CAPÍTULO 4

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ROSAMARIA MONTIBELLER ON

Acordei naquele quarto com a claridade invadindo o ambiente e ao passar a mão na cama não senti o corpo que eu queria, por ali. Me levantei com muita preguiça e o corpo ainda melado o que, me fez recobrar a consciência de que minha manhã ao lado de Caroline tinha sido extremamente agradável. Me lembrei que ela comentou que sairíamos pra almoçar e mesmo sem saber a hora que marcava no relógio, tomei um banho e me vesti pronta pra sair de casa.
Saí do quarto procurando a loira pela casa e quando cheguei na sala ela estava deitada no sofá enrolada no robe aparentemente dormindo profundamente. Fiquei em um impasse se á acordava ou não e decidi que deixaria a mulher dormir enquanto eu mesma fazia nosso almoço. Devido a nossa pequena discussão na noite anterior ainda tinha sobrado bastante risoto, pois nós duas resolvemos perder todo o nosso tempo discutindo assuntos que na minha concepção eram sem dúvidas, desnecessários, ao invés de comermos e termos um jantar no mínimo, calmo.
Fiz todo o processo da noite anterior novamente para aumentar e o risoto e já quase finalizando o processo para poder acordá-la para comer, sinto duas mãos na minha cintura e dou um pulo devido ao susto.

Rosamaria: nossa amor -reclamei- você me assustou.

Gattaz: falei que ia te levar pra almoçar e apaguei né -vi ela olhar no relógio- devia ter me acordado já são mais de 15:30.

Rosamaria: você tava num sono tão bom que eu não quis te acordar -dei um selinho rápido nela- além de que, a gente tá precisando ficar um pouquinho só nós duas. -sorri-

Gattaz: não vou reclamar por não ter me acordado, tenho plantão hoje. -olhei pra ela sem entender- Dividimos os plantões da Brait pra facilitar pra ela. Ela precisou ir pra São Paulo definir algumas coisas antes de ir para iniciar a missão com as crianças doentes. Vamos ficar sem a Brait por uns dois meses. -vi ela bufar- e durante esses dois meses vamos ter que reorganizar o quadro de escalas.

Rosamaria: qual a chance do hospital perder a Brait para esse outro hospital em São Paulo? -ela me olhou-

Gattaz: nenhuma -sorriu- o que eu ofereci pra Brait nenhum outro hospital passaria perto de oferecer. Mas, ela me pediu pra poder executar esse projeto que já era uma vontade dela e eu, não vi problema. -falou largando minha cintura e voltando a sentar no sofá mexendo em seu celular- Te falei que bati no carro de uma mulher, no estacionamento?

Rosamaria: acho que você comentou por alto, não entrou muito em detalhes... -falei sem tirar o olho da panela-

Gattaz: Enfim, fui sair do estacionamento e chapei a traseira do carro da mulher e quebrei a lanterna. -vi ela respirar fundo- graças a Deus ela é um amor de pessoa, e não quis dar na minha cara. -eu a olhei de canto e ela continuava focada em seu celular- Porque só imbecil faz o que eu fiz.

Rosamaria: essa mulher seria aquela que eu vi você conversando no corredor?

Gattaz: sim -sorriu pra mim- Dr. Marina, ela é psicóloga na clínica escola e acho que vai pegar alguns plantões no hospital como uma experiência... -explicou e voltou a olhar o telefone- se ela for boa, acho que teremos uma nova psicóloga no hospital. -sorriu-

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Aquela notícia deixou Rosamaria um tanto quanto desconfortável e ela não gostava nada daquela sensação de sentir que sua namorada estava tendo impressões a mais do que somente a profissional a respeito da psicóloga. Aquilo de alguma forma acendeu um alerta na cabeça da mais nova e a deixou mais esperta.
O almoço que Rosamaria se dispôs a “refazer” foi muito bem recebido por Caroline, pois, era inegável que aquele era o seu prato favorito. Além do mais o corpo de Carol agradeceu por não ter que sair de casa pois naquela mesma noite enfrentaria um plantão, no qual, ela não sabia o que lhe aguardava.
Após o almoço, quase se transformando em um jantar, ambas se recolheram novamente no quarto e trocaram carícias até Caroline anunciar que já estava na hora de sair pra ir trabalhar. Rosamaria que acompanhou a namorada de volta para o hospital, em carros diferentes, sentiu que até o tom de Caroline havia mudado, o que, mais uma vez, acendeu outro alerta em sua cabeça.
Ao chegar no hospital Carol desceu de seu carro que estava estacionado na vaga de sempre e percebeu que o CIVIC 2023 no qual ela tinha batido, estava ali, o que significava que a psicóloga não havia ido embora e pelo o que se podia ver, não havia concertado a lanterna do carro. Carol fez uma anotação mental de questioná-la a respeito do conserto do veículo.
Vendo que faltava pouco para ás 19hrs e Carol precisava bater o ponto ela se aproximou de Rosamaria e com um beijo na bochecha e um breve “boa noite” ela saiu em direção ao hospital, o que, deixou Rosamaria apreensiva, não houve um “amor” um “eu te amo” não houve nada, apenas uma despedida de duas pessoas que pareciam desconhecidas uma para a outra, como se não houvesse um relacionamento entre ambas e de fato, Rosamaria estava começando a considerar que talvez aquilo fosse uma vontade não pronunciada por Caroline.
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Give Water to the Wine - 2ª TEMPORADA Onde histórias criam vida. Descubra agora