Luana, fitando seu reflexo no espelho, sentia um turbilhão de emoções. A farsa que ela vivia pesava sobre seus ombros como um manto de chumbo. O aperto no peito se intensificou quando Fred bateu na porta."Está pronta?", ele perguntou, adentrando o quarto.
"Não", Luana respondeu, a voz carregada de hesitação. "Estou com um problema... o zíper do meu vestido emperrou."
Fred a observou por um instante, seus olhos percorrendo a figura nervosa diante dele.
"Você não acha que vão estranhar seu noivo aqui dentro com você?", ele questionou, com um tom de ironia na voz.
"Pode chamar uma das meninas para me ajudar então!", Luana retrucou, a frustração crescendo em seu interior.
"Vou chamar minha mãe", Fred propôs, mas a resposta de Luana foi imediata:
"Sua mãe não!".
"Então tá", Fred disse, com um sorriso enigmático nos lábios. "Eu até poderia te ajudar, mas nosso contrato diz claramente que eu não posso te tocar, a não ser que você permita."
Um silêncio constrangedor se instalou no quarto. Os olhos de Fred, penetrantes como raios laser, fixaram-se nos de Luana, desafiando-a.
"E aí, você autoriza?", ele perguntou, a voz baixa e rouca, carregada de uma sensualidade inesperada.
Luana, tomada por uma onda de calor, sentiu seu coração bater descompassado. A tentação era grande, a vontade de sentir o toque de Fred era quase irresistível.
"Eu...", ela começou a dizer, a voz vacilante, mas as palavras se perderam em sua garganta.
Luana balançou a cabeça em afirmação, permitindo que Fred a tocasse e a ajudasse com seu zíper.
Enquanto Fred ajudava Luana a se libertar do zíper do vestido, uma corrente elétrica parecia percorrer seus corpos. A proximidade entre eles despertou sentimentos há muito adormecidos, e ambos se viram mergulhados em uma onda de emoções confusas.
Luana sentiu seu coração bater mais rápido conforme a mão de Fred deslizava pelo zíper, e ela se viu hipnotizada por seus olhos intensos. Ela não conseguia entender por que estava reagindo dessa maneira, afinal, estava com raiva dele por causa da situação com sua mãe.
Enquanto isso, Fred também estava lutando para manter a compostura. A proximidade de Luana o deixava sem fôlego, e ele se viu perdido em seus olhos profundos. Ele sabia que tinha que se desculpar e explicar a situação, mas no momento, tudo o que conseguia pensar era em como ela era incrivelmente bonita.
Quando finalmente o zíper cedeu e Luana se virou para enfrentá-lo, ambos se viram presos em um momento de tensão palpável. Eles podiam sentir a eletricidade no ar, e sabiam que algo havia mudado entre eles desde o último encontro.
Com um suspiro, Fred quebrou o silêncio tenso.
"Luana, eu sinto muito por minha mãe. Eu não esperava que ela reagisse dessa maneira. E eu quero que saiba que estou comprometido com o nosso plano. Eu sei que pode parecer loucura, mas eu realmente acredito que isso pode funcionar."
Luana olhou nos olhos de Fred, vendo a sinceridade em seu olhar. Ela sabia que ele estava tentando consertar as coisas, e uma parte dela queria acreditar nele. Mas ela também sabia que não podia simplesmente ignorar tudo o que havia acontecido.
"Eu não sei, Fred. Esta situação toda é apenas uma bagunça. E eu não sei se posso confiar em você depois do que aconteceu. Mas eu também sei que não posso negar o que sinto quando estou perto de você." "Eu estou ficando maluca com essa situação".
Fred assentiu, entendendo as palavras de Luana. Ele sabia que tinha um longo caminho pela frente para reconquistar sua confiança, mas estava determinado a fazer o que fosse preciso para consertar as coisas entre eles.
_Eu entendo, Luana. E eu prometo que vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para provar que posso ser digno de sua confiança novamente.
Com isso, Luana e Fred se olharam por um momento, reconhecendo a complexidade de sua situação.
Luana se virou mais uma vez para o espelho para ver como seu vestido ficou, e Fred permaneceu em pé atrás dela, admirando-a. Seus olhos se encontraram através do espelho.
Luana, com um sorriso tímido nos lábios, desviou o olhar rapidamente, as bochechas corando levemente. Fred, encantado com a visão, deu um passo à frente, aproximando-se dela por trás. Seus ombros se tocaram no reflexo do espelho, e ele sussurrou em seu ouvido:
"Você está linda."
Luana virou-se, os olhos brilhando de felicidade. Fred a encarou, seus olhares se prendendo em um momento de pura conexão. As mãos dele deslizaram suavemente pela cintura dela, puxando-a para mais perto. Seus rostos se aproximaram, e seus lábios se tocaram em um beijo suave e apaixonado.
O beijo se intensificou, as mãos de Luana se enlaçando no pescoço de Fred. A paixão entre os dois era palpável, eletrizante. As palavras se tornaram desnecessárias, pois seus corpos falavam por si só.
Fred a puxou para mais perto, colando seus corpos. Luana podia sentir o calor dele, a força de seus braços, a paixão em seu beijo. Ela se entregou ao momento, deixando-se levar pela onda de desejo que os consumia.
O beijo se dissolveu lentamente, e os dois se olharam, ofegantes e com os olhos cheios de desejo. Fred sorriu, e Luana retribuiu com um sorriso tímido.
O clima romântico foi abruptamente estilhaçado quando a porta do quarto se escancarou, revelando a mãe de Fred como um furacão humano. Sem o menor pudor, ela invadiu o espaço íntimo dos dois, seus olhos arregalados de espanto e reprovação.
"Meu Deus do céu!", ela exclamou, a voz carregada de indignação. "O que meus olhos estão presenciando? Fred, por favor, me diga que não é o que estou pensando!"
Antes que Fred tivesse a chance de articular uma resposta, Luana, tomada pelo constrangimento, se desvencilhou de seus braços e fugiu do quarto. Ela precisava de ar fresco, de espaço para processar o que acabara de acontecer. O jardim, com seus aromas calmantes e a serenata dos pássaros, se tornou seu refúgio.
Fred, por sua vez, se viu diante de sua mãe, tentando conter a frustração e a raiva que cresciam dentro de si.
"Mãe, pelo amor de Deus!", ele protestou. "Não é o que você está pensando. As coisas não são como parecem."
Mas sua mãe, cega pela fúria e pelo julgamento, não estava disposta a ouvir explicações.
"Não quero saber de desculpas!", ela gritou, batendo os pés no chão. "Como você ousa me trazer essa vergonha? Você me decepcionou profundamente, Fred!"
O jardim, um lugar de paz e tranquilidade, agora se transformava em seu único escape. Entre as flores e os arbustos, Luana buscava refúgio para suas lágrimas, para a dor que dilacerava seu coração. A cena de amor que minutos antes se desenrolava naquele quarto agora era apenas uma lembrança distante, um sonho cruelmente interrompido pela realidade.
Enquanto caminhava sem rumo pelo jardim, Luana tentava em vão conter o tremor em suas mãos e a tempestade de emoções que a consumia. A humilhação, a tristeza, a raiva, a frustração... todos esses sentimentos se misturavam em um turbilhão que a deixava tonta e nauseada.
Em sua mente, as palavras da mãe de Fred ainda ressoavam, como um mantra cruel que a perseguia. "Eu preferia ser cega neste momento." A frase era como um punhal cravado em seu coração, ferindo-a profundamente.
Luana se sentou em um banco de pedra sob a sombra de uma árvore frondosa e cobriu o rosto com as mãos. As lágrimas ainda teimavam em escorrer pelo seu rosto, mas ela as ignorava, preferindo se concentrar na dor que agora a dominava.
Quanto tempo se passaria até que ela pudesse superar essa humilhação? Até que pudesse se livrar do olhar reprovador da mãe de Fred? Até que pudesse esquecer as palavras cruéis que foram ditas?
Naquele momento, Luana não tinha respostas. Só lhe restava o silêncio do jardim, a companhia das flores e a esperança de que um dia, de alguma forma, ela pudesse superar a dor e encontrar a felicidade novamente.

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Contrato de Amor
RomansaLuana Andrade, uma determinada estudante universitária, vê seu mundo desmoronar quando sua bolsa de estudos é repentinamente cancelada. Sem meios para continuar sua educação, ela retorna à floricultura da família, jurando vingança contra Fred Oliver...