Capítulo 63

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Quando acordo na manhã seguinte, estou sozinha e nua na cama imensa. Jogado de qualquer jeito numa cadeira, vejo o terno que gosta usava na noite anterior e, não muito longe, meu vestido.

Sorrio e suspiro. Por um momento repasso mentalmente os últimos meses com ele e sinto que estou numa montanha-russa que me agrada muito e não quero que essa viagem acabe nunca.

Meu celular apita. Uma mensagem. É meu pai, dizendo que está indo embora para Sete Quedas. Ligo para me despedir e sorrio ao me lembrar da sua alegria na noite anterior. Gustavo e ele se dão muito bem e para mim isso é muito importante. Combinamos de nos ver no Natal. Então me despeço dele e em breve embarcarei para a Alemanha junto com meu amor.

Deixo o celular na mesinha de cabeceira e reparo no pote de lubrificante — fecho os olhos. Ainda não consigo acreditar nas coisas que tenho feito. Nunca na vida imaginei que pudesse experimentar o sexo selvagem que faço com Gustavo. Cada vez entendo mais o que um dia Gustavo me explicou sobre o tesão. O tesão pode te fazer alcançar limites inimagináveis. Ah, se pode...! Eu que o diga!

Nos últimos meses tenho feito sexo em todos os sentidos da palavra, e Gustavo me compartilhou com homens e mulheres. Pensar nisso me faz sorrir e desejar mais. Se há um ano alguém tivesse me dito que eu faria tudo isso, eu pensaria que essa pessoa estava doida. Mas não. Aqui estou eu, nua na cama de Gustavo e disposta a realizar minhas fantasias e as dele.

Me levanto e, ao sentar na cama, faço uma careta ao perceber que minha bunda está doendo. Com cuidado, ergo o corpo novamente e me sinto estranha ao caminhar. Vou direto para o chuveiro e, quando saio, vejo Gustavo sentado na cama. Ligou o rádio e, assim que me vê, sorri.

— O que houve?
— Minha bunda está doendo.
Sua expressão se contrai e ele murmura:

— Querida... eu te falei pra ter cuidado.
— Ai, Gustavo... acho que vou ter que sentar em cima de uma boia.
Gustavo ri, mas em seguida percebe que estou com a cara séria.
— Desculpa... desculpa.

Com cuidado, me sento na cama e, antes que ele diga qualquer coisa, levanto um dedo e digo:
— Nada de me sacanear sobre isso, tá?
— Tá — responde.

De repente, começa a tocar uma música que faz nós dois rirmos. Gustavo me deita na cama e, achando graça, comenta:
— Como diz a música, estou louco pra te beijar.
E me beija. Aceito com prazer seu beijo e quando sua mão desce pela minha cintura, o telefone toca. Gustavo me solta e vai atender. Após desligar, diz:

— Era minha mãe. Marquei com ela meio-dia e meia no restaurante do hotel.
— Pra almoçar?
— É.
— Esse horário gringo de vocês me mata — respondo, bufando. —Eu tomaria é o café da manhã.

Gustavo sorri e explica:
— Eu sei, querida, mas ela vai voltar a Munique hoje à tarde e quer almoçar com a gente.
— Tá bom — digo. — Você tem um analgésico ou algo do gênero?
— Tenho... na nécessaire.

Gustavo vai pegá-lo, mas se detém e diz, segurando o riso:
— Não se preocupa, querida, as cadeiras do restaurante são macias.

Essa gracinha me faz bufar. Sinto vontade de lhe dizer umas poucas e boas, mas, ao ver seus olhos brincalhões, me seguro e abro um sorriso. Sua felicidade é minha felicidade, e a música que me faz ficar louca para beijá-lo continua tocando.

Dolorida, me levanto e abro o armário. Ali dentro vejo uma calça jeans e uma blusa rosa, mas, como não encontro o que estou procurando, reclamo desesperada:
— Que droga, não tenho nem uma calcinha!
— Não fale palavrões, querida — Gustavo me repreende ao mesmo tempo que me abraça.

— Desculpa, mas tenho que dizer. Você arrebentou todas as minhas calcinhas, e agora não tenho nenhuma aqui pra vestir. E claro... você não acha que vou sair sem calcinha pra almoçar com sua mãe, né?

Achando graça, ele sorri, me entrega o analgésico e responde:
— Ela nem vai saber. Qual é o problema?
Pego uma cueca boxer da Calvin Klein e coloco. Surpreso, Gustavo me olha.

— Nossa! Até de cueca você me deixa excitado, fofinha. Vem cá.
— Nem pensar.
— Vem cá.
— Não... sua mãe está esperando a gente pra almoçar.
— Vamos, amor. Temos tempo ainda!

Nesse instante o notebook de Gustavo apita. Chegou uma mensagem. Eu aviso, mas ele sabe bem o que quer. E o que ele quer sou eu.

Corro pelo quarto, subo na cama e ele se pendura em mim. Me puxa e eu fico rindo. Me beija com voracidade e ao mesmo tempo ri também e tira a cueca que estou vestindo.

Desabotoa sua calça e, sem tirar sua própria cueca, entra em mim. Nos olhamos nos olhos e, enquanto ele entra várias vezes dentro de mim, me sussurra centenas de palavras carinhosas que me deixam louca.

Após essa rapidinha, nos vestimos. Coloco a cueca outra vez, a calça jeans e a blusa rosa, em meio a risadas e beijinhos. Quando pego meu celular, ouço novamente o barulho das mensagens do notebook de Gustavo.

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