Capítulo 62

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No início de dezembro, a mãe de Gustavo aparece em Madri para ver com os próprios olhos como está o filho. Ela me conta que José Rafael viria com ela, mas aprontou das suas e ela o proibiu de vir, deixando-o com a babá. Sua felicidade ao ver Gustavo tão feliz é total, ainda mais quando falamos da nossa mudança para a Alemanha.

Jussara se emociona. Saber que seu filho vai voltar para casa a enche de alegria e dá para ver isso em seu olhar.

Nessa noite, quando chego ao restaurante e vejo meu pai e minha irmã com meu cunhado Vetuche esperando a gente, fico radiante. Gustavo organizou tudo sem me dizer nada. Quer que nossas famílias se conheçam e que nossa relação seja totalmente oficial.

Fico feliz com a surpresa, ainda mais quando meu pai me dá um beijo e murmura:
— Você vale muito, moreninha, e ele sabe disso.

A alegria que sinto ao escutar meu pai e ver sua cara de orgulho é indescritível. Ele quer o melhor para mim e sabe que Gustavo é minha felicidade.

Felipe e Bruna também chegam para o jantar e, quando acho que não vai chegar mais ninguém, Letícia aparece com um amigo.
Todos brindam a nós dois, e eu e Gustavo nos entreolhamos feito bobos. Mal posso acreditar que tudo isso está acontecendo comigo.

Encontrei o amor quando menos procurava e com a pessoa que menos esperava. Gustavo é meu mundo e minha vida e nada, absolutamente nada, pode atrapalhar minha felicidade e minha alegria.

Meu namorado maravilhoso está lindo com seu terno escuro e sua camisa azul. Veste-se de um jeito tão elegante que às vezes fico preocupada em não estar à altura. Seu olhar me deixa louca. Sei o que ele está pensando. Sei o que deseja. Me aproximo e murmuro:

— Quero ir logo pro hotel.
— Hummmm, você está ficando mesmo depravada, querida — cochicha e me dá um beijo no ombro.

Sorrio, enquanto todo mundo janta tranquilamente ao nosso redor.
— Tão depravada quanto você. Não penso em mais nada além de...
— Sexo?
Faço que sim e ele sorri.

— O que acha de brincarmos um pouco essa noite?
Seus incríveis olhos claros me encaram.
— Você quer que a gente brinque hoje à noite?
Arregalo os olhos e sorrio mais uma vez.
— Quero.

Gustavo enfia um pedaço de carne na boca e, após mastigar, me pergunta no ouvido:
— Algum joguinho em especial?
Coço a bochecha e dou de ombros.
— Alguma coisa que seja para os dois.
Gustavo concorda com um gesto de cabeça.
— Ok. Vou fazer uma ligação.

Saber disso mexe com meus nervos, e a cara que estou fazendo deve ser tão ridícula que ele murmura em meio a risinhos:
— Muda essa cara, sua safadinha.
Nós dois sorrimos e já não consigo parar de pensar no que nos espera no hotel.

Quando o jantar acaba, minha irmã e meu cunhado levam meu pai para a casa deles e Jussara volta ao hotel. Bruna e Felipe também se despedem, Glen está com um pouco de febre e ela está preocupada.
Peço a Gustavo para que a gente volte ao hotel, mas ele, animado, me convence a sair para beber com a irmã dele e o amigo dela.

Aceito de má vontade. Mas, para provocá-lo, não paro de sussurrar em seu ouvido que estou pronta para o que ele quiser. E atinjo meu objetivo. Dá para perceber pelo jeito que me olha, mas ele decide me fazer sofrer um pouquinho mais.

Como sou eu quem vive em Madri e conhece os lugares mais descolados, eu os levo ao Toopsie, longe de onde eu poderia encontrar meus amigos. Se vissem Gustavo, ficariam boquiabertos. De terno escuro, não tem nada a ver com as tatuagens e os piercings dos meus amigos. Isso me diverte. E acho que, de certo modo, é exatamente isso, além de sua personalidade forte, o que fez com que eu me apaixonasse por ele.

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