9| Aquele com a aldeia

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Quando Dandara chegou no quarto, Anaya já não estava viva. Naquele momento vendo sua mãe morta, Dandara só queria desmoronar, cair em cima do corpo da sua mãe e chorar. Mas ou ver Mayla, que sempre foi pé no chão, mesmo o mundo desmoronando ao seu redor, tentava estancar o sangue como se ainda houvesse solução.

— Temos que levá-la para uma curandeira.- Ela falava em meio às fungadas e a voz embargada, como se a mãe ainda estivesse viva.

— Me escuta, Mayla.- Ela segura o rosto da irmã para ter o contato entre os olhares para trazê-la para a realidade. — Não tem volta, ela se foi.

Mayla balançou a cabeça concordando, fechou os olhos e deixou as lágrimas caírem, mas Dandara as secou com os dedos. Dandara conjurou um lençol branco em seus braços, beijou o rosto da mãe e a cobriu. - Temos que ir.

— Está bem.- Mayla se levanta. — Precisamos levá-la, levar o corpo.

Mayla tinha os olhos e a ponta do nariz vermelhos. Levitou o corpo da mãe coberto pelo lençol e saíram do quarto e seguiram em direção a saída do castelo, com passos apressados para não encontrarem com Henry, mas não adiantou. Henry estava parado na porta principal do castelo a espera.

— Princesas, quanto tempo. - Em posição ereta e os braços apoiados um no outro na sua frente e com um sorriso de escárnio.— Estava à procura das duas mesmo, tenho que comunicar que haverá uma mudança na liderança em Eldorado.

Assim que deram de cara com ele, ainda estavam no topo da escada. Dandara se pôs à frente de Mayla, ela não conseguia ler a mente da irmã mais nova, mas podia imaginar que sua mente estava uma confusão, porque realmente estava. A cabeça de Mayla estava como um carrossel, ela só conseguia ver vultos e sentia uma vontade enorme de vomitar. Ela simplesmente não conseguia se concentrar no que estava acontecendo na sua frente, Dandara estava sozinha.

Henry lançou uma energia vermelha do seu cajado, mas Dandara conjurou um campo de força que impediu que as atingissem. Henry agora estava muito mais forte do que qualquer bruxa em Eldorado, ele tinha o poder de Mephisto em suas mãos. A energia azul que as defendia estava desmanchando-se como cinzas voando pelo ar. A sua magia estava se findando, devido ao alto nível de poder .

Dandara desfez a barreira que as protegia, para então atacar. Um jato de luz amarela saiu da mão dela e voou em direção ao Henry, mas com um movimento rápido com cajado, ele desviou o feitiço. Henry deu início a uma série de feitiços que saiam do seu cajado, uma batalha, mas como Henry tinha feito, Dandara desviava de todos. Ela já estava cansada, com o psicológico abalado, devido a perda da mãe e preocupada com o estado da irmã que estava atônita.

De repente as irmãs foram rodeadas por um redemoinho marrom e vermelho. Era o Saci, ele apareceu tirando as de lá com o seu redemoinho, fez com que todas as cortinas que tinha no hall de entrada e flores dos jarros voassem.

Quando aquele vento em espiral cessou, as duas viram Hannah, Fernanda e Marta. Todas estavam em uma casa abandonada feita de madeira que estava na floresta, fora de Eldorado. Mayla soube que era a casa assim que pôs os olhos em uma mancha de tinta azul que tinha no chão, que caiu do pote de tinta quando ela e Dandara pintavam um jarro de barro que tinham feito, quando tinha 25 anos e Dandara 31.

— Graças a Mãe Gaia.- Hannah falou e tocou nos rostos cansados e tristes de cada uma. As duas irmãs estavam sentadas no chão, Dandara tinha caído pelo susto. Mayla tinha a cabeça da mãe coberta por um pano no colo.

— Como as pessoas estão ? - Dandara se levantou do chão e limpou a mão e toda a parte que teve contato com o chão.

— Está um caos, ele dominou todo lugar, todos na cidade dourada. - Fernanda pegou uma bolsa grande e jogou na frente do pé de Dandara.

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