Give Water to the Wine - 2ª TEMPORADA

CAPÍTULO 10

Se eu prometer que em algum momento tudo vai ficar bem vocês voltam a me amar aqui e no twitter? Eu vi vocês pedindo os refrescos mas INFELIZMENTE, nesse momento, não vai tá rolando. Mas eu juro que depois do desespero, a bonança chega.
COMENTEM MUITO, POR FAVOR!
Até a próxima, beijos
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ROSAMARIA MONTIBELLER ON

Apresentação de TCC é uma das fases mais difíceis da vida do estudante, porque você se vê obrigado a explanar um tema que praticamente a sua banca tem todo o conhecimento do mundo e a pessoa da banca que não tem o conhecimento, o colega ao lado tem. E isso são questões vindas de profissionais com anos de experiência e que de certa forma te intimidam no momento mais delicado da sua vida, porque ali, ou você dá o seu melhor, fala tudo que sabe e de certa forma surpreende a sua banca, ou você se frustra, frustra o seu orientador e as pessoas que acompanharam todo o processo e invalida 6 anos de faculdade em 15 minutos.
No meu caso era um pouco mais complexo, porque além de ser um tema relacionado à Cardiologia, que é uma das disciplinas mais difíceis da faculdade de Medicina, a minha orientadora era nada mais nada menos que a melhor cirurgiã Cardiologista do país e o tema escolhido para o meu TCC era uma inovação médica dessa profissional renomada e premiada que eu acompanhava desde o início da faculdade. Ou seja, sempre esperavam a minha excelência.
Acontece, que essa expectativa que as pessoas ao meu redor colocavam em mim por ser estagiária e parte da equipe de Caroline Gattaz, de certa forma me pressionava para um lado negativo, porque eu sabia que por mais que o meu aprendizado fosse com total excelência, o meu conhecimento não chegaria a 1% do conhecimento que essa mulher adquiriu durante anos de carreira, e por ser parte de certa forma da equipe dela, as pessoas esperavam que eu fosse a figura de Caroline, sempre.

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Tensão, mão suando, olhos piscando aceleradamente, claro sinal de ansiedade. Para Rosamaria foi impossível pregar o olho na noite de domingo. Ela passou a noite em claro revisando seus postites, suas anotações, constantemente como se de alguma forma todas as suas anotações fossem desaparecer e automaticamente fosse aparecer no lugar um assunto totalmente aleatório no qual ela nunca ouviu falar. A manhã da mais nova foi completamente tensa, nem o suco de laranja que era constantemente algo que Rosamaria tomava pela manhã para manter o seu chakras em dia, ela conseguiu ingerir. Para ela, o universo tinha travado os ponteiros do relógio e a hora não passava. De um lado, ela queria que isso passasse logo para ela se sentir livre para alcançar voos maiores. Por outro lado, o medo da hora chegar rápido e ela se frustrar com suas próprias expectativas a colocava em um limbo totalmente escuro, que cá entre nós Rosamaria não estava pensando somente na apresentação do TCC, sua cabeça estava se Caroline estaria presente assistindo a sua apresentação.
Caroline, por outro lado, estava em casa tomando seu café da manhã e olhando fixamente para suas malas no canto da sala sem saber direito que rumo a sua vida estava tomando. Toda vez que ela achava que estava andando um passo em direção a superação do seu relacionamento com Rosamaria, ela regredia 10 vezes para trás, e o beijo foi uma prova disso. Naquele dia, especificamente naquele dia, eu narradora, aposto todas as fichas que se Thaísa não tivesse interrompido e tirado Caroline daquele banheiro, ela teria se humilhado o suficiente para pedir Rosa para deixar ela ir junto com ela. E Rosamaria teria aceitado. Efeito da cachaça.
Havia chegado o momento do famoso separador de águas, ali muitas coisas cairiam por terra, algumas coisas deixariam de ser costumes, outras simplesmente virariam lembranças e nisso tudo, Caroline estava vivendo no automático querendo apenas se aniquilar de ter que viver tudo aquilo.
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CAROL GATTAZ ON

Vivendo no automático e com a cabeça extremamente longe. A cada respirada, o ar que entrava nos meus pulmões se tornava pesado e eu não entendia como e porque, eu tinha me submetido a isso de uma maneira tão profunda.
Mergulhar no mar de incertezas que era Rosamaria era um risco que eu sabia que corria. Por mais que eu quisesse muito não ter mais que ver o motivo dos meus tormentos, novamente, eu era suficientemente profissional e mulher para cumprir com minhas obrigações. Ela era minha orientanda e eu tinha, por respeito, que estar lá e dar o apoio necessário a ela. E esse foi todo o meu pensamento no caminho em direção a UFMG. Passei pelos corredores com os minutos contados e entrei na concentração do auditório, não demorando muito pra avistar Rosamaria sentada em uma poltrona sozinha, aparentemente, muito nervosa.