𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐓𝐇𝐄 𝐖𝐀𝐘 𝐘𝐎𝐔 𝐋𝐈𝐄, zuko

┈─ 𝟶𝟶𝟶. PRÓLOGO.

PRÓLOGO.

HÁ ALGUMAS SEMANAS ATRÁS, um clima de apreensão pairava sobre nossa pacata comunidade tribal quando meu pai, uma figura respeitável e o venerável Mestre Pakku, observaram à distância os imponentes navios de guerra da Nação do Fogo avançando em direção à nossa costa.

Longe de serem tomados pelo desespero ou pela agonia diante dessa ameaça iminente, ambos acolheram com uma serenidade admirável a inevitabilidade do iminente ataque.

Enquanto isso, eu e Yue éramos as únicas a expressar preocupações palpáveis em relação às consequências devastadoras desse evento.

Nosso futuro, assim como o destino de nossa tribo, estava suspenso em um fio delicado, e para mim, em particular, a ligação com o mundo espiritual, longe de ser uma bênção, tornou-se um fardo opressivo.

Enquanto Yue parecia navegar com destreza nesse mundo sobrenatural, para mim, cada vislumbre constituía um desafio incessante.

No silêncio inquietante das noites, sou assombrada por sonhos que pintam vívidas imagens de morte e desolação.

Por vezes, consigo antecipar o destino trágico de determinadas pessoas, uma habilidade que, à primeira vista, pode parecer fascinante, mas que, na realidade, é uma experiência angustiante, um verdadeiro pesadelo que assola minha mente.

Em um desses tormentosos pesadelos, testemunhei de maneira perturbadora o horror de uma alma sendo consumida pela voracidade da morte, uma visão que continua a ecoar em minha mente como um eco soturno.

A influência nefasta da Nação do Fogo se estendeu sobre todos nós, não importando nossa posição na hierarquia social ou nosso papel na comunidade.

Essa realidade sombria alimentou em mim um profundo sentimento de aversão em relação a eles, uma chama ardente de indignação que arde em meu peito.

Apesar das normas estabelecidas pelo Mestre Pakku, que tradicionalmente desencorajavam o treinamento de mulheres, baseando-se na crença antiquada de sua suposta fragilidade e na restrição de suas habilidades ao campo da cura, fui capaz de persuadi-lo a me instruir em algumas técnicas de defesa.

Dessa maneira, tornei-me uma espécie de auxiliar para minha irmã, incumbida por meu pai da missão sagrada de protegê-la e prepará-la para assumir a liderança de nossa tribo no momento oportuno.

Enquanto eu estava imersa em minhas reflexões e registrava os eventos do dia em meu diário, fui abruptamente interrompida pelos gritos frenéticos que ecoavam do lado de fora, indicando a chegada iminente do Avatar.

Num gesto apressado, reuni meus pertences e aguardei a ajuda de minhas damas de honra para calçar meus sapatos, pois, confesso, nunca dominei a arte simples de dar um laço.

── Expresso-lhes minha sincera gratidão, queridas damas! ── Exclamei com fervor enquanto corria do meu quarto, descendo as escadas apressadamente para testemunhar a chegada gloriosa de Aang.

Meu coração ansiava por vê-lo antes do banquete especial.

Ao sair do castelo, deparei-me com um espetáculo surpreendente: um bisão voador pairava majestosamente sobre as águas, acompanhado por três figuras distintas: um jovem careca com uma marca azul na testa, uma donzela de pele escura, cabelos longos castanhos e olhos azuis, e um rapaz que compartilhava traços físicos com a jovem.

Observando-os com um leve sorriso, utilizei minhas habilidades aquáticas para me aproximar do barco de Yue, que passava próximo ao bisão.

── Yara! Você me pegou de surpresa ── exclamou Yue, levando a mão ao peito, surpreendida com minha súbita aparição.

Sorri, tentando conter o riso diante da reação assustada de minha irmã.

── Você viu? Aquele é o Avatar! Sempre sonhei em conhecê-lo. É uma emoção indescritível. Mal posso esperar para registrar todos os detalhes sobre ele. ── balancei as pernas animadamente enquanto colocava a mão na água, sentindo sua frescura gélida.

Naquele instante, uma sensação de expectativa e incerteza envolveu-me, pois compreendi que estava apenas no limiar de uma jornada épica, repleta de desafios e descobertas extraordinárias.