Capítulo 11

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Pov Emma

— Ai, Emma, o Dom disse que hoje a entrega vai ser feita de carro — Robison, meu colega de trabalho, me informou enquanto já estava arrumando as coisas na moto.

— Você vai dirigir, né? Você sabe que eu não sou muito fã de dirigir carro — comentei, encostando na parede.

— Eu? Não, o Dom pediu para você. Eu vou de moto com as outras entregas — ele respondeu. Eu não disse nada e simplesmente fui em direção à sala do Dom, meu chefe.

— O que você quer, Emma? — Dom era um folgado do caralho, mas também era a porra do meu chefe. O desgraçado tinha 23 anos, um pouco mais velho que eu.

— Qual é, Dom? Vai me colocar para dirigir carro? Sério mesmo? — ele riu e colocou os pés em cima da mesa, começando a beber seu refrigerante.

— Emma, por favor, é só um carro, qual é o problema?

— Da última vez, quase morri, lembra? — falei, me referindo à vez em que bati o carro na traseira de outro porque não tenho o costume de dirigir, só de andar de moto.

— Ah, Emma, isso já faz tempo. Você precisa sair um pouco da sua zona de conforto.

— Mas por que logo eu? O Robison está lá para isso — ele revirou os olhos.

— Você é chata pra caramba. Eu sou o chefe, você não deveria me desafiar assim. Eu posso te demitir.

— E dane-se? Eu vou embora agora mesmo, se quiser — ele riu, pensando que eu não teria coragem de fazer o que disse — Eu quero meu seguro, tá ligado? — falei, me virando para sair da sala.

— Qual é, Emma? Vai mesmo largar o emprego só porque eu te coloquei para dirigir um carro? Já vi que você não vai desistir disso, então tudo bem, você pode continuar fazendo as entregas de moto, mas você tem que dar um jeito de entregar todas aquelas encomendas ainda hoje — ele falou um pouco irritado. — Vou mandar o Robison no carro e você vai de moto — ele voltou a colocar os pés em cima da mesa e me chamou antes de eu sair — Sem confusão, Emma Myers — revirei os olhos e saí da sala dele.

— Vamos lá, cara, pega o carro — falei assim que cheguei perto de Robinson.

Tínhamos que entregar pizzas e hambúrgueres em um bairro bem famoso aqui na cidade. Ironicamente, eu tinha um pressentimento de que não ia gostar. Da última vez que estive em um bairro assim, as coisas não deram muito certo. Robinson estacionou em frente a uma casa luxuosa, onde uma música não muito alta estava tocando.

— Ótimo, uma festa — Robinson revirou os olhos assim que saiu do carro. Ele odiava fazer entregas em festas.

— Vai lá e toca a campainha, vou organizar as coisas aqui — ele foi em direção à porta, e eu me virei para pegar as encomendas.

— Ei, mana, mandaram a gente por esse caminho — olhei para ele, que apontava para uma entrada que parecia levar ao fundo da casa.

Eu e Robinson estávamos ferrados. Aquelas caixas estavam pesadas pra caramba, tinha muita comida ali, e aposto que a maioria vai acabar no lixo.

— Agora sou eu que estou com vontade de matar o Dom — Robinson reclamou pela milésima vez — Estou morrendo de sede e preciso ir ao banheiro. Coloca logo essa porcaria aí, Emma, e vamos embora — ele falou totalmente estressado.

— Aqui tem banheiro, sabia? — uma voz seguida de risadas foi ouvida no local.

— Muito gentil da sua parte, mas já estamos de saída — aquilo fazia parte do contrato, não podemos ter contato com o cliente além de fazer as entregas. Nada de aceitar água ou usar o banheiro e fazer algo suspeito, porque se algo der errado, podemos acabar na cadeia.

Crossed DestiniesOnde histórias criam vida. Descubra agora