Contrato de Amor

18

Karine, ainda abalada pela conversa com a mãe de Fred, retornou ao escritório com um misto de sentimentos. A fúria que a consumia minutos antes havia dado lugar a uma calma reflexiva. As palavras da mãe de Fred ecoavam em sua mente, como um mantra que a incentivava a recomeçar sua vida.

Ao se sentar em sua mesa, Karine se deparou com a pilha de documentos que a aguardava. Um lembrete cruel da vida que ela havia deixado de lado, envolta em sua obsessão por Fred.

Com um suspiro de determinação, ela começou a trabalhar. Cada tarefa concluída era um passo em direção à sua nova vida. Uma vida livre da obsessão por Fred, focada em seus próprios sonhos e objetivos.

Luíza, com o olhar preocupado de uma amiga sincera, se aproximou de Karine assim que a viu retornar ao escritório. "Karine, amiga, o que foi aquilo mais cedo?", ela perguntou, com a voz carregada de gentileza e compreensão.

Karine, ainda abalada pelos eventos da manhã, suspirou e confessou: "Luíza, eu não sei. Eu simplesmente perdi a cabeça. Não me reconheço mais."

Luíza, com a sabedoria de quem conhece Karine há anos, ofereceu sua perspectiva: "Karine, aquilo foi uma demonstração de ciúmes. Você está apaixonada por Fred e não consegue lidar com a ideia de perdê-lo."

Karine, tomada por uma onda de emoções, abaixou a cabeça e as lágrimas brotaram em seus olhos. "Eu sei, Luíza. Eu amo o Fred e não quero que ele fique com outra pessoa."

Luíza, com um sorriso gentil, colocou a mão no ombro de Karine e disse: "Amiga, mas você precisa ser forte. Você está noiva de outro homem, e precisa honrar esse compromisso. Esqueça o Fred e siga sua vida. Você é uma mulher linda, inteligente e talentosa. Merece ser feliz."

As palavras de Luíza tocaram o coração de Karine. Ela enxugou as lágrimas e ergueu a cabeça, com um novo olhar de determinação nos olhos. "Você está certa, Luíza. Eu preciso ser forte.

As palavras de Karine ecoavam no escritório, carregadas de dor e decepção. Luíza, a amiga fiel, a escutava com atenção, seus olhos transmitindo compaixão e compreensão.

"Eu sei, amiga", ela disse, com a voz suave e consoladora. "É natural que você se sinta magoada. Fred sempre disse que não era capaz de se comprometer, e agora ele está noivo de uma mulher que mal conhece. É difícil aceitar essa situação."

Karine, tomada pela emoção, enxugou as lágrimas que teimavam em cair. "O que mais me dói é saber que ele está feliz com ela. Eu o amo tanto, Luíza, e jamais imaginei que ele fosse capaz de amar outra pessoa."

Luíza, com a sabedoria de quem conhece o amor em suas diversas formas, abraçou Karine com carinho. "Amiga, o amor é um sentimento complexo e imprevisível. Às vezes, ele surge quando menos esperamos, e com pessoas que menos imaginamos. Mas isso não significa que você não seja capaz de encontrar a felicidade. Você é uma mulher linda, inteligente e amável. Acredite em mim, você encontrará alguém que te valorize e te faça feliz."

As palavras de Luíza acalmaram o coração de Karine. Ela se deu conta de que precisava seguir em frente, buscar sua própria felicidade. A dor da perda de Fred ainda existia, mas ela sabia que com o tempo a superaria.

Luiza saiu da sala, fechando a porta com cuidado para não perturbar os pensamentos de Karine. A mente de Karine fervilhava, tomada por uma mistura de dor, raiva e determinação. A ideia que lhe ocorreu era ousada e perigosa, mas poderia ser a única maneira de fazer Fred sentir o mesmo ciúme que ela estava sentindo.

"Se é ciúmes que ele quer, então é ciúmes que ele vai ter", ela pensou, com um sorriso sinistro se formando em seus lábios.

Karine começou a planejar cada detalhe de seu plano. Ela sabia que precisava ser cuidadosa para não levantar suspeitas, mas também precisava ser convincente para que Fred acreditasse que ela realmente estava realmente feliz com seu noivo.

Agora, só faltava colocar o plano em prática. Luana pegou o telefone e discou o número de Lucas, seu noivo. Com a voz doce e convidativa, ela o convidou para tomar um café com ela na empresa. Lucas, surpreso com o convite inesperado, não hesitou e aceitou na mesma hora.

O coração de Karine batia acelerado enquanto ela discava o número de Lucas. A ideia de usar seu noivo como arma para provocar ciúmes em Fred era arriscada, mas ela estava disposta a tudo para fazer Fred sentir o mesmo que ela estava sentindo.

"Lucas, oi!", ela disse, com a voz mais casual que conseguiu. "Sou eu, a Karine. Queria saber se você gostaria de tomar um café comigo na empresa hoje à tarde."

Do outro lado da linha, Lucas ficou surpreso com o convite. Karine nunca havia demonstrado interesse em se encontrar com ele fora do horário de trabalho. "Claro, Karine", ele respondeu, com um tom de entusiasmo na voz. "Adoraria tomar um café com você."

Karine sorriu, satisfeita com a resposta de Lucas. "Ótimo! Te vejo lá às 15h, então."

Desligando o telefone, Karine se sentiu uma mistura de nervosa e empolgada. O plano estava em andamento, e ela só podia esperar que funcionasse.

Fred e Luana retornaram do almoço radiantes, contagiando o escritório com sua alegria. Karine, observando-os de sua sala, sentia uma mistura de emoções: tristeza por ter perdido Fred, raiva por vê-lo feliz com outra mulher e um lampejo de esperança de que seu plano funcionasse.

Enquanto Fred e Luana conversavam animadamente, Karine se preparava para colocar seu plano em prática. Ela precisava ser sutil, mas convincente, para que Fred acreditasse que ela realmente estava interessada em Lucas.

Com passos decididos, Karine cruzou o escritório e entrou na sala de Fred. Assumindo um tom profissional, ela disse: "Fred, preciso falar com você sobre o seu noivado com Luana. Precisamos bolar um plano para anunciar para a imprensa."

Fred, surpreso com a iniciativa de Karine, ergueu as sobrancelhas e questionou: "Precisamos mesmo disso? Por que tanta pressa?"

Karine, controlando suas emoções, respondeu: "É importante que sejamos transparentes com nossos clientes e colaboradores. Além disso, a imprensa já está especulando sobre o relacionamento de vocês. Um anúncio oficial evitará qualquer tipo de mal entendido."

Fred, ponderando sobre as palavras de Karine, concordou: "Você tem razão. Precisamos fazer um anúncio oficial. Mas como podemos fazer isso?"

Karine, com um sorriso profissional, esboçou um plano: "Podemos organizar uma coletiva de imprensa. Lá, poderemos falar sobre o relacionamento, os planos para o futuro e responder às perguntas dos jornalistas."

Fred, ainda hesitante, perguntou: "E se a imprensa começar a fazer perguntas sobre o passado? Sobre você?"

Karine, com a confiança de quem tem um plano na manga, respondeu: "Estaremos preparados para responder a qualquer tipo de pergunta. Vamos ser honestos e transparentes, e não deixaremos que nada estrague este momento especial para vocês."

Fred, convencido pela confiança de Karine, sorriu e disse: "Ok, vamos fazer isso. Confio em você."

A pergunta ecoava na mente de Karine enquanto ela deixava a sala de Fred: "Como ele podia confiar em mim?". A dúvida corroía sua confiança, lançando uma sombra sobre o plano cuidadosamente elaborado.

As palavras de Fred ainda ressoavam em seus ouvidos: "Confio em você". Uma declaração simples, mas carregada de significado. Karine havia se esforçado para manter a compostura durante a conversa, mas por dentro, um turbilhão de emoções a consumia.

 "Fred confiava em mim para ser sua relações públicas, mas não confiava em mim para ser sua noiva"