Meu chefe Nanami

13

Yuri

Como é que se explica pro seu pai que agora você tem dois caras te seguindo o tempo todo?

Daqui a pouco ele vai pensar que eu engravidei de um bandido. Eu tô começando a achar que eu engravidei de um bandido.

- Porque você precisa de dois seguranças Yuri? Com que tipo de gente você anda?

- Olha pai. O Nanami não me disse o motivo mas me garantiu que eles são de confiança. Na verdade acho que é porque ele é muito rico.

- Porque a palavra de um possível criminoso vai me deixar tranquilo? Um aborto teria evitado essa situação.

- Pai! - repreendo - Por favor, não vamos voltar a isso. Esse bebê só sai de mim na hora do parto.

Não fui eu que pedi por esse almoço. Sou a única família do meu pai e ele não quer me perder. Eu posso deixar o que ele disse de lado, desde que ele não volte a se referir ao meu filho como se fosse algo ruim.

- Claro - ele toma um gole do vinho - Quero conhecer esse rapaz - ah não.

- Não acho necessário. - enfio uma garfada de risoto na boca.

- Pois eu acho. Ele vai ser presente na sua vida, eu preciso conhecê-lo. Jantar lá em casa na quinta.

- Nem sei se ele pode ir. Não seria melhor perguntar se ele está disponível?

- Não, quanto mais munição pra não gostar dele melhor.

- Vou falar com ele.

- Mesmo que o indivíduo não possa ir eu quero a sua presença. E sim antes que me pergunte você pode levar a sua sombra.

- Mais respeito pela Ali papai - brinco.

[...]

Depois do almoço fui na boate pra tentar falar com o Nanami mas ele não tava.

Perguntei ao Luke e ao Ander, eles negaram saber a localização do Kento mais acredito que estão mentindo pra mim.

- Então - encaro o Luke que está dirigindo o meu carro - Você fazia o que para o Nanami antes de ser meu segurança?

- Nada demais.

- Se não é nada demais pode me contar, né?

- Olha senhorita Yoshida...

- Yuri por favor.

- Olha Yuri, entendo a sua curiosidade. Mas minha lealdade é ao meu chefe. Não falo sobre a vida dele.

- Ele é dono de uma boate e herdeiro de uma empresa - ele concorda - Isso não é o suficiente pra eu precisar de segurança só por está grávida.

Ele fica em silêncio até chegar no meu apartamento, não consegui tirar nenhuma informação dele.

Depois de me entupir de chocolate mandei uma mensagem pro Nanami dizendo que precisava conversar.

Adivinha só, a mensagem foi visualizada e ignorada.

- Ai filho, seu pai é um idiota - ergo a blusa e fico passando o dedo na barriga - Promete que vai gostar mais da mamãe?

Acabo pegando no sono no sofá e acordo só no final da tarde. A primeira coisa que faço é comer.

Meu celular tem algumas mensagens não lidas. A maioria são da Maria Alice e tem uma do Nanami.

"O que é?"

Eu iria adorar tanto ver ele sendo educado.

Eu: "Posso ir te ver? Ou você tá fazendo algo sexual totalmente inapropriado?"

Ele me responde quase meia hora depois e nem é específico.

"Tô na boate."

Tomo um banho, ponho uma roupa limpa e sigo pra boate. Não sozinha afinal tenho dois cães de segurança agora.

Já são quase oito da noite quando chego na boate, o lugar já está meio movimentado. Sigo direto pro escritório no segundo andar.

- Tô entrando - murmuro abrindo a porta - Faça a gentileza de guardar seu pau.

- Você é tão madura - ele desvia o olhar do notebook e me encara - Já sei porque veio.

- Já? - me sento de frente pra ele - E porque eu vim?

- Pedir dinheiro.

- Como é?

- Pra comprar roupas do seu tamanho, obviamente esse vestido foi feito pra uma criança.

- Engraçado. Hoje o tamanho do meu vestido te incomoda, há três meses atrás te deixava excitado.

Hipocrisia do caralho.

- E não se preocupe. Tenho dinheiro suficiente pra comprar quantos vestidos minúsculo eu quiser!

- O que te trás aqui Yuri? Quer algum tipo de segunda dose? - ele aponta pro sofá.

- Ah... Eu adoraria mas sabe - finjo uma falsa tristeza - O pai do meu bebê não permitiria.

- Ele pode abrir uma exceções

- Espero que sim, o meu novo segurança é um pedaço de mal caminho... Tão gato, tem uma postura e...

- Cala a boca. Por quê veio?

- Meu pai quer te conhecer - ele ergue uma sobrancelha.

- Seu pai? Por quê?

- Porque você vai ser o pai do neto dele. Ele quer que você vá jantar na casa dele na quinta.

- Hunmm, é mesmo necessário?

- Não - não vou implorar pela presença dele - Na verdade não é necessário. Só me senti na obrigação de repassar o convite.

Mas a gente sabe que ele não vai. Ele não tá levando isso a sério.

- Já fiz o convite - me ponho de pé - Sinta-se a vontade para ignorá-lo.

Não faço questão de me despedir, só saio do escritório.

Ter vindo aqui atrás convidar ele pra conhecer meu pai foi burrice. Eu preciso entender que ele não tá nem aí.

Quamdo eu cheguei em casa Alice veio com uma lista com milhares de motivos pra ela conhecer a Emma.

- Tipo as dias mais gostosas desse bebê precisam se conhecer com urgência.

- Como sabe que ela é gostosa?

- Ela é? - concordo - Ótimo, marca o rolê, que tal quinta?

- Quinta não, jantar na casa do meu pai. Que tal amanhã?

- Não dá. Marquei de sair com jm gatinho, na sexta?

- Vou ver a disponibilidade dela - a morena concorda - E o jantar de quinta, você também foi convidada.

- Ótimo. Com certeza seu pai vai pagar alguém chique pra cozinhar.

- Claro que vai. - bufo.

Meu pai não tem nada dessa coisa maravilhosa chamada "humildade" ele vive cercado pelo luxo. Não temos muito em comum.