Capítulo 3

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Pov Jenna

Acordei com uma ressaca desgraçada, sem a menor ideia de onde estava. Olhei ao redor, tentando reconhecer o quarto. Ao me levantar, notei Moosa no chão.

— Moosa? — me agachei e o sacudi — Por que você não está na cama, seu idiota? — ele se mexeu e resmungou.

— Talvez porque você me expulsou da minha própria cama? — ele falou ainda de olhos fechados.

— Isso é impossível, você deve ter caído — me levantei e fui até o espelho para ver minha aparência.

— Não? Eu vou te mostrar o vídeo — ele disse, abrindo os olhos — cadê meu celular, droga... achei — não demorou muito para ele aparecer na porta com o celular voltado para mim, mostrando um vídeo em que eu parecia estar bêbada na balada — Você não estava bêbada, estava drogada — ele trocou de vídeo, mostrando um em que eu estava fazendo um escândalo para que ele saísse de perto da cama — Você deu trabalho ontem — disse ele, enquanto eu saía do banheiro.

— Moosa, meu pai não pode saber disso — falei, já em desespero.

— Relaxa, o pior a gente nem gravou — ele riu e deu um sorriso de canto, o que me fez levantar as sobrancelhas.

— O que foi pior do que eu ter me drogado? — ele veio até mim, pegou meus braços e me mostrou meu pulso.

— Que merda é essa? — corri de volta para o banheiro, olhei para o meu pescoço e estava todo roxo — Eu tenho uma reunião hoje com meu pai, que droga... Aliás, que horas são?

— São meio-dia — ele disse, e eu fechei os olhos, estressada.

— Meu pai vai me matar.

— Sorte sua — ele riu — Vamos, eu te levo em casa — disse ele, e eu peguei minhas coisas e saí da casa dele.

Cheguei em casa e subi correndo as escadas, ignorando os avisos de Gael, o segurança do meu pai, que estava lá para me levar até a empresa a pedido do meu pai. Assim que cheguei no meu quarto, tomei um banho rápido, procurei uma roupa no closet e tentei fazer uma maquiagem que escondesse as marcas no meu pescoço. Mas levei um susto ao ver minha cintura, estava roxa também. Felizmente, a roupa cobriria. Saí do quarto à procura de Gael, que me levou até a empresa.

— Pode entrar — foram as palavras do meu pai depois que bati na porta. Eu poderia ter pedido à secretária dele para avisar que era eu, mas não queria irritá-lo ainda mais.

— Pai, me desculpe por não ter comparecido à reunião — eu sabia que ele não aceitaria, mas tinha que assumir meu erro.

— Desculpas? Francamente, Jenna, você sabia o quanto essa reunião era importante para mim, para você, para o seu futuro! — ele me olhou furioso e eu engoli em seco — Se quer ter uma carreira bem-sucedida, minha filha, seja responsável — ele fez sinal para que eu me sentasse — Você sabe o quanto eu odeio brigar com você e tirar as coisas de você, então por isso, Jenna, mais um deslize desses e você perde o cargo de liderança.

— Pai, você não pode fazer isso, por favor, você sabe o quanto eu quero isso.

— Não estou tirando nada ainda, só estou te avisando: mais um deslize e você perde o que é de direito seu para alguém qualquer — disse ele, pedindo para eu sair da sala e procurar a secretária dele para me passar as informações da reunião.

Três meses se passaram sem que eu pudesse ir a uma festa ou sair com meus amigos. Meu pai, por algum motivo, arrumou muito trabalho para mim na empresa, e à noite eu estava ocupada na faculdade. Eu sabia que ele estava fazendo isso para que eu tomasse um pouco de juízo.

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