CAPÍTULO 52

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Eu entro muda, saio calada, se alguém colocar meu nome na boca do sapo, lembre-se que corre o risco de não voltar e isso aqui não ter desfecho. Aproveitem COMENTEM MUITO e continuem usando a TAG #TEMP2GWTTW ainda mais depois desse capítulo, eu quero muito ver a reação de vocês.

Beijos e até a próxima.
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Tic tac. Aquele barulho do relógio que dava a entender que o tempo estava correndo. O tempo, passando todos os dias da mesma forma e ainda sim, parecia ser pouco. E se tivéssemos o poder de controlar os ponteiros do relógio? E se tivéssemos chances de controlar os paradigmas e fazer diferente? Era necessário tempo para discernir o que era preciso fazer. Entretanto, o poder era inexistente e às vezes a necessidade de fazer o nosso momento caber dentro de alguns ponteiros que cronometravam a nossa vida, era árduo. Qual a sensação de saber que você fez o impossível dentro do tempo possível? Qual o afago que alma tem de saber que às vezes o tempo é insuficiente? Qual a dor de entender que com os erros, não se pode voltar atrás? Mais uma descida do ponteiro do relógio, menos um minuto de vida. Tempo? Hora marcada? Momento exato ou à espera da morte? Muitas questões, muitos pensamentos, a corrosão da alma e a destruição de um coração.
Errado é quem diz que o tempo cura, na verdade, da forma mais sincera, ele dilacera, você não pode esperar que ele cure a tua alma de feridas que com a falta de tempo, talvez você não tenha vivido o suficiente. Arrependimento? Incerteza? Os dias não mudam seus ciclos e os ponteiros do relógio não fazem a forma reversa.
E da mesma forma que ciclos se iniciam e terminam com o passar dos dias e a constância de rumos a serem seguidos e o percurso natural da vida se esvair, novamente os ponteiros haviam se encontrado no final da etapa. Fim da linha. Acabou. E o tempo que resta para as pessoas que ficaram aqui, damos continuidade ou só consideramos mais uma etapa difícil da vida? Do justo ao injusto, a gente vivia em um mundo lotado de injustiça. Nada de novo, num novo capítulo.
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Acordamos na segunda-feira um pouco mais tarde do que de fato estávamos acostumadas. O contato com a natureza me deixava bem à vontade pra me permitir ficar na cama além do horário normal. Mas, especificamente, naquela manhã o meu coração estava nervoso e ansioso. Provavelmente, naquele horário daquela manhã o pessoal do orfanato já estaria a caminho do hospital para conversar com a Júlia. Os resultados que viriam depois dessa conversa é que me assustavam de certa forma. Eu ainda acordei um pouco mais cedo que a Rosa, deixei ela na cama, cobrindo um pouco do corpo nu dela, tomei um banho e me permiti sentar na varanda do nosso quarto e pensar um pouco nas mudanças atuais e futuras da minha vida. Depois de um tempo, analisando as perspectivas e alinhando os meus pensamentos, senti um braço rodear o meu pescoço e em seguida um beijo no rosto.

Gattaz: você realmente não consegue se manter na cama sem mim né? -ela deu a volta e se sentou no meu colo-

Rosamaria: não consigo -riu e me deu um selinho enquanto passava os dedos pela minha testa franzida- tá ansiosa? -concordei- Não tá mais em nossas mãos Cá, agora é com eles lá. -respirei fundo- Vamos tomar nosso café, organizar nossas coisas pra podermos voltar pra Belo Horizonte e ir pro hospital. Quando chegarmos lá, você vai ter a resposta que você quer.

Gattaz: e se a resposta for ruim? -me olhou-

Rosamaria: Se a resposta for ruim, nós vamos passar por ela, de cabeça erguida e continuar tentando. A gente prometeu não desistir, lembra? -concordei- Agora vamos pro nosso banho pra gente poder tomar um café bem reforçado e nos despedir desse paraíso. -fez um bico- eu nem sei quando a gente vai ter tempo pra fazer isso de novo.

Gattaz: A gente pode tentar vir pra cá mais vezes nas nossas folgas. -me levantei- Mas, a nossa próxima viagem é de férias, mês que vem, Paris. -sorri e abracei ela-

Give Water to the Wine - 2ª TEMPORADA Onde histórias criam vida. Descubra agora