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Luana, ainda abalada pelo encontro com Fred, não esperava o que ele disse a seguir. Com um tom surpreendentemente calmo, ele a convidou para dançar.

"Você dança comigo, Luana?", ele perguntou, seus olhos fixos nos dela.

Luana, hesitante, ergueu uma sobrancelha em resposta. "Eu não sei", ela disse ironicamente. "Você quer mesmo dançar ou é só parte do seu joguinho?"

Fred, sem se abalar pela provocação, respondeu com naturalidade. "É parte do jogo."

Luana sorriu sarcasticamente. "Claro que é", ela disse, estendendo a mão para ele. "Então eu vou ter que dançar."

Fred a pegou pela mão e a guiou até a pista de dança. A música era lenta e romântica, completamente diferente da atmosfera tensa que os cercava apenas alguns minutos antes.

Enquanto dançavam, Luana observava Fred com atenção. Ele parecia diferente, mais calmo, mais humano. Seus olhos, antes cheios de raiva, agora transmitiam uma certa tristeza.

"O que você está pensando?", Fred perguntou, quebrando o silêncio.

Luana hesitou por um momento, ponderando se deveria ser sincera. "Eu estava pensando em como você é diferente agora", ela disse finalmente. "Mais calmo, mais humano."

Fred desviou o olhar por um instante, como se estivesse lutando contra uma emoção. "Eu só quero que você seja feliz", ele disse, sua voz baixa e quase inaudível.

Luana ficou surpresa com as palavras dele. "Você quer que eu seja feliz?", ela perguntou, seus olhos arregalados de espanto.

Fred assentiu, um sorriso melancólico se formando em seus lábios. "Sim, eu quero", ele disse. "Mesmo que isso signifique que você não esteja comigo."

As palavras de Fred tocaram o coração de Luana. Ela nunca imaginaria que ele pudesse ser tão gentil e atencioso.

"Eu não sei o que dizer", ela disse, sua voz embargada pela emoção.

Fred a abraçou, um gesto inesperado que a deixou sem palavras. "Você não precisa dizer nada", ele disse, seu rosto encostado em seu cabelo. "Apenas dance comigo."

E assim, eles dançaram, em silêncio, unidos pela música e por um sentimento que ambos tentavam compreender. A tensão entre eles havia desaparecido, dando lugar a uma conexão inesperada.

Luana e Fred dançavam em meio à multidão, seus corpos se movendo em sincronia com a música lenta. Os olhares curiosos dos convidados se voltavam para o casal, intrigados pela inesperada cena.

No entanto, um olhar em particular se destacava entre os demais. Os olhos de Karine percorriam a pista de dança, fixando-se em Luana e Fred. Uma dor profunda a consumia por dentro, como se estivesse presenciando a traição de um amor secreto. As lágrimas brotavam em seus olhos, mas ela as conteve com força, recusando-se a demonstrar sua fraqueza em público.

Lucas, seu noivo, observava a cena com atenção, captando a angústia que transbordava do olhar de Karine. Ele sabia que algo não estava certo com o comportamento dela ultimamente, uma mudança que o intrigava e o preocupava.

Desde o dia do surgimento de Luana chegou à cidade, Karine se tornou uma sombra de si mesma. Sua alegria contagiante se transformou em tristeza e melancolia, e seus sorrisos se tornaram cada vez mais raros. Lucas, ciente da paixão que ela nutria por Fred, temia que ela estivesse sofrendo em silêncio.

Enquanto a música suave embalava o casal na pista de dança, Lucas se aproximou de Karine, deslizando a mão em sua cintura com gentileza. "Você está bem?", ele perguntou, seus olhos cheios de preocupação.

Karine se virou para ele, um sorriso triste nos lábios. "Sim, estou ótima", ela disse, tentando disfarçar a dor que a consumia por dentro.

Lucas, porém, não se convenceu. Ele conhecia Karine como ninguém, e sabia que ela estava mentindo. "Você não precisa fingir comigo", ele disse, sua voz suave e acolhedora. "Eu sei que algo está te incomodando."

Karine hesitou por um momento, ponderando se deveria se abrir com Lucas. Ela sabia que ele era um bom homem, alguém que a amava e a protegia, mas o medo de confessar seus sentimentos a impedia de ser sincera.

"Não é nada", ela disse finalmente, desviando o olhar. "Só estou cansada."

A mãe de Fred, Isadora, observava a cena com desdém. Seus olhos penetrantes acompanhavam cada movimento do filho com Luana, seus lábios franzidos em uma linha fina de disapproval.

Embora soubesse que o relacionamento era uma farsa, uma encenação cuidadosamente planejada para enganar a todos, algo no casal a intrigava. Havia uma química inegável entre eles, uma conexão que ia além das aparências.

Isadora conhecia seu filho como ninguém. Ela sabia que ele era capaz de amar, de sentir emoções profundas, mas também sabia que ele era capaz de ser frio e calculista quando necessário.

Naquele momento, ela não conseguia discernir se o que Fred sentia por Luana era real ou se era apenas parte da farsa. Uma dúvida cruel a atormentava: Fred seria capaz de se apaixonar por uma mulher que não fosse ela?

Isadora, consumida pela insegurança e pelo ciúme, decidiu investigar a fundo o relacionamento do filho. Ela precisava saber se Luana era uma ameaça real ao seu domínio sobre Fred, se ela representava um risco à sua posição de mãe e confidente.

Com a ajuda de seus aliados, Isadora começou a espionar o casal, a vasculhar a vida de Luana em busca de segredos e a semear a discórdia entre eles. Ela estava disposta a fazer qualquer coisa para manter Fred sob seu controle, mesmo que isso significasse destruir a felicidade de Luana.

A investigação de Isadora a levaria a um caminho perigoso, repleto de mentiras, traições e revelações chocantes. Ela descobriria segredos obscuros sobre o passado de Fred e Luana, segredos que poderiam colocar em risco a vida de ambos.

No final, Isadora seria obrigada a tomar uma decisão crucial: destruir o relacionamento do filho ou aceitar que ele finalmente havia encontrado o amor verdadeiro.


As amigas de Luana, reunidas em um canto da festa, observavam a cena com sorrisos radiantes. A tensão que pairava no ar momentos antes havia se dissipado, dando lugar a uma atmosfera de leveza e alegria.

Helô, a mais impulsiva do grupo, ergueu sua taça de champanhe em um brinde silencioso. "Ao casal!", ela exclamou, seus olhos brilhando de felicidade.

As outras amigas concordaram, erguendo suas taças em uníssono. O som dos cristais se tocando ecoou pelo salão, como um sinfonia de celebração.

Fifi, a mais observadora do grupo, notou um brilho diferente nos olhos de Luana. Era um brilho de esperança, de felicidade genuína. "Acho que ela finalmente encontrou o que procurava", ela disse com um sorriso terno.

As amigas concordaram, emocionadas com a felicidade de Luana. Elas sabiam que ela havia passado por muito sofrimento, e que merecia mais do que ninguém encontrar a paz e o amor que tanto buscava.

Naquele momento, elas se sentiram orgulhosas de Luana por ter tido a força de superar os obstáculos e seguir em frente. Elas sabiam que ela era uma mulher forte e resiliente, capaz de conquistar qualquer coisa que desejasse.


Contrato de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora