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Luana seguiu pelo caminho até o restaurante em completo silêncio. A cada passo, seus pensamentos se tornavam mais tempestuosos, e seu coração batia acelerado, dividido entre a ansiedade e o medo. Ao chegarem em frente ao local, Fred, com a voz suave e um toque de carinho, tentou acalmá-la.

"Luana, sei que você está nervosa, mas não se preocupe. Tudo vai dar certo."

Luana, com um sorriso forçado, agradeceu a gentileza de Fred, mas no fundo de seu ser, sabia que a situação era mais complexa do que ele imaginava. Ela precisava ser convincente, pois suas amigas e sua tia, com seus olhos perspicazes, não demorariam a perceber que algo não estava certo na história que ela havia inventado sobre o relacionamento com Fred.

Ao entrarem no restaurante, o burburinho das conversas e o aroma convidativo das comidas se misturaram com o nervosismo de Luana. Ela apertava as mãos com força, enquanto tentava controlar seus pensamentos e organizar suas palavras. A cada olhar curioso que se dirigia a eles, a sensação de insegurança aumentava.

Todos os olhares se voltaram para Luana e o homem que a acompanhava quando ela se aproximou da mesa. "O que ele faz aqui?", questionou sua tia, intrigada. Luana, nervosa, se atrapalhou com as palavras, enquanto as demais presentes lançavam perguntas em uníssono. Fred, atordoado com a algazarra, se apresentou: "Bem, prazer, sou Fred Oliver, noivo de Luana."

O silêncio que pairava sobre a mesa foi abruptamente quebrado por um coro de vozes surpresas. "Noivo?!" exclamou sua tia, com os olhos arregalados de espanto. "Mas Luana, você nunca nos disse nada sobre um noivo!" As amigas, igualmente perplexas, lançavam perguntas em uníssono, criando uma cacofonia de curiosidade.

Luana, envolta em um turbilhão de nervosismo, tentava encontrar as palavras para explicar a situação inusitada. Fred, ao seu lado, observava a cena com uma mistura de perplexidade e humor. "Bem, prazer em conhecê-las", disse ele, com um sorriso tímido. 

As palavras de Fred provocaram um novo reboliço. "Como assim noivo?", questionou uma das amigas, com a voz carregada de incredulidade. "Vocês se conheceram há quanto tempo?" "E por que você nunca nos falou sobre isso, Luana?", indagou outra, com um tom de reprovação.

Luana, lutando para manter a calma, começou a relatar a história inventada. Ela descreveu um encontro casual que se transformou em um romance arrebatador, um amor à primeira vista que os havia levado ao noivado em questão de semanas. A cada palavra que pronunciava, sentia o peso da culpa e da mentira se avolumando em seu peito.

Fred, por sua vez, acompanhava a narrativa com um misto de admiração e apreensão. Admirava a capacidade de Luana de improvisar e de tecer uma história tão convincente. Apreendia, no entanto, com as reações cada vez mais céticas de seus amigos e familiares.

O burburinho no restaurante era ensurdecedor. Olhares curiosos se fixavam em Luana e Fred, enquanto a chuva de perguntas continuava incessante. Helo, com a voz carregada de incredulidade, se dirigiu a Luana: "Nana, até ontem você odiava ele. Como assim hoje você está noiva?".

Luana, corando violentamente, tentava encontrar as palavras para se explicar. A mentira que havia criado se transformava em uma bola de neve, crescendo a cada momento e a levando para um terreno perigoso.

"Helo, você não entende", ela gaguejou. "As coisas mudaram, nós conversamos e..."

"Conversaram sobre o quê?", interrompeu outra amiga, com um olhar desconfiado. "Sobre como você de repente se apaixonou por esse cara que você mal conhece?".

Fred, observando a cena com crescente desconforto, decidiu intervir. "Com licença", ele disse, com a voz firme. "Eu sei que tudo isso é muito estranho, mas eu amo Luana e ela me ama. O que importa é isso, não o que aconteceu no passado."

As palavras de Fred foram recebidas com um silêncio hesitante. As amigas de Luana se entreolharam, ainda céticas, mas dispostas a dar uma chance ao casal. Helo, no entanto, permanecia impassível, seus olhos lançando dardos de desconfiança em direção a Luana.

"Meninas, em casa eu explico melhor", Luana disse, com a voz tensa e o coração batendo acelerado. "O importante agora é que vocês saibam que eu e Fred estamos completamente apaixonados e ficamos noivos."

As palavras de Luana ecoaram pelo ambiente, silenciando o burburinho e os olhares curiosos. Um misto de surpresa, incredulidade e até mesmo raiva se instalou no rosto de suas amigas.

Helo, a mais próxima de Luana, foi a primeira a se manifestar. "Noivos? Luana, você está brincando, né? Você odiava esse cara até ontem!"

As outras amigas concordaram com Helo, lançando olhares desconfiados para Fred, que permanecia ao lado de Luana, um sorriso nervoso estampado em seu rosto.

"Não estou brincando, Helo", Luana insistiu, sua voz cada vez mais fraca. "Eu sei que tudo isso parece muito estranho, mas acreditem em mim, eu amo o Fred e ele me ama."

Fred, sentindo a tensão no ar, decidiu intervir. "Com licença", ele disse, com a voz firme e um tom de gentileza. "Eu sei que tudo isso é muito repentino, mas eu garanto a vocês que amo Luana com todo meu coração. E se ela me aceitar como seu marido, serei o homem mais feliz do mundo."

As palavras de Fred causaram um efeito imediato. As amigas de Luana, ainda céticas, mas tocadas pela sinceridade em sua voz, suavizaram suas expressões. Helo, no entanto, permanecia impassível, seus olhos fixos em Luana, cheios de dúvidas e desconfiança.

"Ok, Luana", Helo disse finalmente. "Se você diz que está feliz, então eu fico feliz por você. Mas, por favor, me prometa que vai me contar toda a verdade quando chegarmos em casa."

Luana assentiu, com um sorriso triste nos lábios. "Prometo", ela disse. "Mas agora, vamos aproveitar o jantar. Afinal, estamos comemorando o nosso noivado!"


As palavras da tia de Luana ecoaram no ar, carregadas de seriedade e expectativa. "Você amanhã na minha casa, nós precisamos conversar", disse ela, seus olhos fixos em Fred, que, sem hesitar, respondeu: "Sim, senhora, estarei lá."

Um silêncio desconfortável se instalou na mesa. Luana, aflita, observava a troca de olhares entre sua tia e Fred, sem saber o que esperar da conversa que estava por vir.

Naquela noite, Luana mal conseguiu conciliar o sono. A conversa iminente entre sua tia e Fred a deixava nervosa e apreensiva. Ela sabia que a verdade sobre o noivado inventado não poderia ser escondida por muito tempo, e temia as consequências da revelação.

No dia seguinte, pontualmente às 10 da manhã, Fred tocou a campainha da casa da tia de Luana. Ao recebê-lo, ela o conduziu à sala de estar, onde um café quente os aguardava. A conversa começou com formalidades, mas logo a tia de Luana foi direto ao ponto.

"Fred, preciso saber a verdade sobre o seu relacionamento com Luana. Vocês realmente estão noivos?", questionou ela, com um tom firme e inquisitivo.

Contrato de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora