┈─ 𝟶𝟶7. ADEUS AO PASSADO.

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ADEUS AO PASSADO

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ADEUS AO PASSADO.

O céu ainda estava escuro quando os três deixaram a vila-resort em silêncio. Nem o som dos passos sobre a terra úmida se sobressaía ao medo contido que pairava entre eles. Havia algo na madrugada que fazia tudo parecer mais pesado.

Yara olhava para trás de tempos em tempos, o coração batendo acelerado. Não tinha dormido direito desde a visita de Azula, e Zuko também não. Ambos sabiam que não havia volta. Se antes existia qualquer dúvida, agora estava claro: era uma armadilha.

O Senhor do Fogo jamais o perdoaria.

Zuko, no fundo, sabia que seu pai nunca quis vê-lo triunfar. Azula sempre foi a preferida. E a proposta? Não passava de um pretexto para usar Yara como troféu e acabar com qualquer chance de fuga.

E ela... bom, Yara já tinha certeza de que, se caísse nas mãos da Nação do Fogo, seu fim seria lento, doloroso e público.

Então correram.

Ao amanhecer, pararam perto de um riacho cercado por árvores altas e galhos cobertos de orvalho. A respiração ainda descompassada pela fuga, Iroh apoiou-se em uma pedra, observando o fluxo da água, e murmurou com calma:

— Acho que estamos a salvo aqui... por enquanto.

Zuko apenas assentiu, os olhos fixos na correnteza.

Yara se sentou na margem, abraçando os joelhos, exausta. Seus cabelos brancos estavam desalinhados, e os olhos inchados denunciavam o cansaço e o luto.

Por alguns instantes, ninguém disse nada.

Até que Zuko, sem aviso, puxou uma pequena faca da cintura.

Com a lâmina firme, segurou o próprio rabo de cavalo, símbolo do seu sangue real, e o cortou de uma vez só.

O som do corte seco foi mais alto do que qualquer explosão.

Sem cerimônia, estendeu a faca para Iroh, que apenas sorriu com tristeza e repetiu o gesto, deixando os fios grisalhos caírem na palma da mão antes de jogá-los junto dos de Zuko na água.

Yara os observava em silêncio, confusa.

— O que é isso? — perguntou baixinho, olhando para os cabelos boiando e sendo levados pela correnteza.

Zuko virou o rosto na direção dela, e pela primeira vez, havia algo diferente em seu olhar.

Frieza. Mas não aquela frieza de raiva ou desprezo.

Era uma frieza que vinha do alívio. Da decisão.

— Isso significa que abandonamos a Nação do Fogo.

Yara piscou, surpresa.

— Você... sério?

— Não há mais nada lá para mim — respondeu ele, encarando a lâmina como se ainda não acreditasse no que tinha feito. — Meu pai me traiu. Meu lar nunca foi meu. E eu não vou passar a vida correndo atrás de alguém que nunca me quis.

𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐓𝐇𝐄 𝐖𝐀𝐘 𝐘𝐎𝐔 𝐋𝐈𝐄, zukoOnde histórias criam vida. Descubra agora