o Fantasma da Ópera está... doente?

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Cécile ainda ouvia os gemidos, agora mais perto do que nunca

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Cécile ainda ouvia os gemidos, agora mais perto do que nunca. 

Um pequeno lago estava à sua frente. Cécile colocou uma perna na água e viu que era bastante raso, batendo na altura de sua panturrilha, então ela começou a atravessar a água o mais rápido que conseguia.

Notou uma passagem larga, por onde brilhava uma luz fraca como a de uma vela.

O grito soou novamente.

Cécile correu até a passagem e, quando entrou, notou uma espécie de moradia. Havia cortinas de tecido fino, um piano, papéis, velas e muitos itens de decoração.

No canto, um homem estava encolhido em posição fetal. Ele vestia uma camiseta branca fina de linho e calças e botas pretas. Não era possível ver seu rosto, pois ele estava encolhido e apertava o abdômen como se tentasse parar a dor.

Cécile colocou o celular no bolso e correu até ele.

- Moço, está tudo bem? - Cécile colocou os dedos no pescoço dele para sentir o pulso.

Estava com o pulso bom.

O homem soltou mais um grito de dor e então abriu os olhos ao se dar conta de alguém ao seu lado.

Quando viu a moça ali parada, se lembrou de que estava sem sua máscara, e imediatamente virou o rosto para baixo e desatou a gritar:

- Não olhe para mim, saia daqui, saia daqui agora!

Cécile o encarou, intrigada.

- Por que não posso te olhar?

O homem soltou outro grito de dor.

- Não viu meu rosto?! Não seja tola, sou um monstro e causo horror às pessoas!

Cécile suspirou.

Ah, pronto! Um paciente com problemas de autoestima...

- Deixa de ser besta! Vire-se, preciso te examinar!

Cécile tocou no braço do homem e tentou virá-lo para si, mas ele se desvencilhou.

- Se me tocar novamente, eu te mato!

Cécile riu.

- Não está conseguindo nem falar, quanto mais matar alguém! - Ela tentou puxá-lo novamente. - Vamos, deixa eu ajudar. Sou enfermeira. Não se preocupe, já vi gente mais feia que você.

Aquelas palavras fizeram o homem amolecer.

Mais feio do que eu? Será possível existir?

Ele se deixou virar para o outro lado.

Cécile puxou a pele dos olhos dele e examinou. Em seguida, abriu a boca dele e olhou o tecido da língua e da gengiva. Depois, apertou levemente o abdômen dele e o homem soltou um grito de dor.

- Você está com sinais de intoxicação. Comeu algo?

Ele fez que não, reprimindo outra onda de dor.

- Vamos precisar induzir seu vômito. Me permite?

- Como? - O homem estava atordoado.

- Sente-se.

Cécile o ajudou a se sentar na beirada do lago com a cabeça entre as pernas. Ela se colocou ao seu lado e observou.

- Abra bem a boca. Eu vou induzir seu vômito porque você não está em condição de fazer nada. Está pronto?

O homem fez que sim com a cabeça e Cécile colocou os dois dedos, polegar e indicador juntos, no fundo da garganta dele. Com dois movimentos, sentiu o diafragma dele se contrair. Ela imediatamente retirou os dedos e ele vomitou um líquido roxo brilhante.

Quando o líquido caiu na água do lago, uma fumaça roxa subiu, como uma espécie de vapor. 

- Que merda é essa?! - Cécile perguntou, mas notou que ele ainda não estava bem.

Ela se virou para ele novamente. 

- Mais uma vez, ok? - Ele assentiu e ela colocou novamente os dedos em sua garganta.

Mais uma vez ele havia vomitado roxo, mas dessa vez mais claro.

- De novo.

Vômito mais claro.

- De novo. 

E dessa vez o vômito saíra com uma coloração normal.

O homem ergueu a cabeça, respirando profundamente para recobrar o folêgo. 

Cécile envolveu a cabeça dele e a repousou em seu peito, numa tentativa desesperada de fazê-lo sentir melhor. Enquanto ele respirava profundamente, ela acariciava o lado de seu rosto, o lado deformado, mas não parecia se importar.

Ficaram assim durante alguns segundos, até o homem se erguer em um salto desesperado e se afastar dela.

- Como ousa tocar em mim?!

Cécile o fuzilou com o olhar.

- Mal-educado!

- Saia daqui! Me deixe em paz em minha dor, esqueça que viu este lugar!

Cécile tinha tantas perguntas... Mas estava ficando enfurecida com a forma como aquele homem estranho a tratava, ainda mais após ter salvado sua vida, mas resolveu não dicutir.

Já havia lidados com pacientes assim e sabia que nem sempre era pessoal.

Ela respirou fundo e voltou a caminhar pelo lago de volta para o teatro. 

Enquanto se afastava sem olhar para trás, o homem a observou.

Ela não fugiu com medo de mim e acariciou meu rosto defeituoso...

O FANTASMA - Phantom Of The Opera AUOnde histórias criam vida. Descubra agora