┈─ 𝟶21. A PRIMEIRA CHAMA.

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A PRIMEIRA CHAMA

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A PRIMEIRA CHAMA

O silêncio que preenchia o quarto não era vazio, tampouco pacífico — era espesso, carregado de uma tensão quente e silenciosa, como se o próprio ar tivesse se tornado testemunha de algo sagrado e irreversível.

Yara ainda sentia os lábios trêmulos, sensíveis, latejando como se o toque de Zuko estivesse marcado ali em calor e memória. O coração batia com força, não pela surpresa do beijo em si — ela havia sido quem o iniciara — mas pelo que aquilo havia despertado dentro dela. Um sussurro profundo e morno, vindo de um lugar que ela sequer sabia que existia.

Diante dela, Zuko não dizia nada. Estava de pé, os olhos fixos nela com uma mistura de contenção e fascínio, como se tentasse, sem pressa, compreender a dimensão do que acabara de acontecer — não apenas o beijo, mas o que aquele gesto havia significado para ambos.

Ela abriu a boca para falar, mas nenhuma palavra veio. Era como se tudo o que soubesse dizer tivesse se tornado irrelevante diante daquilo que agora sentia. Então respirou fundo, tentando organizar a avalanche interna.

— Eu não sei o que fazer com isso... — disse por fim, e sua voz saiu mais frágil do que gostaria, como se revelasse mais do que pretendia.

Zuko inclinou levemente a cabeça, se aproximando devagar, mas sem tocar, com uma calma estranhamente serena para alguém tão intenso.

— Com o quê? — ele perguntou, a voz baixa e densa, como um lençol de veludo escuro que roçava a pele.

Yara apertou os dedos ao redor de si mesma, buscando firmeza onde não havia.

— Comigo. Com esse sentimento... com o que você me faz sentir.

Zuko não disse nada de imediato, apenas se agachou para ficar diante dela, os olhos dourados prendendo os dela com uma honestidade que quase queimava.

— Ninguém nunca te fez sentir isso antes? — ele perguntou, sem julgamento, mas com uma delicadeza crua que a fez estremecer.

Ela riu, mas o som era breve e nervoso — um riso que nascia de alguém encurralada pelo próprio corpo.

— Ninguém nunca nem me tocou, Zuko. Nem por acidente. Nunca beijei ninguém. Nunca... desejei alguém assim. Eu não sei o que estou fazendo.

Havia vergonha em sua voz, mas também coragem.

Ela o encarou, esperando que ele se afastasse, talvez risse, talvez a achasse frágil, ingênua... Mas ele não fez nenhuma dessas coisas. Em vez disso, se aproximou um pouco mais e sorriu, com os olhos suavizados por algo que Yara nunca tinha visto nele: ternura.

— Isso muda tudo? — ele perguntou, como se estivesse pronto para aceitar qualquer resposta.

Yara hesitou. Respirou fundo. E, mesmo com o coração disparado, foi honesta.

𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐓𝐇𝐄 𝐖𝐀𝐘 𝐘𝐎𝐔 𝐋𝐈𝐄, zukoOnde histórias criam vida. Descubra agora