Capítulo 8

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Uma semana tão desgraçada como essa não tinha tido antes, eu definitivamente odeio aquela filha da puta da Jenna. A minha vontade era de arrebentar a cara dela igual aos meus adversários de luta. Ela pensa que pode me fazer de otária e que tudo vai ficar como ela quer, mas ela está muito enganada. De algum jeito, aquela desgraçada pegou um ódio de mim. Eu até tentei dar uma chance, mas ela conseguiu o que queria, aquela puta do caralho. Ela fez de tudo para ferrar com minha reputação na escola.

Depois da nossa conversa nada agradável no estacionamento, ela quis se mostrar a fodona e me denunciou à direção. Eu levei um aviso, mas até aí, normal. Mas no treino, onde nos víamos praticamente toda semana, ela fazia de tudo para me irritar no jogo e me fazer de vilã. Como por exemplo: ela me irritando a partida inteira e depois caiu de propósito, levando o treinador a ficar do lado dela, e eu me irritei ainda mais e quis quebrar tudo, principalmente a cara dela. E não tinha um treino que nós não brigávamos e o treinador já estava de saco cheio com a nossa cara e ele, quando estava bravo, era insuportável.

— Mais uma gracinha dessas e vocês duas vão para o banco! — ele gritou. Era o nosso primeiro jogo e eu e Jenna parecíamos que estávamos jogando uma contra a outra — Agora vamos para o campo, se a juíza parar esse jogo mais uma vez por causa de vocês duas, já sabem — ele falou e passou as mãos no cabelo, irritado pra caralho.

— Foda-se, eu tô pouco me fodendo pra essa merda de jogo — falei já sem controle nas minhas palavras. O treinador nada me falou, apenas fez sinal para que eu voltasse para o campo.

Voltamos para o jogo e começamos a jogar. Eu estava no meu ritmo novamente porque aquela otária me tirou isso há minutos atrás. O time adversário não era nem forte, mas estávamos perdendo porque Jenna deu vacilo no primeiro gol e eu no segundo. Ela me provocava mais do que jogava. Eu estava quase lá, juro. Estava com a bola perto do gol, mas a demônia apareceu na minha frente e tirou a bola do meu pé, pronta para chutar a bola. Mas eu não iria deixar isso acontecer. Meu time que me desculpe, mas hoje a gente perde esse jogo. Vi ela chutar a bola e a goleira já se preparava para deixar a bola entrar, mas o milagre aconteceu para elas. Um milagre chamado Emma Grace Myers, que deu um carrinho tirando a bola do gol. Eu vi a goleira sair correndo até ao seu time, que pulava de alegria, enquanto eu tinha minha mão no chão. Mas levantei rápido vendo Jenna vir na minha direção rapidamente. Ela já chegou me empurrando e eu me desequilibrei um pouco. Eu não sou otária e lhe dei um empurrão tão forte que ela foi parar no chão. Mas ela, teimosa do jeito que é, veio novamente na minha direção. Eu já me preparei para lhe dar um soco, mas algo me puxou com força. Era Lizzy, a salvação de Jenna, que sorte essa filha da puta tem.

— Por que você fez aquilo, sua idiota? Nós iríamos empatar — algumas meninas seguravam ela enquanto Lizzy me segurava com força. Mal sabe ela que não poderia me segurar.

— Você joga sujo, Ortega! Eu estava quase fazendo esse gol, mas você, como sempre, querendo se mostrar. Onde já se viu tirar a bola do seu parceiro? Burra, burra, burra! Isso é o que você é. Conseguiu o que queria, perdemos o jogo — eu olhei para o treinador que nos olhava apenas vendo até onde iria o nosso show — É uma pena que no próximo jogo você não vai jogar, estará no banco e nem vai servir para reserva — eu ri da cara dela de raiva, ah, como aquilo era gostoso. Ela achava que só ela sabia provocar — E eu tô pouco me fodendo para essa desgraça de jogos, eu tô fora dessa merda. Prefiro fazer a multiplicação do Enem — saí caminhando fundo pelo campo em direção à saída.

— Você é mais trouxa, mas você vai me pagar por isso, sua desgraçada filha da puta.

Agora meu sangue ferveu de verdade. Eu e minha mãe não poderíamos ter mais contato, mas aquela mulher fez de tudo para me dar uma boa educação. Mesmo depois de sair de casa, ela foi atrás de mim muitas vezes para me ajudar, mas eu que quis sumir da vida dela. Mas eu não vou deixar uma qualquer falar da minha mãe, não. E a faculdade que se foda, eu posso ser expulsa agora, mas foda-se. A velocidade com que me virei foi impressionante. Lizzy nem se meteu na frente. Vi o treinador vindo na minha direção, mas desviei dele como um flash. Jenna também não estava com a cara boa e também veio na minha direção. Ninguém poderia fazer nada, a merda já estava feita. Só senti minha mão na cara dela e um chute no meu abdômen. Ela até que era boa de briga, deve andar fazendo academia. Ah, é mesmo, ela é a patricinha da zona sul.

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