13| Aquele em que Thor cai na terra

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"Hoje eu pensei em você, em como éramos tão próximos. Por que eu fui me apaixonar por você?
Talvez, se eu não tivesse, ainda estaríamos aqui.
Eu ia te pedir pra ficar aqui, eu voltaria e apagaria tudo que nos fez hoje sermos assim. Não funcionou porque fui eu quem não quis.
Eu sei, eu sei, eu sei. Tô com saudade da nossa amizade, a gente se perdeu e não se encontrou mais, talvez agora se não fosse tão tarde."


Lou Garcia- Não fosse tão tarde

Loki

Julho de 2011

O céu ainda estava laranja, o laranja do nascer do sol, ainda sentia a brisa da manhã, mas logo, logo o sol do verão esquentaria a cidade. Mayla já se encontrava de pé para resolver problemas da colheita de ervas de feitiços e uma livraria empestada de cupins. Manhãs como essas para Mayla, se tornaram comuns desde que Dandara se tornou rainha, ainda assim, eram problemas pequenos comparados aos de sua irmã. Desde 64 não saiu de Eldorado, agora a sua vida era ajudar Dandara a liderar e ensinando sobre poções para bruxos estudantes, entre 12 a 20 anos, praticamente bebês.

As aulas ainda eram feitas no castelo, e as de poção precisamente na cozinha, que cabia entre sete a dez alunos. Eram 8h5o, a primeira aula do dia e a cozinha cheirava a pergaminho, lâmina, sálvia e avecan, cheiros que só ela sentia, o cheiro da pessoa amada, é assim que funciona a poção do amor a qual ela ensinava naquela quarta-feira. Ensinava como fazer e como acabar com o efeito.

— De quem é o cheiro que você sente, Mayla.- Uma aluna perguntou com intenção de provocar os outros alunos a investirem o tempo da aula para saber um boa fofoca.

— Eu sei o que você quer, Laís, mas vou cortar suas asinhas, por que não sei de quem é esse cheiro, não estou apaixonada.- Mayla tinha um olhar indiferente, ela estava certa de que não estava apaixonada e não sabia o motivo do cheiro. — Mas qual cheiro você sente, Laís?

— Ela sente cheiro de água de coco e terra molhada, é que chove quando Vítor está jogando polo.- o irmão de Laís provocou um furdunço na sala.

— Gente, vamos focar na aula.

Mayla tenta retomar a atenção dos alunos para a aula, mas ela mesma tentava manter a seriedade quando Laís disse ao irmão, que Artur uma menino de quem ele gostava, não ficaria com ele pela sua aparência de aborto de coruja. Era evidente que era tudo provocação de irmãos, mas aquilo foi crescendo. No entanto, uma luz e um barulho estrondoso foi escutado vindo do céu, todos pararam para e se debruçaram sobre o janelão na cozinha para ver o que era a bola de fogo caindo em direção a terra.

— Isso não é um cometa.- Mayla falou baixo.— Pirralhos, formem uma fila perto da porta, que as aulas da manhã se encerraram.

— Mayla, o que foi isso?

— É um cometa ?

— Um celestial?

— Deixa de ser burro, celestiais são enormes.

— Não sei, vou descobrir, mas agora voltem para casa.

— Crianças.- Hannah apareceu na porta da cozinha com um sorriso tranquilizador. — Vamos, vou acompanhar vocês.

Mayla não lia mais as mentes das pessoas, por questões de ética, mas não precisava ler a mente da senhora Wilson para saber que no fundo estava apavorada. Mayla subiu correndo pelas escadas estreitas da cozinha, para não causar pânico e foi para a sala de reunião, assim que entrou viu pela vidraça no teto e na parede em sua frente outra bola de fogo indo na mesma direção. Mayla encostou na parede e se agachou escondendo o rosto, a luz era bem mais forte do que a primeira.

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