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Yuri

Sinto alguém tocando o meu rosto e abro os olhos encarando o Nanami com a Nataly no colo.

Faz duas semanas desde que voltamos pra casa. Antes da Naty nascer tínhamos combinado que ela ia dormir no quarto dela, mas quando voltamos do hospital surtamos e trouxemos ela pra dormir no nosso quarto.

Ficamos com medo de deixar ela longe, ela vai dormir com a gente até os 3 meses. Bom, esse é o combinado.

- Oi? - minha voz sai rouca.

- Fiquei com ela o máximo de tempo possível, mas agora ela quer mamar.

Me sento encostada na cabeceira e abro o sutiã e amamentação.

- Vem com a mamãe, amor - Nanami põe ela no meu colo - Sabe! - resmungo colocando o peito na boca da neném - Se você produzisse leite materno, ela nem ia sentir a minha falta.

- Também não é assim - é sim.

Nanami passa tanto pano pra essa garota.

Nanami senta do meu lado e liga a tv, não gosto que o quarto fique um silêncio. A tv tem que está ligada mesmo que eu não vá assistir.

- Você trocou a frauda dela? - pergunto.

- Sim e com certeza é a pior parte da paternidade.

Pior parte? Vamos esperar ela chegar aos 16/17 anos...

Vamos ver se o Nanami vai conseguir lidar com os namoradinhos dela.

Naty mamou por longos minutos até capotar. Nanami colocou ela no berço e nós se deitamos pra dormir.

Nanami tentou me abraçar por trás mas eu evitei, deitei perto dele mas sem muito contato.

Meu corpo ainda não voltou a ser do jeitinho que era antes da gestação e isso me incomoda pra caralho.

Não me arrependo da minha neném, mas minha autoestima tá lá embaixo.

[...]

Quando acordei nenhum dos dois estava no quarto. Me arrumei e fui pro primeiro andar.

Nanami tá sentado em uma mesa mexendo no computador e tá balançando o carrinho com a perna.

Me aproximo por trás e abraço o pescoço do loiro.

- Bom dia - beijo a bochecha dele.

- Bom dia, amor.

- Por que não me acordou pra ficar com ela enquanto você trabalha? - encaro a bebê dormindo no carrinho.

- Não queria acordar você. Sei que ela acordou três vezes de madrugada pra mamar. Você estava cansada.

- Você acordou comigo nas três vezes.

Ok, Nanami não tá fazendo mais que a obrigação dele como pai. Mas eu fico grata por ter achado um bom pai pra Naty, tem uns por aí que jogam tudo nas costas da mãe.

Nanami pode ter muitos defeitos, mas ninguém pode questionar ele como pai. Ele é um pai nota 10.

- Já tomou café? - pergunto.

- Já. Mas mandei a Eva deixar a mesa posta pra você.

- Obrigada. Vou comer rapidinho antes que ela acorde.

Me afasto indo pra sala de jantar, meu apetite ainda continua sendo espantoso. A bebê tá sempre no peito e eu sempre comendo pra produzir leite o suficiente pra ela.

A mesa ainda está posta. Me sirvo de um copo de suco e de um sanduíche de queijo.

Observei a Eva passando pelo corredor com o cesto de roupa suja da Nataly. Essa menina suja muita roupa.

Meu chefe NanamiOnde histórias criam vida. Descubra agora