𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐓𝐇𝐄 𝐖𝐀𝐘 𝐘𝐎𝐔 𝐋𝐈𝐄 ━━ O Destino Entrelaçado de Yara e Zuko.
❝𝐉𝐔𝐒𝐓 𝐆𝐎𝐍𝐍𝐀 𝐒𝐓𝐀𝐍𝐃 𝐓𝐇𝐄𝐑𝐄 𝐀𝐍𝐃 𝐖𝐀𝐓𝐂𝐇 𝐌𝐄 𝐁𝐔𝐑𝐍?❞
No coração de uma guerra devastadora, Yara sempre soube qual era o seu papel: proteger sua irm...
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A PRIMEIRA CHAMA
O silêncio que preenchia o quarto não era vazio, tampouco pacífico — era espesso, carregado de uma tensão quente e silenciosa, como se o próprio ar tivesse se tornado testemunha de algo sagrado e irreversível.
Yara ainda sentia os lábios trêmulos, sensíveis, latejando como se o toque de Zuko estivesse marcado ali em calor e memória. O coração batia com força, não pela surpresa do beijo em si — ela havia sido quem o iniciara — mas pelo que aquilo havia despertado dentro dela. Um sussurro profundo e morno, vindo de um lugar que ela sequer sabia que existia.
Diante dela, Zuko não dizia nada. Estava de pé, os olhos fixos nela com uma mistura de contenção e fascínio, como se tentasse, sem pressa, compreender a dimensão do que acabara de acontecer — não apenas o beijo, mas o que aquele gesto havia significado para ambos.
Ela abriu a boca para falar, mas nenhuma palavra veio. Era como se tudo o que soubesse dizer tivesse se tornado irrelevante diante daquilo que agora sentia. Então respirou fundo, tentando organizar a avalanche interna.
— Eu não sei o que fazer com isso... — disse por fim, e sua voz saiu mais frágil do que gostaria, como se revelasse mais do que pretendia.
Zuko inclinou levemente a cabeça, se aproximando devagar, mas sem tocar, com uma calma estranhamente serena para alguém tão intenso.
— Com o quê? — ele perguntou, a voz baixa e densa, como um lençol de veludo escuro que roçava a pele.
Yara apertou os dedos ao redor de si mesma, buscando firmeza onde não havia.
— Comigo. Com esse sentimento... com o que você me faz sentir.
Zuko não disse nada de imediato, apenas se agachou para ficar diante dela, os olhos dourados prendendo os dela com uma honestidade que quase queimava.
— Ninguém nunca te fez sentir isso antes? — ele perguntou, sem julgamento, mas com uma delicadeza crua que a fez estremecer.
Ela riu, mas o som era breve e nervoso — um riso que nascia de alguém encurralada pelo próprio corpo.
— Ninguém nunca nem me tocou, Zuko. Nem por acidente. Nunca beijei ninguém. Nunca... desejei alguém assim. Eu não sei o que estou fazendo.
Havia vergonha em sua voz, mas também coragem.
Ela o encarou, esperando que ele se afastasse, talvez risse, talvez a achasse frágil, ingênua... Mas ele não fez nenhuma dessas coisas. Em vez disso, se aproximou um pouco mais e sorriu, com os olhos suavizados por algo que Yara nunca tinha visto nele: ternura.
— Isso muda tudo? — ele perguntou, como se estivesse pronto para aceitar qualquer resposta.
Yara hesitou. Respirou fundo. E, mesmo com o coração disparado, foi honesta.