Um Romance Para Neteyam Sully.

Acidente..

.Um Romance para Neteyam Sully.

Pov Neteyam:

Se você soubesse que a vida de seu amor verdadeiro estivesse em risco, em risco extremo, oque você faria? Algumas pessoas sem coração, deixariam acontecer e perderiam seu amor, já outras se culpariam eternamente pela morte, outras fariam de tudo para que aquilo não acontecesse, bom, lá estava eu correndo pelos corredores do hospital totalmente encharcado pela chuva forte que me molhou e desesperado, após uma ligação do Hospital para Ronal eu já sabia oque havia acontecido, parei diante a porta de número 38 a que me foi dita onde estava ele, estava ofegante, com medo, agoniado, tremendo, não de frio e sim de nervosismo, meu coração errava suas batidas me deixando com uma dor em meu peito, não queria acreditar naquilo que passava pela minha cabeça, oque eu estava imaginando, girei a maçaneta abrindo a porta branca com uma pequena janelinha transparente fosca a cima, chamei pelo nome de Aonung, tendo esperanças de que ele me responderia, mas, assim que entrei na sala vi o amor da minha vida em uma maca com aparelhos em sua boca, pulso e mãos, seu rosto estava todo ralado, seus braços cheios de machucados e cortes profundos, agora, costurados, e o pior, ele estava em coma...
Assim que me dei conta, eu caí sobre os meus joelhos chorando com minhas mãos em meu rosto, era verdade. Nunca chorei tanto em toda minha vida, eu chorei com a minha alma e com meu coração, um choro de arrependimento, tristeza, mágoa e dor, meu choro ecoava por toda a sala, aquilo estava chamando a atenção das pessoas que passavam no corredor, doia em mim pensar que ele estava ali sofrendo sozinho, eu deveria estar em seu lugar, sofrendo por ele, eu deveria estar passando por está dor, Não ele. Em meu coração tantos sentimentos se misturavam, tristeza, culpa, ódio. Ouvi a porta atrás de mim ser aberta e passos em minha direção, logo um abraço quente me envolveu fortemente, era Tsireya, ela me consolava dizendo que tudo iria ficar bem, mas, aquilo não adiantava pra mim, queria que Aonung estivesse ali acordado; meu choro era dolorido, era como um grito reprimido e agora estava sendo libertado, eu coloquei todo o meu sentimento para fora, tia Ronal também adentrou a sala e logo me abraçou junto de Tonowari e meus irmãos, eu estava carregando a maior dor, e eles sabiam disso, amava demais Ao'nung.

-Neteyam, tudo vai ficar bem, meu irmão não gostaria de te ver chorando. Por favor, seja forte por ele.-Tsireya tentava me consolar, ela acariciava minhas tranças beijando minha testa, sua voz estava trêmula ela também chorava, mas aquilo não funcionava, apesar de não ser família ou não termos muito tempo juntos, eu o amava, mais do que poderia dizer, nunca imaginei amar tanto alguém como eu amo Aonung, era indescritível.

-É minha culpa, e-eu devia estar no lugar dele, e-ele não deveria passar por isso!-Mau tinha voz naquele momento, eu me sentia culpado por tudo oque aconteceu, eu tentava parar de chorar mas era quase impossível, senti os meus irmãos desfazerem seus abraços e saírem da sala, pude ouvir Tuketirey do lado de fora com uma voz preocupada perguntando oque havia acontecido com Aonung.

-Nao! Não é sua culpa meu amor, você nunca teve culpa, a culpa é de outra pessoa que deixou ele neste estado, você nunca teve culpa de nada.-Tia Ronal me agarrou e me abraçou apertando e lá ficamos por pelo menos 30 minutos somente chorando, aquele abraço me lembrava minha mãe e seus abraços, parecia uma fortaleza ;assim que finalmente levantei do chão meu rosto estava inchado e meus olhos vermelhos, após esse momento o médico entrou na sala queria conversar conosco sobre o estado de Aonung, meus olhos ainda tinham lágrimas, Eu e Tsireya estávamos abraçados tentando consolar um ao outro.

-Familia tenho notícias de Ao'nung Hullui, na noite de ontem foi atingido por um carro desgovernado, o sujeito que dirigia estava extremamente bêbado e bateu no carro de Ao'nung que fez um acidente na pista, ele está em coma neste momento e o outro sujeito está na delegacia agora, fizemos alguns exames e parece que não foi muito grave ao ponto de tirar sua vida, não sabemos ao certo quanto tempo ele vai ficar em coma, faremos exames durante os dias que passarem, e se ele acordar avisaremos a vocês de imediato.-O médico saiu da sala nos deixando sozinhos ali, Eu quis ficar um pouco mais na sala, fiquei ao lado da cama, sentado em uma cadeira que havia ali naquele quarto, peguei a mão de Aonung a acariciando ainda desacreditado.

-Me desculpa meu amor, eu deveria estar no seu lugar, você não deveria estar passando por isso, se eu tivesse ido com você, eu estaria no seu lugar agora, Ao'nung, por favor, eu não posso te perder.-Meu queixo franziu e meus olhos se encheram de águas, minhas lágrimas caim sobre sua mão, sem perceber eu adormeci ali de tanto chorar, acordei somente com tia Ronal me chamando para irmos embora, era mais ou menos 00:40 tinha um casaco sobre meus ombros, parece que dormi muito, eu achei que tudo aquilo fosse um horrível pesadelo, mas não, não era, era a realidade, a realidade dolorido que nós temos que enfrentar.

Em casa não disse nada, apenas subi para meu quarto com o casaco e me deitei em minha cama e novamente chorei ao me lembrar de Aonung, e adormeci cansado. Acordei de madrugada com dores no estômago, como facadas, desci até a cozinha procurando algum remédio para tomar, pra minha sorte tia Ronal também estava ali na cozinha, parecia sem sono, me sentei só sei lado na mesa, percebi a mesma olhando para mesa sem reação alguma, eu sabia como ela estava, abalada, sem oque dizer ou falar.

-Neteyamur, eu não sei oque eu faço, se eu perder meu filho, minha vida não vai ser a mesma.-Percebi a sua voz trêmula e seus olhos marejados.

-Nem a minha, Tia, eu sei que você carrega uma dor enorme, acredite em mim eu sei como é. De primeira que eu cheguei aqui eu achei que Aonung era um cara extremamente chato e arrogante, mas, eu errei, assim que comecei a conversar com ele percebi como ele era extrovertido e divertido, oque eu não era, ele completava um pedaço meu, depois eu descobri um sentimento diferente, totalmente diferente de amizade, senti atração por ele e após conversar com Kiri eu descobri que realmente estava gostando dele, e depois virou uma paixão, e quando ele me pediu em namoro no meu aniversário eu fiquei tão eufórico, tão feliz, eu fiquei muito emocionado.-Sorri fraco após pensar nele e naquele dia na Roda Gigante, eu vi tia Ronal levantar os olhos até mim e sorrindo junto comigo.

-Neteyam, você foi uma luz na vida de Aonung, como eu disse o último relacionamento dele não foi muito bom assim. Assim que ele começou a namorar ela eu soube que ela não era uma pessoa boa, de começou eu vi o quanto Aonung estava apaixonado nela, mas, depois ela começou a se envolver com certas coisas e traiu meu filho, assim que ele descobriu ficou extremamente abalado, ele terminou com ela e depois se trancou no quarto e ficou o dia inteiro lá dentro, e depois de uns anos ele não tinha superado ela, mas, vocês vieram e eu vi de primeira os olhos dele brilharem assim que ele te viu, eu soube que Aonung estava apaixonado por você, e quando ele te pediu em namoro eu fiquei tão feliz por vocês.-Tia Ronal me disse sobre a ex namorada de Aonung, ela parecia uma garota totalmente descontrolada, Sanok sempre contou de mim para Tia Ronal e ela me pôs como seu "Sobrinho" preferido, mesmo amando Tuketirey, Lo'ak e Kiri também.

-Ah, eu preciso ir dormir Neteyamur, você devia também, e caso estava procurando remédio, está na segunda gaveta do armário perto da geladeira.-Tia Ronal sorriu e beijou minha testa me desejando uma boa noite e subindo para seu quarto finalmente dormir, eu por outro lado estava na cozinha ainda, já havia tomado o remédio, estava olhando a janela que adentrava a luz da lua, senti meu coração pesar Novamente, respirei profundamente tentando me acalmar, fechei meus olhos e continuei respirando devagar, duas lágrimas desceram de meus olhos e rapidamente caíram sobre o chão, abri meus olhos e limpei as lágrimas que haviam caído sobre meu rosto, suspirei e voltei para meu quarto para finalmente dormir, ou pelo menos tentar...

Continua.

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