CAPÍTULO 24

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Alguns avisos importantes: ESSE CAPÍTULO CONTÊM FRASES E CONTEXTOS QUE PODEM REMETER A GATILHOS DE ANSIEDADE, CASO VOCÊ TENHA ALGUM PROBLEMA RECOMENDO NÃO LER.

Galeraaaaa, passando pra agradecer a todos os comentários e mensagens e falar pra vocês que agora vocês possuem onde me cobrar e conversar comigo também, estou no twitter com @sfvstories então me marquem e continuem usando #TEMP2GWTTW.

Tem muita água pra rolar por essa ponte e esse capítulo é muito importante então apreciem bem.

Beijos e até a próxima.
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Raciocínio rápido, a prática de anos em medicina posta em questão e precisando confiar 101% no que me propus a fazer. A famosa frase "a água estava batendo na bunda" e eu simplesmente não sabia o porquê ou como havíamos chegado nessa etapa. Estava tudo bem até aquele momento, não havia motivos para aquele sangramento, o tratamento estava sendo seguido à risca e não houve nenhum tipo de intercorrência ou sobrecarregamento nos órgãos para que ele rejeitasse de alguma forma o tratamento utilizado.
Me concentrei na única coisa que eu sabia fazer, exercer Medicina. Dei algumas ordens na rapidez necessária e a cautela de praste e fiz o que estava ao meu alcance pra controlar aquela situação que já estava um pouco fora de controle. Quando eu vi que o sangramento foi parando aos poucos, respirei fundo e comecei os cuidados paliativos e preventivos pra que isso não voltasse a acontecer.
Infelizmente, o que eu tentei evitar ao máximo chegou em uma via complicada. Tive que transferir Júlia pra sonda nasogástrica, porque além do sangramento, ela apresentou piora no quadro anêmico pela dificuldade que ela estava tendo na alimentação e fui obrigada a tirar ela do quarto e encaminhá-la pra um sala com um pouco mais urgência. Deixei que as pessoas se encaminhassem com calma e fiquei dentro do quarto tentando entender o que merda tinha acontecido ali.

Gattaz: eu errei -falei angustiada balançando a cabeça tentando entender o que tava acontecendo- só pode ter sido um erro meu no tratamento. -olhei pra Rosa que estava agachada no chão com a mão no rosto-

Rosamaria: não -levantou e veio na minha direção- Carol, não, você não sabe disso, você estudou esse tratamento, você tá deduzindo que foi culpa sua.

Gattaz: eu quero um exame de sangue. -falei séria- não entendo como o sistema dela ficou sobrecarregado sendo que a gente tá tentando controlar isso. -falei sem entender e peguei o prontuário na beirada da cama olhando-

Eu fui lendo cada palavra ali para que nada passasse despercebido dos meus olhos. Mas ali, bem pequeno, algo me chamou atenção. Enquanto Rosa falava palavras de apoio para que eu não me culpasse, minha mente parou e só focou naquela palavra.

Gattaz: eu não passei esse combo de  Sulfametoxazol com Trimetoprima Prati-Donaduzzi pra Júlia. -olhei pra Rosamaria que travou na hora-

Rosamaria: o que? -eu comecei a rir já entrando no meu estado de nervoso absoluto-

Gattaz: Eu vou quebrar a cara dela e hoje não tem quem me segure -Rosa me olhou-

Rosamaria: o que são esses remédios? -me perguntou e eu ri novamente-

Gattaz: é um combo de remédios que juntos, fica um genérico do Bactrim. -passei a mão no rosto- estamos trabalhando com um tratamento agressivo e que não sobrecarrega o organismo da criança. Quando você aplica um Bactrim ou semelhante no meio de um tratamento em andamento você agride o organismo pela força que os remédios tem e de formas divergentes. -balancei a cabeça em negação- ela sobrecarregou o organismo de uma criança por puro capricho comigo! -bufei- eu quero que você chame ela aqui, agora, enquanto eu ainda tô lúcida porque quando a lucidez passar eu vou agarrar no pescoço daquela desgraçada e não tem grito que me tire.

Give Water to the Wine - 2ª TEMPORADA Onde histórias criam vida. Descubra agora