┈─ 𝟶16. RENASCIMENTO SOB AS ÁGUAS.

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RENASCIMENTO SOB AS ÁGUAS

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RENASCIMENTO SOB AS ÁGUAS.

O vento cortante e gelado fazia os cabelos de Yara dançarem, os fios que antes eram brancos agora mesclados com castanho, como marcas silenciosas de que algo dentro dela estava mudando... morrendo. Sua pele escura, que costumava brilhar com vitalidade sob o frio, estava pálida, esmaecida, como se o próprio espírito estivesse vacilando.

Os olhos azuis tão vivos e firmes, naquele momento estavam fundos e cansados. Seus lábios tremiam, mas não pelo frio da tribo, e sim pelo peso do que carregava no peito.

E ali estava ela. Sozinha, diante da enorme muralha do Norte, que já havia sido quase completamente reconstruída após o ataque brutal da Nação do Fogo. A muralha erguia-se imponente, como se nunca tivesse caído, como se pudesse cobri-los para sempre.

Mas Yara sabia que não havia muralha no mundo capaz de proteger alguém do próprio destino.

Respirou fundo, sentindo o ar gelado que tanto havia sentido falta queimando sua garganta, e então coerente com toda a força que lhe restava:

— PAPAI!

Sua voz ecoou poderosa pelos ventos, cortando o silêncio dos mares congelados e reverberando até os confins da tribo.

Lá do alto da muralha, as cabeças dos guardas se levantaram em meio ao frio, espiando a figura solitária que desafiava a grandiosidade da barreira.

Os olhos dos homens se arregalaram em choque ao considerar aquela silhueta tão familiar e, ao mesmo tempo, tão diferente.

— REI ARNOOK! — um dos guardas relacionados, a voz embargada. - PRINCESA YARA!

Em segundos, o alvoroço tomou conta da muralha.

Yara não esperou convites.
Com um movimento preciso, estendendo a água do mar ao seu redor, criando duas colunas que a envolveram e a envolveram para cima, escalando a muralha com a mesma graça de quando treinava em segredo com Pakku, anos atrás.

Os soldados recuaram, abrindo caminho com olhares espantados. Os civis que se aproximavam ficaram boquiabertos ao vê-la. Era como presenciar o retorno de alguém que já havia chorado como morto.

Quando os pés dela tocaram o chão de pedra no topo da muralha, a visão foi de silêncio absoluto. Todos encaravam a princesa perdida, agora pálida como a neve que cobria os telhados, com os cabelos manchados como se o tempo tivesse brincado cruelmente com ela.

E então, lá ao fundo, surgiram duas figuras apressadas.

— Yara? — a voz de Arnook ecoou primeiro, rouca, quase como uma sugestão que ele mesmo não acreditava estar dizendo.

— Princesa... — Pakku murmurou ao lado dele, tão incrédulo quanto.

Os olhos de Yara encheram-se de lágrimas na hora. Sua respiração ficou pesada, e por um segundo ela pensou que não teria forças nem para falar.

𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐓𝐇𝐄 𝐖𝐀𝐘 𝐘𝐎𝐔 𝐋𝐈𝐄, zukoOnde histórias criam vida. Descubra agora