8| Aquele com o golpe de 64. 2

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"Não deixa o samba morrer, não deixa o samba acabar. O morro foi feito de samba, de samba pra gente sambar. Quando não puder pisar mais na avenida, quando minhas pernas não puderem aguentar levar o meu povo junto com o meu samba. O meu anel de bamba entrego a quem mereça usar."

Não deixa o samba morrer- Alcione

Anaya




— Mayla, Dandara. Anaya chegou, ela já está em casa esperando por vocês.- Hannah  tinha em mãos um pratinho com pedaço de bolo do casamento.

— Ela chegou!- Mayla falou com a boca cheia de bolo. — Vamos, nossa mãe chegou.

Mayla estava muito animada, não via Anaya a meses, enquanto Dandara não via apenas alguns dias. Por isso, Mayla puxava a irmã para irem ver a mãe, e Dandara apenas falava " Já escutei, deixa eu termina de comer que vamos", Mayla revirou os olhos e segurou o braço da irmã e se teletransportou para o hall de entrada do castelo. Anaya estava descendo as escadas enquanto conversava com, martins o centauro, que é jurado a proteger Anaya.

— Mãe!- Mayla subiu as escadas e abraçou-a e Anaya retribuiu o abraço com um sorriso no rosto.

— Filha, quando chegou ?

— Hoje mais cedo. Como a senhora está?-  Mayla parecia preocupada.

— Estou bem, vou fazer 300 anos, não 1000.

— Nossa mãe é muito engraçada. - Dandara falou um pouco mais alto, pois estava no início da escada. As irmãs viviam preocupada com a mãe. — é como dizem depois de uma certa idade os filhos que ficam preocupado com os pais.

Anaya se arriscava o tempo todo, ou é descobrindo, magias, rituais ou histórias antigas , que estavam esquecidas pelas bruxas do país de origem da sua mãe  e entre outras culturas, ou, no mundo dos humanos para saber como andava a política dos países próximos, que poderiam afetar a Amazônia, consequentemente Eldorado.

— Parece que tenho duas mães, não é Martins? Hugo é assim com você?

—Não, minha rainha— Martins e todos outros centauros eram extremamente respeitosos com Anaya e suas filhas. Anaya tinha os salvos da Austrália, de onde eles estavam vivendo uma vida de fugitivos a séculos. — Ele ainda é muito novo, só quer saber de treinar.

—Hugo e Mayla têm isso em comum.

—Com certeza.- sorriu — Bem, deixarei vocês a sós. -Martins terminou de descer as escadas e foi para outro corredor.

— Vamos para minha sala. - Anaya começou a subir as escadas e as duas a seguiram, pelo corredor e depois por uma escada estreita, então a porta do escritório.

—O que está acontecendo de tão grave no Brasil?- Dandara perguntou assim que pôs os pés na sala.

— Houve um golpe civil-militar no dia 1 de abril.- Anaya estava atrás da própria mesa, mexendo a faixa na mão— Vamos ter que ficar de olho lá, mas encontrei uma velha amiga e ela prometeu que vai me atualizar caso precise de uma mão nossa.

— O que aconteceu com a sua mão?

—Não foi nada, acabei me queimando quando fazia possessão espiritual, uma das velas caiu e tive que interromper a sessão, ai acabei me queimando.

— Deixa eu adivinhar, era para possuir um corpo de algum ancestral para conhecer mais sobre nós- Mayla estava de braços cruzados e olhava a mãe como as  mães olham para seus filhos depois de terem feito algo que não devia.
—Estava tentando descobrir como voamos sem precisar de vassoura ou de um hipogrifo. - Muitas bruxas perderam a capacidade de voar, devido há anos escondendo seus poderes, acabaram se esquecendo dessa habilidade.— E você sabe da importância de conhecer a si mesmo e nossas capacidades. Saber sobre o nosso passado é o principal passo para nos fortalecermos. - Ela encarava as filhas durante o sermão — Por favor, me digam que ensinei as minhas filhas muito bem.

𝐄𝐔 𝐐𝐔𝐄𝐑𝐎 𝐒𝐄𝐑 𝐒𝐄𝐔 | 🅂🅃🄴🅅🄴 🅁🄾🄶🄴🅁🅂Onde histórias criam vida. Descubra agora