Capítulo 16

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Pov Jenna

Talvez Sasha tenha razão ao dizer que eu deveria parar de implicar com Emma. No começo, eu tinha alguns motivos para não gostar dela, mas com o tempo percebi que ela não tinha culpa de o meu namorado nunca tê-la esquecido. Isso me incomodava, pois sabia que Julio nunca me amaria da mesma forma que a amava a ela. Que obsessão louca era essa que ele nutria por ela? Era evidente que não era amor. Será que ele ficou tão perturbado por ela ter dito não a ele que não consegue aceitar que as coisas mudaram ao longo dos anos?

Por que eu, uma Ortega, com todos aos meus pés, sendo a mulher mais jovem da indústria empresarial com grande poder e influência em Los Angeles, filha de um dos empresários mais conhecidos da Califórnia, estava me rebaixando por alguém como Julio?

Será que era amor que eu sentia por ele, ou será que eu tinha por ele a mesma obsessão que ele tem por Emma? Ou será que é porque sei que meu pai o aprova como meu namorado e o considera o homem ideal para estar ao meu lado para sempre? Será isso? Ou será que me importo tanto em manter as aparências diante do meu pai? Não sei, só sei que as coisas não podem continuar assim. Preciso resolver isso, não posso suportar viver ao lado de alguém que não me ama de verdade, que só pensa em outra pessoa e nem se esforça para esconder isso.

As palavras de Sasha não saíam da minha cabeça, a maneira como ela descrevia Julio como um louco obcecado por sua irmã me assombrava. A forma como ela o criticava e o acusava de ter feito algo terrível para sua irmã também me assustava. A ideia de ele ser um homem obcecado e sem limites era perturbadora, principalmente para alguém que aparentava ser carinhoso e atencioso. O ódio de Sasha ao falar do passado com sua irmã me fez perceber que ele era realmente uma pessoa má, mesmo que ele próprio não se desse conta disso.

— Você tem certeza disso? Tem certeza de que vai terminar um relacionamento de anos por besteira? — Julio falava com lágrimas nos olhos.

— Besteira? Eu não quero estar com alguém que não me ama e que ama outra! — gritei pela milésima vez. Julio estava me irritando a cada minuto que passava.

— Porra, Jenna, eu estou tentando esquecê-la — eu neguei com a cabeça, peguei minha bolsa e me levantei para ir embora. — Jenna, por favor, me dê uma chance, uma última chance, por favor — ele segurava meu braço com certa força. — Eu te prometo que não existirá mais essa mulher em minha cabeça, eu te amo, caramba — ri ao ouvir aquilo e me soltei do seu braço.

— Me ama e pensa em outra? Me poupe, Julio — fiz sinal de que iria sair de sua casa, mas ele me segurou mais uma vez.

— Por favor — as lágrimas não paravam de sair de seus olhos, aquilo estava me destruindo, eu amava aquele idiota. — Porra, eu juro que estou tentando esquecer aquela mulher da minha cabeça, mas porra, é difícil! Você nunca teve alguém que te marcou tanto que não saiu da sua cabeça? Eu gosto de você de verdade, mas ela não sai da minha cabeça. Eu quero você, porque é você que me faz bem — Julio então juntou nossos lábios e eu fiquei paralisada, não sabia o que fazer.

— É a sua última chance, Julio — falei assim que ele desgrudou nossos lábios.

— Eu vou te mostrar que meu amor por você é verdadeiro — ele sorriu e eu fui embora da sua casa.

E eu te prometo, Julio, que vou errar com você primeiro antes que você erre comigo, afinal, quando lemos um livro várias vezes, já sabemos o final. E aquele pensamento de traí-lo voltou com tudo depois de ouvir tudo o que ele falou para mim. Como ele tinha coragem de admitir na minha cara que amava outra? Mas ele vai ter o que merece, não vou esperar para que ele vacile comigo novamente.

Era final de semana, o dia perfeito para me divertir. Chamei meus amigos de sempre para irmos à balada que frequentamos regularmente, e lá estávamos nós, nos divertindo e aproveitando a noite. Decidi não me importar em beber além da conta e correr o risco de trair Julio novamente.

Crossed DestiniesOnde histórias criam vida. Descubra agora