Cécile estava dormindo na cama e Érik estava em uma cadeira a observando.
Não conseguia sentir sono sabendo que ela havia sofrido uma agressão há algumas horas tentando guardar o segredo do Fantasma.
Ela não queria que Piérre soubesse de Érik e acabara se machucando, e pensando assim, Érik sabia que a culpa era toda sua.
- Érik... - Cécile sussurrou com a voz sonolenta.
Érik levou um susto e se inclinou para ouvi-la.
- Eu tô com frio... - Ela batia os dentes.
Érik entrou em pânico.
Não tinha nenhum cobertor aconchegante, todos os tecidos estavam cobertos de pó pelos anos sem o cuidado que mereciam.
Ele correu até seu baú e pegou uma de suas capas pretas de veludo. Abriu o tecido sobre Cécile e ela se enrolou, mas visivelmente ainda não era o suficiente.
Érik olhava para todos os lados pensando no que poderia fazer, quando a ouviu sussurrar novamente:
- Deita aqui, Érik.
Ele congelou. Não podia acreditar no que acabara de ouvir. Érik balançou freneticamente a cabeça.
- Não, Cécile, eu vou roubar um cobertor...
- Érik, por favor. - Ela batia os dentes.
Aparentemente, não há nada que ela me peça que eu não faça...
Então Érik concordou.
Não achava aquilo correto, mas ela precisava dele e ele podia amenizar o frio dela, e ser bom para ela era importante.
Érik se deitou de frente para Cécile e ficou imóvel quando a sentiu se aproximando e encaixando seu corpinho minúsculo e encolhido como um caracol no peito dele.
Nunca havia sentido aquilo.
Nunca havia se deitado ao lado de uma mulher, muito menos tinha ouvido uma mulher pedir que ele o fizesse.
Era uma sensação mágica. O cheiro dela, os cabelos macios roçando no rosto dele, o calor do corpo, o barulho da respiração e os movimentos que o corpo dela fazia enquanto ela respirava...
Foi mágico também ver ela parando de tremer de frio lentamente à medida que o calor do corpo dele passava para o dela.
Cécile pegou no sono rapidamente, e Érik, mais do que nunca, sabia que não conseguiria pegar no sono tão cedo.
Ele a observou a cada segundo, decorou o ritmo dos batimentos do coração dela e pôde até imaginar uma melodia naquele compasso.
Em determinado momento, Cécile esticou o braço e o abraçou, como se abraçasse um urso de pelúcia gigante, e Érik sorriu timidamente.
Naquele momento, se lembrou de Christine. Não porque sentia sua falta, pois estranhamente não sentia, mas porque lembrava-se de um dia ter se ajoelhado aos seus pés e dito que não havia nada que não faria por ela.
Mas a dimensão do que sentira naquela vez era diferente do que sentia exatamente agora.
Não havia nada que não faria para cuidar de Cécile. Absolutamente nada.
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O FANTASMA - Phantom Of The Opera AU
FanfictionApós ser abandonado por Christine, Érik decide pôr fim à sua vida. O tão famoso Fantasma da Ópera só não esperava acabar enfeitiçado, dormindo por 200 anos e acordando no primeiro dia de trabalho da nova funcionária do lendário teatro de Paris.