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Lucy Gray

Lucy Gray começou a despertar lentamente da escuridão que a envolvia, sua mente se desvencilhando dos vestígios do torpor que a dominavam. Uma sensação de peso a envolvia, como se estivesse imersa em algodão, mas o desconforto físico começava a se insinuar em sua consciência, algo estava errado. Ela tentou recordar como havia chegado ali, mas as memórias pareciam distantes, quase inatingíveis.

Inicialmente, sua visão se encontrava turva, uma névoa difusa que envolvia suas percepções, mas aos poucos o ambiente ao seu redor começou a tomar forma. Uma claridade intensa invadiu seus olhos quando finalmente os abriu, forçando-a a piscar algumas vezes para se adaptar à luminosidade. Ao seu redor, objetos começaram a se delinear, revelando um ambiente que ela reconheceu vagamente como sendo semelhante à descrição feita por Coriolanus sobre o laboratório da Dra. Gaul.

Lucy Gray percebeu, então, que seus pulsos estavam firmemente presos aos braços de uma cadeira desconfortável por fita adesiva cinza. Uma sensação de angústia e impotência a invadiu quando tentou movimentar-se, percebendo que estava completamente imobilizada.

Foi então que um homem trajando uniforme militar surgiu diante dela, segurando uma prancheta em mãos. Uma etiqueta no uniforme identificava-o como Meisur Sanlith. Ele virou a prancheta na direção de Lucy Gray, revelando um desenho que ela reconheceu imediatamente como sendo o de seu próprio rosto.

— Você sabe por que chamam isso de retrato falado? — indagou Meisur, enquanto se aproximava dela.

— Não — respondeu Lucy Gray, sua voz soando fraca e rouca em meio à tensão que a dominava.

— Eu também não — continuou ele, num tom casual — Mas é curioso. Fica idêntico, olhos, nariz, boca... só muda o penteado. Quem ajudou a fazer foi aquela pobre moça. A Sophia. A puta.

Uma onda de repulsa e indignação perpassou o corpo de Lucy Gray diante do desdém com que Meisur se referia à garota. Ela fechou os olhos por um instante, buscando encontrar alguma calma dentro da tempestade que se formava em sua mente.

Enquanto isso, Meisur continuava sua inspeção, aproximando-se o suficiente para tirar uma mecha de cabelo de Lucy Gray que caía sobre seu rosto.

— Você é muito bonita — comentou ele, com um tom que oscilava entre a admiração e a ameaça implícita. — Entendo porque o filho de Crassus Snow é louco por você. Eu... se tivesse uma garota assim, preferia morrer do que entregá-la à Capital.

Lucy Gray lançou um olhar desafiador para Meisur, seus olhos brilhando com uma mistura de raiva e determinação.

— Por que não me mata logo? — perguntou ela entredentes, desafiando-o.

Meisur respondeu com uma risada irônica.

— Bonita e corajosa.

— Qualquer coisa é melhor do que ficar ouvindo sua voz — retrucou Lucy Gray, seus dentes cerrados.

— Logo você não vai estar tão irônica assim.

Apesar do pânico que a dominava, Lucy Gray não demonstrou medo, mantendo-se firme e confiante.

— Tenho certeza que não. Agora é a hora de você chamar quem realmente manda aqui, vai lá e chama a Dra. Gaul.

Meisur se aproximou dela com um ar ameaçador, segurando seu rosto com força para forçá-la a encarar seus olhos.

— Você vai me obedecer... É minha prisioneira, e aqui você fará o que eu quiser — declarou ele com autoridade.

Passando o polegar nos lábios de Lucy Gray com uma grosseria calculada, ele abruptamente encostou os lábios nos dela, tentando intimidá-la com sua proximidade invasiva. Lucy Gray, porém, não estava disposta a ser dominada, nem mesmo em uma situação tão vulnerável. Num movimento rápido e preciso, ela mordeu o lábio inferior de Meisur com firmeza, fazendo-o gritar de dor enquanto recuava, uma linha vermelha de sangue brotando do local ferido.

𝗘𝗖𝗟𝗜𝗣𝗦𝗜𝗦 |Coriolanus Snow x Lucy Gray [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora