Ano de 2019
Cécile parou diante da entrada monumental e suspirou.
Que sonho!
Ela entrou saltitando de animação e entrou no hall principal. Muitas pessoas passavam de um lado para o outro trabalhando, e todos pareciam felizes. Cécile olhou ao redor, os ornamentos em ouro contrastando com o tapete vermelho reluzente. Painéis coloridos com informações brilhavam nos cantos, e o sol iluminava todo o salão através da abóbada magnífica.
Cécile esbarrou em uma moça que carregava um vaso de flores brancas.
- Me perdoe. - Cécile disse timidamente.
- Tudo bem. - A moça abriu um sorriso amigável. - Precisa de ajuda?
- Sim, sou a nova enfermeira do teatro. Procuro pela Sra. Giry.
- Ah, claro! - A moça fez sinal para que Cécile a acompanhasse. - Olhe, no fim daquele corredor há uma porta que fica sempre entreaberta. É a sala dela.
- Muito obrigada. - Cécile sorriu e seguiu até o local indicado.
Aquele lugar era lindo e as pessoas pareciam incríveis.
Possivelmente o melhor emprego que já tive na vida, Cécile pensou.
Bateu na porta e ouviu uma voz firme pedindo que entrasse. Cécile empurrou a porta e uma mulher de uns 40 anos sorriu quando a viu. A mulher se levantou e andou até ela.
- Em que posso ajudar?
- Sou Cécile Duran, a nova enfermeira.
A mulher estendeu a mão e sorriu enquanto se cumprimentavam.
- Venha, sente-se, Srta. Duran.
- Me chame de Cécile. - Disse, enquanto se sentava na cadeira de couro em frente à mesa.
- Aceita um suco? Está bem quente lá fora. - A mulher perguntou enquanto pegava dois copos de cristal.
- Aceito, por favor.
A mulher serviu o suco e entregou um copo para Cécile, que tomou um gole. Estava delicioso.
- Bom, Cécile. - A mulher se sentou em sua cadeira, à frente de Cécile. - Espero que se adapte ao ritmo da Opéra. Temos uma rotina muito agitada aqui.
Cécile fez que sim com a cabeça.
- Todos os dias temos algum acidente. Alguém que cai, torce o tornozelo, martela o dedo, principalmente os operário e as bailarinas. Temos um médico que nos visita semanalmente para receitar medicações, mas você é responsável por administrá-las e fazer o atendimento nesses casos de acidente. Acha que consegue?
- Ah, sim! - Cécile sorriu. - Trabalhei como enfermeira em uma universidade, atendia muitos atletas todos os dias e precisava deixar eles novinhos em folha para não perderem nenhum evento.
A mulher sorriu.
- É exatamente disso que precisamos. Preciso que faça o possível para que nosso pessoal esteja sempre bem. É como dizem, o show deve continuar, não é?
Cécile sorriu e concordou com a cabeça.
- Além disso, Cécile, temos algumas regras muito rígidas aqui. Vou te passar todas no decorrer dos dias, mas a mais importante delas é: você nunca, em hipótese alguma, deve descer aos níveis subterrâneos do teatro, ok? - A Sra. Giry tinha o olhar firme e seu tom de voz era ameaçador.
- Tudo bem, Sra. Giry.
- Bom.
Cécile tomou todo seu suco em um só gole, tentando disfarçar o medo que sentira do olhar penetrante da mulher.
- Agora venha. - A Sra. Giry disse. - Vou te mostrar sua sala.
Cécile a seguiu.
Passaram pela grande escadaria e entraram em um corredor escondido abaixo dos grandes degraus. A Sra. Giry parou diante da primeira porta e a abriu.
A sala era bem iluminada e estava cheirando a produtos de limpeza. Tinha uma mesa grande, um computador, muitos papéis, uma impressora, uma prateleira com remédios e itens médicos e dois leitos.
- Fique à vontade para mudar de lugar o que quiser. Toda sexta-feira, preciso que me mande um relatório de tudo que precisa ser reposto, como remédios, bandagens e etc. Na segunda porta nesse mesmo corredor, há um pequeno porão onde guardamos materiais de papelaria. Lá tem folhas brancas, blocos para receituário, tinta para a impressora e muitas outras coisas. Assim que acabarmos aqui, pode ir lá ver o que temos e pegar o que precisar.
Cécile concordou com a cabeça.
- Na verdade, - recomeçou a Sra. Giry. - quero que, antes de qualquer coisa, vá dar uma volta por aí. Quero que conheça o lugar, veja as pessoas e vá conhecendo seus novos colegas. Verá também que esse lugar é imenso, e preciso que o conheça como a palma de sua mão.
- Pode deixar, Sra. Giry.
- Eu praticamente cresci aqui. Toda minha linhagem desde minha tataravó trabalhou aqui, e amo esse teatro como se fosse meu filho. Espero que possa notar como ele é especial e amá-lo como todos aqui o amam. - A mulher abriu um sorriso saudoso e Cécile retribiu.
Já sentia algo de muito especial naquele lugar.
- Bom, estarei na minha sala, caso precise. Bom passeio, Cécile.
A Sra. Giry saiu da sala e Cécile suspirou.
Minha primeira tarefa é explorar esse lugar! Meu Deus, eu vou me divertir muito!
E Cécile saiu em disparada.
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O FANTASMA - Phantom Of The Opera AU
FanfictionApós ser abandonado por Christine, Érik decide pôr fim à sua vida. O tão famoso Fantasma da Ópera só não esperava acabar enfeitiçado, dormindo por 200 anos e acordando no primeiro dia de trabalho da nova funcionária do lendário teatro de Paris.