Yuri
Observo o Nanami entrar no cômodo arrumando a manga da camisa. Ele deixa um beijo na minha testa antes de ir para a cadeira dele.
- Pensei que você tinha saído - digo enquanto ele se senta.
- Fui nadar um pouco, quando voltei pro quarto você não estava mais lá.
- Fui para o meu, tive que me arrumar para a faculdade.
- Hunm... - ele me encara - EVAA!
Em questão de segundos ela está do lado dele com um sorriso enorme no rosto. É nítido a diferença de tratamento aqui.
Antes não me incomodava tanto, agora me deixa extremamente irritada.
- Sim, senhor? - observo a bajulação enquanto devoro os meus morangos. Não gosto dela.
- A Yuri vai almoçar fora, não precisa fazer almoço. Quero que use o seu tempo para por as roupas e utensílios da Yuri no meu closet.
- O quê? - Eva e eu perguntamos ao mesmo tempo.
- Faz semanas que dormimos no mesmo quarto, não faz sentido ocuparmos quartos diferentes.
- Ah...
- Alguma objeção? - ele se serve de uma xícara de café.
- Por incrível que pareça não.
- Ótimo, cuide disso Eva.
- Claro. Vou por as coisas da gestante no seu quarto.
Olho indignada pra ela. Essa maluca vai aprender meu nome nunca?
- A sua patroa tem nome, Eva. Acho que você ja teve bastante tempo pra aprendê-lo. Não é?
- Sim, senhor - ela concorda - Vou por as coisas da senhorita Yoshida no seu quarto.
- Certo. Ja pode se retirar - ela sai da cozinha.
- Tem certeza que você nunca pegou ela?
- Eu lembraria se tivesse.
- Será? Lembra do dia que eu fui te contar da gravidez?
- Já te provei que lembrava de você.
- Bom. Apaixonada por você - ele se engasga com o café.
- O quê?
- A Eva é apaixonada por você.
- A não, ela não é.
- Essa implicância comigo é nada mais, nada menos que ciúmes.
- Acho que você está falando bobagem.
- Nanami, você ja viu o jeito que ela olha pra você? Ela é totalmente apaixonada por você.
- Bom, não faz diferença. Não quero nada com ela.
- Por que é sua funcionária?
- Esse é um motivo. Mas não o mais importante - ele me encara.
- Certo. Vejo você no jantar?
- Acho que chego bem mais tarde. Vou resolver umas coisas no casarão.
- Um dia eu vou conhecer esse famoso casarão.
- Se sair tudo como planejado, não. Aquele lugar não é bom pra vocês duas. É lotado de homens com comportamento inadequado.
- Mas você estaria lá... Pra quê eu estaria insistindo pra ir num lugar que só tem droga e homem?
- Também não sei, amor.
[...]
Depois da faculdade a gente almoçou e agora estamos em uma loja de roupa de bebê. Alice e Emma estão super empolgadas. Hanna não veio, tinha compromisso.
Mas a regra é que cada uma pode comprar só 6 roupinhas. Um recém nascido cresce rápido, vai ser muito dinheiro jogado fora. Ela nem vai sair muito de casa no início. Quando ela estiver maiorzinha, lá com seus 4 meses e começar a passear eu deixo elas comprarem mais.
- Sua filha vai ser bem mimada - Johan diz ao meu lado.
- Sim. Principalmente pelo pai dela.
- Que mudança, do pai que te acusou de golpe pro pai babão.
- É...
- Quem bem. Naty merece um pai que ame e cuide dela.
Johan não se dá bem com a família paterna dele. Ele não derramou uma lágrima quando soube que o pai dele morreu.
Ele é ligado a família materna. Os Moris são incríveis. Eu adoro a família da mãe do Johan.
- E seu pai, Yurizinha? Não se acertaram ainda?
- Ele não coopera Johan, ele não consegue nem fingir que gosta do Nanami.
Ninguém é obrigado a gostar de ninguém, mas ele nem respeita o Nanami. Tá sempre implicando e deixando bem claro o seu desgosto e infelicidade em não ter um neto com o ex genro.
- Queria que eles ao menos tentasse se dar bem pela Naty.
Ele põe a mão na minha barriga e fica fazendo carinho.
- Talvez a situação mude quando ela nascer. Seu pai pode não gostar do Nanami mas não vai perder a infância da neta.
- Amo você - abraço ele - Sua amizade é muito importante pra mim.
As vezes fico mal por não contar tudo sobre o Kento pra ele.
- Também amo você.
Eu acabei passando o dia todp fora, jantei na casa da Emma e depois vim pra casa. Como dito, Nanami não estava em casa.
Minhas roupas e acessórios já estão no closet do Nanami e meus produtos de higiene já estão no banheiro.
Tomei um banho e coloquei uma camisa do Nanami, meus pijamas já não cabem mais em mim. Não vou comprar roupas novas porque não vou usar depois da gravidez.
Falta uma semana pra fazer 7 meses.
Deitei na cama e capotei. Nem escutei quando o Nanami chegou e foi pro banho, só notei a presença dele quando a cama afundou.
Ele parece tenso. A forma como ele respirou fundo ao deitar foi diferente.
- Tudo bem? - viro na direção dele.
- Tudo sim - deito minha cabeça no ombro dele e a mão dele vai até meu cabelo acariciando.
- Tá bom. Boa noite, Kento.
- Boa noite, amor.
Não fico no ombro dele por muito tempo já que a posição não é muito boa por conta da barriga. Deito de lado e ele me abraça por trás.
- Você vai pra boate no meu aniversário?
- Claro que vou - ele beija o meu pescoço - Vou ficar de olho na senhorita - isso me tira uma risada.
- Vê se não corta a minha onda.
- Claro que não. Vou cortar a onda de quem se aproximar.
- Você é muito chato.
- Só cuido do que é meu.
- Não sou sua, Nanami.
- É sim. Se acostume.
Naty deve me odiar porque mudo de posição de novo. Agora de frente pro Nanami.
- Você parece ter muita certeza que "eu sou sua".
- Certeza absoluta - ele põe uma mecha de cabelo atrás da minha orelha.
- Não concordei com isso - ele ri e me dá um selinho.
- Que pena - ele afunda a língua na minha boca me beijando, me tirando um gemido baixinho - Yu?
É estranho ouvir ele me chamando de Yu, geralmente é Yuri.
- Oi?
- Também gosto do que tamos tendo agora...
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Meu chefe Nanami
Fanfiction"Era só pra ser uma uma festa numa boate mas depois de umas doses Yuri acabou transando com seu chefe o que resultou numa gravidez inesperada. Nanami descobre e decidiu que não só o bebê que pertence a ele, Yuri também é dele e ai de quem ousar dize...