basta chamar meu nome

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Piérre desceu as escadas como se fugisse de um assassino

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Piérre desceu as escadas como se fugisse de um assassino.

Corria e cerrava os punhos, furioso com toda aquela situação. Claramente Cécile tinha algo a ver com o roubo de seu jantar e claramente o estava enganando, e Piérre não suportava aquilo.

Não acreditava em amor à primeira vista até ver Cécile aquele dia, parada feito boba no meio do palco, baixinha e com os cabelinhos alaranjados como uma cenoura.

Algo nela o acalentava, e pensar que ela o estava fazendo de bobo daquela forma era doloroso demais.

Piérre ia de um corredor a outro procurando Cécile, já que passara pelo seu consultório e vira que ela não estava lá.

Após minutos de uma busca frenética, ele avistou Cécile parada em um corredor vazio nos fundos do teatro. Ela parecia perdida.

- Ah, Piérre, que bom que você apareceu! - Ela começou. - Eu estava procurando a cantina para fazer um chá para uma das meninas do balé e me perdi, pra que lado eu...

Ela não conseguiu terminar a frase. 

Num ato de extremo desespero e raiva, Piérre se lançou sobre Cécile e a grudou na parede, a força de seu corpo fazendo com que ela batesse as costas.

- Ai! - Ela gritou. - O que está fazendo, Piérre?! Me solta!

- Com quem você estava comendo o meu jantar ontem à noite no terraço? - Ele gritava e a segurava com mais força. - Anda, fala!

- Eu não devo satisfação da minha vida pra você, agora me solta! - Cécile tentava se desvencilhar, tentava bater e chutar, mas ele era muito mais forte que ela.

- Você está me fazendo de idiota pra agradar alguém aqui, e eu exijo saber quem é! Eu menti por você, Cécile!

Cécile começava a tremer de medo. Jamais imaginara que Piérre era daquele jeito, e ele tinha os olhos tão raivosos e cheios de ódio, que ela sabia que não conseguiria escapar dali facilmente.

Era inútil lutar ou tentar vencer ele na força, então, num ato de desespero, pensou na única coisa que sabia que funcionaria. Ela virou a cabeça de lado e sussurrou junto à parede:

- Érik!

- O que disse?! - Piérre não conseguira ouvir o que Cécile sussurrara, e isso o deixara ainda mais furioso.

Ele a segurou pelo braço e começou a arrastá-la para o fundo do corredor, mas não conseguiu ir muito longe.

Érik surgiu atrás do dois, e Piérre só se deu conta quando sentiu Cécile sendo tirada de suas mãos.

Quando se virou, viu Érik passando Cécile para trás e ficando à frente dela, e Piérre abriu um sorriso de deboche.

- Então é disso que se trata? 

- Vai se arrepender de ter colocado as mãos nela. - Érik falava com a voz grave, tomado pela raiva.

Piérre correu em disparada na direção de Érik, mas, com um só movimento, Érik o segurou e o prendeu em seu braço. As costas de Piérre batiam no peito do Érik enquanto Piérre tentava se soltar, mas era tarde demais.

O laço de punjab surgiu no ar e Érik começava a puxá-lo quando Cécile começou a bater em seu braço, numa tentativa de detê-lo.

- Solta ele, Érik, pelo amor de Deus! - Ela chorava.

Érik ficou em silêncio, ainda puxando o laço.

- Érik, para! Não faz isso, eu imploro! - Ela tentou puxar ainda mais o braço dele, mas era inútil. - Você vai preso se fizer isso!

- Saia, Cécile! - Ele gritou com sua voz estrondosa. - Não me importo se for preso!

- A mim importa! - Ela gritou, chorando. - A mim importa, Érik, como vamos poder nos ver assim? Solta ele, ele tá morrendo...

Cécile engasgou com o choro e se afastou, pensando que Piérre já estava morto a essa altura.

E então viu Érik soltando o laço e Piérre caindo no chão, tossindo e respirando freneticamente.

Cécile olhou para Érik com seus grandes olhos de choro, um misto de pavor e gratidão, e ele foi até ela.

- Venha.

Érik a segurou e Cécile não viu como, mas sumiram por alguma passagem escondida na parede.

O FANTASMA - Phantom Of The Opera AUOnde histórias criam vida. Descubra agora