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"Boa noite, cunhado! Ela já está indo. Seu cachorro é tão fofinho!" gritava Helo da sacada enquanto acenava para Fred.

"Valeu, hein!", respondeu Fred, com um sorriso amarelo no rosto.

Helo continuou acenando até que Luana apareceu lá embaixo, ao lado de Fred. Ela se aproximou animada, cumprimentando o cachorro ao invés de cumprimentar Fred, que a olhou chateado.

"E aí, garotão", disse Luana.

"Podemos ir?", pediu Fred.

"Podemos", respondeu Luana, levantando-se e ficando ao lado de Fred. Os dois começaram a caminhar, e no meio do caminho Fred percebeu que Luana estava com frio.

"Você está toda arrepiada. Espere, segure aqui!", disse Fred, dando a guia do cachorro para que ela segurasse enquanto ele tirava seu casaco. Ele o retirou e a ajudou a vesti-lo. Luana aceitou de bom grado, pois estava com muito frio. Ele pegou novamente a guia do cão, e eles voltaram a caminhar.

Fred puxou assunto: "Luana, não era isso que eu pedi quando pedi para você se afastar."

"E o que foi então?", perguntou Luana calmamente.

"Desculpa, não dá para entender, cada hora é uma coisa. Primeiro você me expulsa, depois aparece na minha casa de madrugada pedindo para dar uma volta", continuou Fred.

"Talvez eu possa ter sido muito rude hoje. Minha raiva não era com você. Quer saber? Na real, eu não gosto muito que se aproxime mais do que o necessário", respondeu Fred.

"Como assim, mais do que o necessário? Ontem à noite estávamos conversando sobre as estrelas. O que tem isso? Eu não entendo", concluiu Luana.

Ao se aproximarem de um banco, Fred a convidou para se sentar. "Vamos nos sentar um pouco!"

Os dois se sentaram bem próximos, e o cachorro se sentou de frente para eles. Fred começou a falar: "Me escuta, eu não tenho nada para explicar, não precisa. Esse é só o meu jeito. Até porque daqui um tempo o nosso contrato termina e cada um vai para seu lado", disse Fred.

"Entendi. Eu disse que você não pode me tocar fisicamente e eu não posso tocar seu coração. Faz sentido. Mas enfim, o que você quer de mim, Fred?", perguntou Luana.

"Só teve uma razão para a gente fazer esse contrato. A Karine, que nunca tinha sentido ciúmes de ninguém, teve de você", respondeu Fred calmamente.

"Verdade, eu percebi", disse Luana.

"A Karine é uma pessoa direta, determinada. Então, se ela continuar tendo ciúmes", antes de Fred continuar seu raciocínio, Luana o interrompeu com uma pergunta.

"O que você mais admira na Karine?", perguntou Luana, direta.

Fred hesitou antes de responder. "A inteligência dela".

"Nossa, como você é romântico", disse Luana, rindo da resposta de Fred.

"Bem, não tem nada que eu não goste na Karine", respondeu Fred convicto.

"Todo mundo tem alguma coisa", respondeu Luana.

"Não tem? Ela é perfeita!", respondeu Fred.

"Ela é uma mulher perfeita, nossa, você é bem pretensioso", respondeu Luana.

"Sensível, consciente, tem bom gosto", disse Fred.

"Ok, tá bom, já entendi. Ela é uma mulher perfeita", Luana respondeu chateada. "E por que uma mulher perfeita teria ciúmes de uma mulher como eu?", continuou Luana.

Contrato de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora