Capítulo: 12

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Narrativa: Aylla

Abro meus olhos lentamente e encaro um teto branco, mas logo um par de olhos azuis entra em minha visão.
O homem me olha preocupado.

- Você está bem?

Aylla: Espera.... - Me levanto rapidamente notando que estamos em uma hospital vazio, na verdade, no hospital que vim para salvar Adriana.

Olho para o homem humano que aparenta ser mais velho que eu.
Ele é o.... Claro!

Aylla: Você é o médico que salvou a Adriana...

- É, sou eu, e vc é a anja que veio me ajudar junto com um outro anjo moreno, né?

Aylla: Sim, mas... Como consegue nos ver?
Só aparecemos para aqueles que tem coração puro, como crianças.

- Me sinto honrado de saber que tenho um coração puro, então.- ele sorri, posso dizer que o homem é muito bonito, mas algo em seus olhos me deixa estranha, com... Medo talvez.

- Qual seu nome? - Vejo seus olhos encherem de curiosidade.

Meus pensamentos se dispersam com sua pergunta.

Aylla : Ah, Aylla. E o seu? - Também pergunto curiosa.

- Dylan, muito prazer, Aylla.

Aylla: O prazer é meu. - Dou um sorriso ainda reparando em seus olhos.

Dylan: Você quer sair? Posso te mostrar a cidade, meu turno já acabou, então estou saindo agora.

Aylla: Ah, tudo bem. - Evito recusar já que estou um pouco perdida.

Não deveria confiar em humanos, mas...
Ele por enquanto é o único que conheço, e além do mais, o que de ruim poderia acontecer?

***
Dylan é um homem legal, gentil, carinhoso, mas algo ainda me incomoda em seus olhos, ao mesmo tempo que eles são claros, eles parecem escuros e vazios...
Deve ser apenas coisa da minha cabeça.

Conversamos a respeito de muitas coisas, principalmente sobre minha relação com Lian e sobre meu Reino, sei que não deveria contar essas coisas para um estranho, mas quando percebi, já havia falado.

Apesar de ser tudo muito divertido, sinto falta dos meus amigos, se Lunna, Dann e até mesmo Lian estivessem aqui, tenho certeza que estaria mais feliz.

Dylan me mostrou lugares incríveis que existem na terra, como a "florcultura" não me lembro o nome direito, é bem difícil, também tem a "lanchinete", o "cinemo" e muitos outros lugares.

Queria saber o motivo dos humanos criarem palavras tão estranhas para as coisas. Mas mesmo assim, amei tudo.

Ele me disse que tem 26 anos.
Descobri também que o tempo em meu Reino tem 22 horas, mas aqui na terra, tem 24.

Agora estamos olhando as flores na "florcultura", são tantas opções, um fato curioso que descobri é que existem flores artificiais e também algumas que são pintadas, isso é incrível.

Observo as lindas cores e espécies de cada uma mais linda que a outra.

- AYA!!! - Uma voz grita atrás de mim e minha atenção e de Dylan vão até a voz.
Não podia ser....

Aylla: LIAN!!! - Quando o garoto para de correr e chega na minha frente eu o abraço por impulso, de início ele parece não entender, mas depois o moreno retribui meu carinho com um forte aperto em minha cintura.

Quando nos separamos, Lian encara o homem ao nosso lado, seu olhar fica mais frio que o normal e Dylan é o primeiro a cortar o contato visual.

Dylan: Vou deixar vocês a sós, estarei te esperando na esquina, Aylla.

Aylla: Está bem!! - Sorrio para ele e o vejo desaparecer na rua.

Me viro para Lian feliz igual criança.

Aylla: Disse pra não virem atrás de mim, mas mesmo assim estou em feliz em te ver. Onde está meu casal favorito? - Olho por toda rua procurando meus amigos.

Lian: Eles ficaram no poço, estão nos esperando. Vim te buscar Aya, retornamos para onde estávamos e continuamos a andar caso não queria voltar para casa. - Diz com frieza.

Aylla: Ah, sobre isso.... Eu adoraria voltar, nossa "aventura" estava incrível, mas sinto que algo ainda me prende aqui. Sinto que estou prestes a resolver um problema. - Digo esperançosa.

Lian: Aya, você não tá entendo, nós temos que ir, AGORA! - Sua voz fria faz eu ficar confusa, o que estava acontecendo?

Aylla: Você está estranho, por quê está me chamando de "Aya" e por quê tem tanta pressa de ir embora? - Pergunto muito confusa.

Lian: Como você não gosta de ser chamada de "anjinha" eu pensei em "Aya" mas isso não está em questão.
Eu acho que seu amiguinho não é muito bem o que pensa, por isso, precisamos ir embora. - Ele diz tudo com muita certeza.

Aylla: O Dylan? Como assim ele não é o que penso? - Minha mente fica mais confusa ainda.

Lian: Aylla você está tirando a minha paciência, tá na cara que esse "homem" é um demônio, literalmente. - Diz irritado.

Aylla: Que? Você tá maluco? Os demônios foram extintos a anos, pela união dos nossos Reinos, não existe nenhum mais. - Ele só podia estar louco, será que bateu a cabeça?

Lian: E se na guerra ninguém viu que existia sobreviventes? E se algum deles sobreviveu?
Aylla, você precisa confiar em mim. - Seu questionamento faz eu pensar um pouco, mas logo volto ao normal.

Aylla: Confiar em você? Lian, eu não posso confiar em você, somos rivais, inimigos, não deveria nem ter me tornado sua amiga. - De repente, todas as palavras que nem eu acreditava saíram da minha boca e no exato momento em que elas foram despejadas, eu me arrependi.

Desde que conheci o Lian confiei nele e ninguém mais do que eu sabia que minhas palavras eram apenas uma grande mentira.

Lian: Nossa.... Então deixou eu te levar para meu Reino, caminhou comigo por quase dois dias, deixou que eu te ensinasse a controlar o poder da criação...por quê?
Por pena? Tédio? Diversão? Não por confiança? - Ele estava assustado, e juro que vi lágrimas começarem a se formar em seus olhos.

Aylla: Lian, me desculpa, eu acho que me expressei mal e... - Ele me corta.

Lian: Não Aylla, você disse exatamente o que deveria dizer, acho que perdi meu tempo tentando te levar de volta para onde estávamos. Aproveite com seu novo namorado, amigo ou seja lá o que ele for. - Lian vira as costas e eu entro em desespero.

Aylla: Lian, espera.... - É tarde demais, Lian desaparece em um passo de mágica, se teletransportou para algum lugar e me deixou só.

Por um longo momento sinto sua falta, sinto saudade da sua voz, do seu abraço, do seu carinho, da sua preocupação e até mesmo... Do seu beijo..

Acham que o Dylan é do bem ou do mal?

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Acham que o Dylan é do bem ou do mal?

Curiosidade: Assim que Lian viu o homem ao lado de Aylla, ele lembrou mais uma vez das histórias de sua mãe.
"Os demônios podem ter formas humanas, e só podem ser identificados pelo tom e profundidade de seus olhos".

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- 𝐎 𝐀𝐦𝐨𝐫 𝐝𝐨𝐬 𝐀𝐧𝐣𝐨𝐬 -Onde histórias criam vida. Descubra agora