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"Você sabe muito bem que eu não tenho escolha, Fred", Luana retrucou, sua voz carregada de frustração. "Eu não posso simplesmente ir embora."

Fred a encarou com frieza, seus olhos como gelo. "Tudo que acontece é uma decisão sua, Luana. Nada disso é escolha minha."

"É claro que foi uma escolha minha te beijar na frente de um monte de gente!", ela explodiu, a raiva tomando conta dela. "E agora eu estou pagando o preço, vivendo um pesadelo sem fim."

"Então foi uma escolha errada, Luana", ele disse com indiferença.

"Eu sei que foi uma escolha errada!", ela gritou, lágrimas escorrendo pelo seu rosto. "Mas isso não significa que eu tenha que ficar aqui e aturar isso!"

Fred se aproximou dela, seu rosto a apenas alguns centímetros do dela. "Então podemos tentar nos acalmar um pouco", ele disse, sua voz baixa e rouca. "Até porque isso aqui não passa de um jogo."

Luana o encarou, seus olhos cheios de fúria e confusão. "Um jogo?", ela perguntou, sua voz quase um sussurro. "Que tipo de jogo?"

Fred sorriu, um sorriso cruel que fez o sangue de Luana gelar. "Um jogo de poder, Luana", ele disse. "E eu estou ganhando."

Com essas palavras, ele se virou e se afastou, deixando-a sozinha no jardim, com o coração despedaçado e a mente em turbilhão.

Luana observava Fred se afastar, a figura dele se dissolvendo na escuridão do jardim. A mente dela girava, tentando compreender como ele podia ter mudado tão rapidamente. Minutos atrás, ele estava todo amoroso, seus olhos cheios de desejo e ternura. Agora, era como se estivesse usando uma máscara, uma persona fria e cruel que a deixava aterrorizada.

"Como ele pode ser tornar essa pessoa fria em tão pouco tempo?", ela perguntou em voz alta, mais para si mesma do que para o ar. "A minutos atrás ele estava todo amoroso e de repente vira essa pessoa tão fria?"

Sua voz era um fio de voz, carregada de angústia e incompreensão. Ela se lembrava do toque suave de suas mãos, do calor de seus lábios, da promessa de um futuro juntos. Tudo parecia ter sido uma mentira, uma ilusão cruel que agora se desfazia diante de seus olhos.

"Depois ele quer que eu convença as pessoas de que eu estou apaixonada por ele", ela continuou, sua voz se tornando cada vez mais fraca. "Como eu posso fazer isso se nem eu mesma acredito mais?"

As lágrimas brotavam em seus olhos, escorrendo pelo seu rosto pálido. A dor era lancinante, uma ferida profunda que parecia não ter cura. Ela se sentia presa em uma armadilha, sem saber para onde ir ou o que fazer.

Luana limpou as lágrimas com força, respirando fundo para conter a tremedeira que percorria seu corpo. A raiva e a frustração borbulhavam dentro dela, como um vulcão prestes a entrar em erupção. Ela precisava desabafar, compartilhar a angústia que consumia seu coração.

Com passos firmes, mas o olhar perdido, voltou para o salão de festas. O burburinho e a música pareciam distantes, abafados pela tempestade que se desenrolava em seu interior. Seus olhos vasculharam o ambiente até que seus amigos, reunidos em um canto, entraram em seu foco.

Aproximando-se do grupo, como um furacão prestes a devastar tudo em seu caminho, Luana começou a falar sem parar, suas palavras jorrando como um rio caudaloso. "Amigas, por que vocês me deixaram ficar noiva? Por que eu fiz isso? Eu fiquei louca? Era necessário isso?"

As amigas, perplexas e sem entender o que estava acontecendo, se entreolharam com olhares interrogativos. Fifi, a mais calma do grupo, tomou a iniciativa de tentar acalmar a amiga.

"Luana, calma", ela disse, colocando a mão sobre o ombro da amiga. "Respira fundo e me diga o que aconteceu. Por que você está falando assim?"

Luana, ainda tomada pela fúria, gesticulava freneticamente enquanto tentava explicar a situação. "Eu precisava ficar noiva? Será que eu não tenho cérebro? Eu me tornei uma marionete nas mãos daquele homem!"

Luana, tomada pela angústia, questionava suas amigas, sua voz carregada de frustração e decepção. "Meninas, será que eu não penso nem um pouquinho?", ela perguntou, seus olhos cheios de lágrimas.

Helô, a mais paciente do grupo, se aproximou de Luana e a abraçou, tentando acalmá-la. "Amiga, acho que não estamos te entendo direito", ela disse com gentileza. "Você pode explicar melhor o que aconteceu?"

Luana se afastou um pouco, enxugando as lágrimas com as costas da mão. "Tá, vamos supor que eu seja uma completa idiota", ela começou, sua voz ainda vacilante. "Vocês, como minhas amigas, podiam ter me dito e me impedido. Como me deixaram noivar com um cara que eu nem conheço?"

Fifi, com um olhar triste, retrucou: "Mas nós te avisamos, amiga. Você não quis nos ouvir."

Luana se lembrou das conversas com suas amigas, dos conselhos que elas lhe deram, das preocupações que expressaram. Naquele momento, ela reconhecia que a culpa não era delas.

"Eu sei, eu sei", ela disse, sua voz baixa e abatida. "Eu fui teimosa, egoísta, e agora estou pagando o preço."

As amigas se entreolharam, seus corações apertados pela dor de Luana. Elas sabiam que ela precisava de ajuda, de apoio, de um ombro amigo para chorar.

O coração de Luana batia forte, como um tambor ecoando em seus ouvidos. As palavras saiam de sua boca em um fluxo incessante, uma torrente de emoções que ela não conseguia conter. Ela descrevia Fred com detalhes vívidos, cada palavra um retrato de sua crueldade e frieza.

De repente, um silêncio repentino caiu sobre o grupo. As amigas de Luana, com os olhos arregalados de medo, se viraram para trás, seus olhares fixos em um ponto atrás dela.

Luana, ainda alheia à presença de Fred, continuava seu discurso. "Ele é um robô!", ela gritou, suas lágrimas se misturando à raiva em sua voz. "Ele me trata como um objeto, como se eu não fosse nada!"

As amigas, com um gesto silencioso, indicaram para Luana que Fred estava ali, a observando. Ela se virou lentamente, como se estivesse em câmera lenta, e seus olhos se depararam com a figura imponente dele.

Fred, com um sorriso sinistro no rosto, observava Luana com uma mistura de raiva e divertimento. Seus olhos, como duas brasas incandescentes, pareciam penetrar em sua alma.

Luana, petrificada pelo medo, sentiu um calafrio percorrer sua espinha. O sangue gelou em suas veias e sua voz se tornou um sussurro. "Ele está aqui...", ela disse, sua voz quase inaudível.

Um silêncio mortal pairava no ar, carregado de tensão e expectativa. As amigas de Luana, protegendo-a, se colocaram à sua frente, prontas para defendê-la caso necessário.

Fred, com passos lentos e deliberados, se aproximou de Luana. A cada passo, a tensão aumentava, o ar se tornava mais denso.

"Então você finalmente me percebeu", ele disse, sua voz rouca e gélida. "Achei que você nunca ia parar de falar."

Luana, encolhida, não conseguia se mover. As palavras de Fred a congelaram, transformando-a em uma estátua de pedra.

Luana limpou seu rosto, antes de se virar e olhar nos olhos de Fred...

Contrato de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora