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~EMMA~

Iniciamos a semana muito bem, Jenna é incrível e sempre me surpreende. Ontem foi simplesmente perfeito e espero que hoje não seja diferente; vou dizer a minha mãe que vou sair com George, ela acredita que exista alguma coisa entre nós, mas na verdade vou aproveitar a oportunidade para eu e Jenna irmos à praia.

Assim que ouço o sinal tocar, indicando o fim do sexto período daquela manhã, e o início do meu horário de almoço, saio da sala, sabendo que Jenna me esperava na porta para irmos juntas ao refeitório, assim como todos os dias.

J*- bom dia, amor da minha vida! Estava com saudades. Como você está? - ela diz assim que se aproxima de mim, colocando as mãos em minhas bochechas e me dando um selinho demorado.

E*- bom dia amor! Estou ótima. Também estava com saudade. - começamos nosso caminho ao refeitório.

J*- tudo certo para hoje à noite? Eu estou animada, preparei algumas coisas especiais para a gente! - ela realmente parecia empolgada.

E*- tudo certo sim, amor. George e eu achamos melhor que ele passasse lá em casa pra me buscar, para parecer mais convincente, sabe?

J*- isso é ótimo, e é melhor ainda que assim você não vai ir sozinha até a praia.

E*- não é como se eu não soubesse me cuidar sozinha, mas eu acho uma graça toda essa sua preocupação. - paramos uma de frente para a outra, a alguns metros das portas do refeitório.

J*- eu sei que você é uma mulher independente e que colocaria qualquer um aqui abaixo, mas eu me sinto mais segura em saber que você vai estar bem e acompanhada por alguém de confiança.

Não tive tempo de respondê-la, o zelador da escola apareceu me chamando.

Z*- senhorita Emma. Sua mãe está aqui, ela quer falar com você. Me pediram para levá-la até a coordenação.

No mesmo momento eu e Jenna nos encaramos confusas. O que minha mãe veio fazer aqui? Por quê a essa hora? Por quê não me mandou uma mensagem, ou me ligou...?

E*- ok. obrigada, sr. Stuart. Nos vemos mais tarde ok. As 17:30, nem um minuto a mais, Ortega! - falei já arrumando melhor minha mochila no me ombro.

J*- pode deixar, senhorita mandona Myers! Estarei lá. - ergueu as mãos em rendição.

E*- eu sei que vai, você não se atreveria a faltar. - me aproximei e serei meus lábios rapidamente em sua bochecha direita.

J*- não, mesmo. - como eu amo esse sorriso ladino, que só ela tem! - qualquer coisa, me liga. Eu te amo, se cuida.

E*- te amo. - não pude enrolar mais pois o sr. Stuart, ainda me esperava pacientemente à mais ou menos dois metros de distância.

Nos direcionamos até a coordenação, e de longe já avistei minha mãe, pelo vidro da porta. Ela estava sentada de frente para a coordenadora e em seus lábios ela mantinha um largo... sorriso?

Seu sorriso era tão largo e amigável que chegava a ser bizarro... abri a porta e instantaneamente seu rosto se virou em minha direção.

E.S - Filhota, que bom que chegou! Estava aqui comentando com a coordenadora, a menina brilhante e esforçada que você é! - ela se levantou rapidamente e me envolveu em um abraço apertado, quase sufocante.

Essa não é minha mãe... essa não pode ser a minha mãe...

E*- oi... mãe, tá me apertando... - minha voz saiu falha por causa da falta de ar.

E.S*- oh, desculpe. Apenas estava com saudades do meu bebê! Temos que resolver algumas coisas, por isso vim te buscar. Vamos almoçar juntas! - seu sorriso poderia rasgar seu rosto a qualquer momento, de tão largo que ele era.

Ela não me deu uma oportunidade de resposta, logo se despediu e andou segurando meu braço por todo o corredor, até a saída frontal. Tem algo muito errado com ela...

Assim que entramos no carro, tentei saber o porquê de tudo aquilo.

E*- Mãe... está tudo bem...? - ela simplesmente me ignorou. - O que nós temos que resolver...? - mas elas continuou em silêncio sem ao menos olhar para mim.

Seguimos percurso Você tá em casa. Achei que iríamos almoçar...? Em silêncio, descemos do carro e entramos em casa. Achei que conseguiria fugir para o meu quarto e sair daquela situação constrangedora, mas Ester mais uma vez abra um sorriso gigante e chama por meu nome em um tom calmo e carinhoso.

E.S - Emma, filha! Vamos almoçar?! Já está tudo preparado. - ela está em frente a porta da cozinha, me olhando com expectativa.

E*- ah... sim, mãe. Só vou tomar um banho antes... sabe como é né, passei a manhã toda na escola, estou suada e suja... - tentei mais uma vez fugir dali. Mas assim como a última... em vão.

Em um segundo, seu sorriso sumiu e sua face tornou-se tão séria, quanto todos os dias normais.

E.S*- acredito que minha filha não se importaria de tomar banho mais tarde, ao invés de deixar sua mãe esperando sua boa vontade para almoçar.

Seu olhar era tão assustador, que não me deixou outra escolha, a não ser, descer os degraus que eu já havia subido, e ir almoçar com minha querida mamãe.

Nos sentamos à mesa, uma de frente para a outra. (Realmente, quem nos visse de longe, acharia que somos uma família feliz.) Comemos em silêncio, foi uma refeição rápida.

E.S*- agora, vá para seu quarto e tome seu banho. Conversaremos depois disso.

Não esperei uma terceira ordem, apenas me levantei e fui.

A Garota Do Avião...Onde histórias criam vida. Descubra agora