pai, mas não de mim. Eu sei sobre o namoro de vocês. - Ele diz ainda sorrindo.

Aylla: Ele te contou?
Foi o senhor que mandou ele terminar comigo? -
Digo desesperada, esse era o único motivo para ele terminar comigo.

Sr. Morte: Não querida, eu nunca faria isso.
E não foi ele que me contou.
Estava nítido Aylla, as trocas de olhares, os sorrisos bobos, o jeito que ele ficou depois do assunto do namoro, o jeito que você ficou desesperada depois que ele saiu, e principalmente, a aliança no dedo dele há dias atrás era a mesma que a sua, só mudava a cor. - Ele ri da minha cara de desespero.

Aylla: Fomos burros de mais para esconder... - Abaixo a cabeça pensando que estávamos felizes a horas atrás.

Sr. Morte: Não Aylla, foram apaixonados demais para esconder. - Ele abre um sorriso ainda maior.

Apaixonados... Essa palavra faz doer mais ainda, tudo dizia que era amor, e era, mas apenas da minha parte.

Então isso é amor? Dias felizes, românticos, sorrisos e momentos maravilhosos e no final... Dor, lágrimas e um coração partido?

É como meu pai sempre dizia: "A vida não é um conto de fadas Aylla, não é como os livros de romance que você ama ler".

Espera... Meu pai!

Aylla: Acha que meu pai sabe?
Você vai contar para ele? - O desespero estava presente na minha voz de novo, e continuaria assim, eu estava verdadeiramente desesperada.

Sr. Morte: Não querida, ele é tapado demais para perceber essas coisas.
E mesmo assim, eu nunca contaria.
Aylla, o meu filho voltou para casa completamente diferente, ele estava feliz, só falava da tal namorada, meu filho não é mais um anjo incompleto e com falta de amor... Você mudou ele, o fez feliz.
E por isso, eu apoio muito o namoro de vocês. - A sinceridade estava evidente em seus olhos.

Aylla: Se eu o faço feliz, cadê ele agora? Por qual motivo terminou comigo? - Sinto um bolo na minha garganta, eu queria chorar de novo.

Sr. Morte: Aylla, você já deve ter percebido que Lian tem crises de ansiedade e de raiva, ele desenvolveu isso após a mãe morrer. - Lembro da vez que ele brigou comigo por não ter acreditado que Dylan era um demônio.

Sr. Morte: Ele sempre se achou insuficiente, achou que tinha sido insuficiente para a mãe dele, e para mim também, que ao invés de tentar fazer ele feliz, fiquei focado na minha dor pela perda da minha minha mulher. - Ele contêm o choro enquanto eu limpava as lágrimas que teimavam a cair. - Lian cresceu com um relógio na cabeça, que quando toca, faz ele pensar que é insuficiente e que deve se afastar. - Ele olha para mim.

Sr. Morte: Deve ter sido isso que afastou ele de você, mas mesmo assim Aylla.
Lian já está grande, eu errei e a mãe dele morreu, mas você está aqui. E ele precisa cuidar do que ama como um adulto. Ele ter problemas de infância não dá o direito de te tratar mal ou explodir com você.

Aylla: Eu fico imensamente grata por me apoiar e por fazer eu entender melhor o que está acontecendo com o Lian. Mas eu já sofri muito, não só com ele mas também com o meu pai que nunca me deu amor direito, com a morte da minha mãe e com minhas próprias lutas internas.
Não sei se estou disposta a reatar o namoro com ele, pelo menos não agora. - Sou sincera. - E por mais que esteja doendo muito agora, eu não posso me machucar mais, preciso de um tempo.

Sr. Morte: Você é igualzinha a ela, agora entendo o motivo do meu filho ter se apaixonado, o seu jeito é igual ao da mãe dele. - Ele sorri - Você será uma grande rainha Aylla.

Aylla: Seu filho também, Elijah. - Sorrio lembrando dele falando sobre os demônios hoje cedo.

Sr. Morte: Não, ele não será um bom rei enquanto estiver agindo como um moleque. Mas prometo que irei conversar com ele.

Aylla: Não precisa se preocupar. - Sorrio fraco.

Sr. Morte: Não querida, eu falarei com ele... E sabe, convidei seu pai e você para irem para o meu castelo amanhã, assim ele pode ver onde os anjos ficarão e você pode conversar com Lian, mesmo que não voltem, é bom pelo menos conversarem. - Ele abre um sorriso idêntico ao do seu filho.

Aylla: Muito obrigado Elijah, não sei como agradecer pelo seu carinho comigo. - Abro um sorriso sincero.

Sr. Morte: Não precisa agradecer minha flor, vou falar com o seu pai que você estava cansada e foi se deitar. Descanse.
Boa noite e até amanhã! - Ele se levanta ainda sorrindo.

Aylla: Agradeço, boa noite e até amanhã, Senhor Morte. - Me levanto e vou em direção a porta dos fundos pensando em ir direto dormir.
Esse dia tem que acabar.

Quem aí se identificou com Lian?

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Quem aí se identificou com Lian?

Dariam uma nova chance se fosse com vocês?

Curiosidade: Apesar do pai de Aylla ser temperamental e as vezes a tratar com carinho.
A anja nunca havia sentido o verdadeiro amor paterno.
Mas Elijah fez isso mudar, mesmo sendo seu "sogro" ele a tratou com tanta preocupação e amor, que Aylla se sentiu finalmente, tendo um pai de verdade.

Ao terminar a festa e chegar em casa, Elijah foi procurar Lian.
E logo o encontrou chorando em seu quarto, o rei conversou com ele e deu algumas lições de moral.
O príncipe continuou dizendo que era isso que queria, mas as tantas lágrimas que desciam de seu rosto, entregavam que era tudo uma grande mentira.

Não se esqueçam de comentar e votar!⭐

- 𝐎 𝐀𝐦𝐨𝐫 𝐝𝐨𝐬 𝐀𝐧𝐣𝐨𝐬 -Onde histórias criam vida. Descubra agora