As palavras de Luana pairavam no ar como um lamento, carregadas de tristeza e resignação. "Tudo isso que aconteceu se tornou uma ferida que ainda não cicatrizou e todos fazem questão de tocá-la", ela disse, com a voz baixa e melancólica.
Fred a observava em silêncio, seus olhos cheios de compaixão. Ele podia sentir a dor que ela sentia, a frustração de ter seus sonhos desfeitos.
"Deve ser idiotice querer tanto alguma coisa", Luana continuou, sua voz quase um sussurro. "Talvez eu devesse ter desistido no início, evitado toda essa dor."
Fred se inclinou para frente, seus olhos fixos nos dela. "O que tem de errado em ter objetivos?", ele perguntou, com a voz firme e convicta. "As pessoas vivem para conseguir o que querem. Você não deveria se contentar com menos do que merece."
Luana não respondeu à pergunta. Seus olhos se desviaram dos de Fred, e ela se virou para olhar para a festa que se desenrolava ao seu redor.
"Talvez você esteja certo", ela disse, com a voz hesitante. "Talvez eu deva tentar novamente. Mas agora, eu só quero voltar para a festa."
O burburinho da festa era abafado por um manto de expectativa enquanto Fred e Luana se aproximavam, de mãos dadas. A promessa de um novo começo pairava no ar, mas antes que pudessem se entregar à alegria, a voz do assistente da mãe de Fred irrompeu no silêncio.
"Sr. Fred, sua encomenda acabou de chegar", ele disse, abrindo uma caixa que revelava um belo colar feminino.
Fred, com o coração batendo acelerado, pegou o colar e observou o brilho das pedras cintilantes sob a luz da festa. O assistente se retirou, deixando o casal a sós mais uma vez.
Com um gesto gentil, Fred ofereceu o colar a Luana, seus olhos transmitindo uma mensagem que suas palavras não ousavam pronunciar.
"Gostaria que você o usasse", ele disse, sua voz suave e melodiosa. "É um presente, um símbolo do meu apreço por você."
Luana hesitou por um momento, seus dedos roçando a superfície lisa do colar. A beleza da joia era inegável, mas algo a impedia de aceitá-la.
"Fred, eu não posso simplesmente aceitar isso", ela disse, sua voz hesitante. "Existe um contrato entre nós, e isso não faz parte do acordo."
Fred sorriu, seus olhos cheios de compreensão. "Luana, os contratos são feitos para serem quebrados", ele disse. "E, neste caso, eu acredito que seria uma mudança benéfica para ambos."
Luana ponderou por alguns instantes, seus pensamentos em conflito. Havia algo no gesto de Fred que a tocava profundamente, uma demonstração de carinho que ela não esperava.
"Se eu aceitar este presente, terei que adicionar uma cláusula ao nosso contrato", ela disse finalmente, seus olhos fixos nos de Fred.
Luana, com o coração batendo acelerado, hesitou por um instante antes de finalmente ceder. Ela ergueu os cabelos, revelando a nuca delicada, e Fred, com um sorriso triunfante, cuidadosamente colocou o colar em seu pescoço.
As mãos de Fred, ágeis e precisas, roçaram de leve a pele de Luana, enviando calafrios de desejo por sua espinha. O aroma doce e inebriante de seu perfume o envolveu, intensificando a atração que ele sentia por ela.
Assim que o colar estava no lugar, Luana se virou, seus olhos encontrando os de Fred. A proximidade era palpável, a respiração deles se misturando no ar carregado de eletricidade.
Seus olhares se prenderam, um no outro, por um breve momento que pareceu durar uma eternidade. Uma tensão sensual pairava no ar, uma promessa de algo mais, algo intenso e arrebatador.
No entanto, Fred, consciente da situação e do local em que se encontravam, foi o primeiro a romper o encanto.
"Vamos voltar para a festa?", ele sugeriu, sua voz rouca e baixa.
Luana assentiu, ainda sob o efeito do momento que haviam compartilhado. Seus olhos, cheios de brilho e desejo, não se desviavam dos de Fred.
Juntos, de mãos dadas, retornaram à festa, como se estivessem em um mundo só deles, alheios ao burburinho e à música que os cercavam.
Ao adentrarem o salão de festas, os olhares se voltaram para o casal como faróis em uma noite tempestuosa. Luana, radiante em seu vestido vermelho, era a personificação da elegância. Fred, ao seu lado, ostentava um sorriso cínico que contrastava com a gentileza de momentos antes.
Enquanto Luana se dirigia à mesa de suas amigas, Ítalo, com um olhar conspiratório, chamou Fred para um canto. Segurando-lhe o braço, sussurrou algo que o fez endurecer.
Ao retornar para Luana, Fred era outro homem. A gentileza deu lugar à grosseria, o sorriso à indiferença. Ele a deixou no meio do salão, como uma boneca descartada, sem se importar com seus sentimentos.
Luana observava, atordoada, a mudança repentina. Seus olhos marejados tentavam entender o que se passava.
Karine, como um predador faminto, aproximou-se de Fred. Ao seu lado, ele se transformava, a bravura se esvaía, a arrogância se dobrava. A presença dela o manipulava como um titere, deixando-o à mercê de seus caprichos.
De longe, a mãe de Fred, testemunhando a cena, aproximou-se de Luana com um sorriso falso. "Parabéns, minha querida", disse ela, com um tom ácido em sua voz. "Você fez seu trabalho direitinho. Os dois já estão se acertando."
Essas palavras foram como um soco no estômago de Luana. A humilhação, a traição, a farsa... tudo se tornou insuportável.
Com o coração dilacerado, ela se afastou, buscando refúgio junto às suas amigas. A noite que prometia ser mágica se transformava em um pesadelo, um lembrete cruel da fragilidade da felicidade.
Como não encontrou suas amigas Luana abatida e humilhada, Luana abandonou o salão de festas, buscando refúgio no jardim. As luzes cintilantes e a música alegre pareciam zombar da sua dor. A grama fresca sob seus pés e o perfume das flores a acalmaram, trazendo um pouco de paz ao seu coração dilacerado.
Em meio à escuridão do jardim, Luana se ajoelhou diante de uma planta, buscando consolo em sua quietude. Segurando suas folhas com carinho, ela sussurrou suas dúvidas: "Eu devo ficar e cumprir esse contrato, ou devo engolir meu orgulho e fugir dessa festa?". A planta, como um sábio confidente, silenciava, deixando que ela encontrasse a resposta dentro de si mesma.
O que Luana não sabia era que não estava sozinha. Fred, movido pela culpa e pela incerteza, seguiu seus passos até o jardim. Observando-a de longe, viu sua fragilidade e a dor que ele mesmo havia causado.
Enquanto ela se levantava, sem jeito por ter sido flagrada em sua conversa peculiar, Fred se aproximou. Seus olhos, cheios de arrependimento, encontraram os dela.
"O que você prefere, Luana?", ele perguntou, sua voz suave e hesitante. "Ir ou ficar?".
As palavras de Fred ecoaram no silêncio do jardim, carregadas de significado. Luana, tomada por uma onda de emoções, não sabia o que responder. A raiva, a decepção, o amor e a esperança lutavam dentro dela, buscando uma voz.

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Contrato de Amor
RomantikLuana Andrade, uma determinada estudante universitária, vê seu mundo desmoronar quando sua bolsa de estudos é repentinamente cancelada. Sem meios para continuar sua educação, ela retorna à floricultura da família, jurando vingança contra Fred Oliver...