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"Bom dia, tia! Você fez sanduíche?", perguntei para minha tia enquanto me dirigia para a mesa de café.

"Sim!", ela me respondeu toda animada. "E são os seus preferidos!", disse, me vendo me sentar à mesa.

"Vamos, me conta tudo, filha", ela insistiu, seus olhos cheios de curiosidade. "Como foi ontem à noite?".

"Mas você viu, tia!", respondi, sendo sincera. "Eu não sei o que eu vi!".

Minha tia me olhou séria por um instante. "Em alguns momentos vocês pareciam apaixonados, em outros pareciam cão e gato brigando", ela disse, com um sorriso malicioso.

"É porque a gente começou a se conhecer melhor", expliquei, tentando despistar.

"É assim que eu gosto de ouvir", ela disse, aprovando. "Vocês estão se conhecendo melhor, e isso é ótimo!".

Enquanto comíamos nossos sanduíches, minha tia me fez mais algumas perguntas sobre a noite anterior. Eu respondi o máximo que pude, mas nem sempre sabia o que dizer. Afinal, ainda estava tentando entender meus próprios sentimentos por Fred.

"Parece que você está confusa, minha filha", minha tia disse finalmente, com um olhar compreensivo. "É normal. O amor é uma coisa complexa. Mas não se preocupe, você vai descobrir o que sente com o tempo."

Suas palavras me confortaram um pouco. Eu sabia que ela tinha razão. Eu precisava dar tempo ao tempo para entender meus sentimentos por Fred.

Depois do café da manhã, me despedi da minha tia e fui para o meu quarto. Eu precisava de um tempo sozinha para pensar em tudo o que havia acontecido.

Sentei-me na cama e fechei os olhos. As imagens da noite anterior passaram pela minha mente: Fred me olhando com aqueles olhos intensos, nossos lábios se tocando, a sensação de seus braços me envolvendo.

Eu não podia negar que sentia algo por ele. Mas o que era esse algo? Era amor? Paixão? Amizade?

Como já era tarde, me arrumei para ir à floricultura. Eu ia encontrar Daina lá, e enquanto a esperava, aproveitei para preparar alguns arranjos que estavam encomendados. Daina chegou e se sentou com aquele sorriso encantador.

"Bom dia para a advogada mais linda do mundo!", eu disse, indo me juntar a ela na mesa.

"Bom dia, amiga!", Daina me respondeu meio desanimada. Ela parecia cansada. "Aí, Lu, porque o meu trabalho tem que ser o mais difícil do mundo?", ela disse reclamando.

"Gata, fala logo com seu pai, que você não quer ser advogada, que você quer ser designer de sapatos!", eu respondi, tentando animá-la.

Daina suspirou. "Eu sei, mas ele não me escuta. Ele acha que eu vou ser uma grande advogada, que vou seguir os passos dele", ela disse, com um tom triste na voz.

"Mas você não tem que seguir os passos dele, Daina", eu disse, colocando minha mão em seu ombro. "Você tem que seguir seus próprios sonhos. Se você quer ser designer de sapatos, então vá atrás disso! Seu pai vai entender com o tempo."

Daina me olhou por um longo momento, seus olhos marejados de lágrimas. "Obrigada, Lu", ela disse finalmente. "Você é a melhor amiga que eu poderia ter."

"Não precisa agradecer, Daina", eu disse, abraçando-a. "Eu estou sempre aqui para você."

Nós conversamos por mais um tempo, e aos poucos Daina foi se animando. Ela me contou sobre seus planos para o futuro, sobre como ela queria abrir sua própria loja de sapatos e se tornar uma designer de sucesso.

Eu estava feliz por ela, e sabia que ela tinha tudo para realizar seus sonhos. Ela era talentosa, criativa e determinada.

Enquanto conversávamos, Helo chegou e se juntou a nós.

"Bom dia, bom dia!", ele disse, toda sorridente. "Sobre o que vocês estavam falando?", perguntou, se sentando ao meu lado.

Eu e Daina trocamos olhares cúmplices. Ela sorriu para Helo e disse: "Estávamos conversando sobre sonhos, Helo. Sobre o que queremos fazer da vida."

Helo se interessou. "Que legal! E quais são os seus sonhos?", ele perguntou para Daina.

Daina ficou um pouco tímida, mas logo se soltou. "Eu sempre quis ser designer de sapatos", ela disse. "Mas meu pai quer que eu seja advogada, como ele."

Helo assentiu com a cabeça. "Eu entendo", ele disse. "Às vezes, os pais não entendem os nossos sonhos. Mas você precisa seguir o seu coração, Daina. Se você quer ser designer de sapatos, então vá atrás disso!"

Daina sorriu para Helo, agradecida por seu apoio. "Obrigada, Helo", ela disse. "Eu precisava ouvir isso."

Helo se virou para mim e perguntou: "E você, Luana? Quais são seus sonhos?"

Eu pensei por um momento. "Eu ainda não sei exatamente o que quero fazer da vida", eu disse. "Mas eu quero ser feliz, e fazer a diferença no mundo."

Helo sorriu. "Esses são ótimos sonhos, Luana", ele disse. "Eu tenho certeza que você vai conseguir tudo o que quiser."

"Se tivéssemos marcado, não teria dado certo", eu disse, me virando para ver Fifi entrando na floricultura. Ela já chegou fazendo perguntas, como era de costume.

"Bom dia, meninas!", ela disse, com seu jeito animado de sempre. "Lu, fala pra gente quem é aquela tal de Karine?".

Todas me olharam, aguardando minha resposta. Eu respirei fundo, sabendo que essa conversa não seria fácil.

"Ela é a ex de Fred", eu disse, a voz baixa e hesitante.

Um silêncio pesado tomou conta da floricultura. As meninas me encararam com olhares surpresos e preocupados.

"Ex?", Fifi repetiu, a voz incrédula. "Mas... vocês estavam se divertindo tanto juntos ontem à noite!".

"Eu sei", eu disse, abaixando a cabeça. "Mas as coisas são complicadas."

"Complicadas como?", Daina perguntou, com a voz tensa.

"Fred ainda não a esqueceu", eu expliquei. "Ele ainda tem sentimentos por ela."

As meninas ficaram em silêncio por alguns instantes, processando a informação.

"Isso é horrível", Fifi finalmente disse, a voz cheia de tristeza. "Você merece alguém que te ame completamente, Luana. Alguém que não fique pensando em outra pessoa enquanto está com você."

Eu concordei com ela. Eu sabia que merecia mais do que isso. Mas meu coração ainda estava preso a Fred, e eu não sabia como me livrar dele.

"O que você vai fazer agora?", Daina perguntou, me olhando com compaixão.

Eu não sabia. Eu não tinha um plano. Tudo o que eu sabia era que precisava tomar uma decisão.

"Eu não sei", eu disse, com a voz fraca. "Eu só preciso de um tempo para pensar."

As meninas me abraçaram, oferecendo seu apoio e compreensão. Eu sabia que podia contar com elas, e isso me deu um pouco de força.

Fifi me olhou nos olhos e disse: "Lembre-se, Luana, você merece ser feliz. Não se contente com menos do que isso."

Eu assenti com a cabeça, as lágrimas nos olhos. Eu sabia que ela estava certa. Mas eu não sabia como encontrar a felicidade.

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