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Yuri

Tem um animal tocando a campainha faz uns dois minutos, até desisti de fingir que não tem ninguém em casa. Mas a raiva permanece, se a pessoa não atendeu depois do segundo toque desista. Ou ela não tá ou só não quer te atender.

Me levantei e me arrastei até a porta. Alice nem saiu do quarto, a garota tem um sono pesado. É bizarro.

Assim que eu abro a porta dou de cara com o Nanami e outro cara que eu nunca vi na vida.

Ver esse imbecil logo cedo é mau presságio.

- Ótimo. O pai piscicopata do meu bebê tá na minha casa, e trouxe visita.

- Você recebe todos os seus convidados assim? - analiso meu corpo na calcinha boxer e na blusa que não é muito comprida. Ele já me viu pelada mesmo.

- Não Kento. Eu recebo os meus visitantes completamente nua, afinal sou uma promíscua.

- Que madura - ele entra no meu apartamento sem minha autorização.

- Licença - o outro rapaz passa por mim. Olha só, alguém com educação.

- Você se incomoda em por uma roupa? - o maldito analisa a sala do meu apartamento.

- Se tá tão incomodado não olhe pro meu corpo e sim pro meu rosto. O que você quer aqui? - vou pra cozinha e ele me segue.

- Vim te apresentar o Luke - o rapaz acena em cumprimento.

- O que é isso? Delivery de homem? - me sirvo de um copo de suco - eu não posso pegar qualquer um, então você traz os qualificados? - encaro o tal Luke - Você tem bom gosto, ele é gatinho.

O rapaz me olha espantado e sai de fininho da cozinha.

- Você só pensa em sexo gatota?

- Não, também penso em mil e uma formas de te matar sem terminar em prisão.

- Ridícula. Eu vim te apresentar o Luke porque ele vai ser seu segurança particular a partir de hoje.

- Não preciso de segurança.

- Precisa sim.

- Meu pai...

- Ninguém liga pro seu pai. Você vai conviver com o Luke na sua cola e isso não é negociável. E o Ander ainda vai seguir vocês.

- Então me explica. Por quê mesmo eu preciso de segurança? Você vai concorrer a presidência e não quer me contar?

- Eu quero que você e esse bebê fiquem bem. E preciso que você coopere pra isso. Tudo bem? Você pode fazer isso?

- Você vai me deixar no escuro? Você não pode deixar um homem estranho na minha casa e achar que eu vou ficar de boa com isso. Ele é um estranho qualquer pra mim, você é um estranho qualquer pra mim.

- O Luke é de confiança. Não vai te fazer mal. E eu não sou um estranho qualquer, sou o pai do seu filho.

- Ser o pai do meu filho não te torna menos estranho pra mim.

Ele vai até a geladeira e pega a foto da minha última ultrassom. Alice ficou toda boba e pendurou na geladeira.

- Eu não estava fodendo alguém. Eu tive um imprevisto na empresa.

- Claro - ele me encara - O que? Não espera que eu confie cegamente em você né? Seria muita burrice da minha parte.

- Você é muito rancorosa pra alguém tão baixinha. - Reviro os olhos.

- E você é um filho da puta.

- Bom, só vim apresentar o Luke. Quando é a próxima ultrassom? Ou exame sei lá...

- Próxima semana. Vou descobrir o sexo do bebê pro chá revelação.

- Vai fazer um chá revelação?

- Sim. Mas não se preocupe, não conto com a sua ilustre presença. Com certeza você tem coisas mais importantes pra fazer.

- Eu não vou faltar.

- Claro. Mas não me culpe por não depositar minhas esperanças nisso. Você não me passa a vibe de quem cumpre promessas.

- Seu desprezo por mim não vai dar em nada. Você está ligada à mim pelo resto da sua vida - ele se aproxima de mim e o polegar dele roça por cima da minha barriga - Somos pais desse bebê, isso é o maior laço que poderíamos ter.

Ele levanta a blusa na maior cara de pau e encara a minha barriga.

- Cadê a educação? - abaixo minha blusa - Nunca te ensinaram bons modos?

- É meu filho. Tenho o direito de tocar nele, não posso fazer nada se ele tá dentro de você.

Fico encarando ele. Nunca xinguei alguém em tão poucos segundos como acabei de xingar esse abutre na minha mente.

- Você tem direito de tocar no seu filho então espere ele nascer. Você não tem direito de tocar em mim - ele sorri.

- Nem eu, nem ninguém. Aproveite o seu celibato.

- Vamos ver...

- Vamos sim - ele tira o cabelo do meu rosto e põe atrás da minha orelha - Você não faz ideia de onde se meteu Yuri.

- Hunm... - ok, isso me deu um arrepio nada bom.

- E mantenha suas mãos longe do segurança. Seria trágico se ele fosse assediado no trabalho dele.

- Não será assédio se ele quiser - abro um sorriso - Que foi? A mamãe aqui tá com tudo em cima!

- Toma vergonha ma cara garota. Você é mãe agora.

- Você acha que mães não transam? Você não tem uma irmã mais nova? Como você acha que ela foi feita?

Meu chefe NanamiOnde histórias criam vida. Descubra agora