9. HOSPITAL

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É impressionante como, quando precisamos resolver algo rapidamente, é exatamente quando tudo parece conspirar contra nós.

Nunca enfrentei tantos problemas com um voo quanto com este, pelo qual paguei um valor exorbitante para obter um bilhete de última hora para os EUA.

Uma briga de casal no check-in, seguida de mais discussões por confusão de assentos no avião, e para completar, o piloto passou mal antes da decolagem.

Não foi fácil, eu estava com muita fome e sem dinheiro para gastar em comida, mas mantive o foco o tempo todo na urgência que Noah enfatizou sobre a situação de Dustin, quando ele me contou o que aconteceu enquanto eu ainda estava a caminho do aeroporto.

— Ele sofreu uma lesão cerebral que o impede de lutar MMA, mas isso não é o que causou a paralisia que vimos no octógono e em sua casa. Ele tem TEPT, que provavelmente é antigo, e Nicole, não sei o que será dele sem o MMA, que era claramente seu meio de escapar desse TEPT.

Quando Noah me explicou isso, fechei os olhos ao confirmar minha suspeita do diagnóstico de TEPT e o uso do MMA como válvula de escape, depois do que a mãe dele me disse. Mas uma lesão cerebral era algo para o qual eu não estava preparada... imagine ele.

— E como ele está? — perguntei, ainda dentro do carro, com o coração apertado.

— Descobrimos o que ele tem, mas ele se recusa a aceitar qualquer tipo de tratamento.

Dustin estava desistindo de lutar, não apenas no MMA, mas também pela sua vida. Foi então que entendi o desespero de Noah, que me pareceu prestes a desmoronar enquanto caminhava.

— Não sei mais o que fazer... — ele suspirou, com a voz trêmula — Ele está se entregando à morte, Nicole.

Recordar aquela última frase, quando finalmente fui liberada pela alfândega, fez meu peito doer como se uma lâmina estivesse raspando meu coração, temendo o que Dustin poderia fazer à sua própria vida antes de chegar ao hospital.

Ao vê-lo sedado para evitar que se prejudicasse, senti como se a lâmina que antes raspava, agora tivesse cortado meu coração. Agradeci imediatamente aos enfermeiros por salvarem sua vida.

Depois, liguei para o meu pastor e pedi que orasse por Dustin. Ele garantiu que a igreja inteira iniciaria uma vigília de orações. Passei o resto da noite em oração com eles, pedindo a Deus que interviesse.

No dia seguinte, saí para comer algo melhor que um salgado de máquina e aproveitei para explicar calmamente à minha mãe sobre minha viagem repentina, pedindo também suas orações. Ela me disse:

— Fique quanto tempo for necessário para ajudá-lo... ele é alguém que amamos e é muito valioso para nosso Deus, que ouve todas as orações e logo nos dará a vitória, minha filha.

Senti-me renovada após a conversa e, ao terminar meu café, caminhei tranquilamente até o quarto, apenas para encontrar a cama vazia, o que me fez entrar em pânico imediatamente.

— Meu Deus, para onde ele foi? Não posso acreditar... — agachei-me, mãos no rosto, aterrorizada, até sentir um toque no ombro e soltar um gritinho, assustada, até vê-lo.

Dustin estava vestido com roupas comuns, sem o jaleco do hospital, e tinha os cabelos molhados ao lado de um médico e alguns enfermeiros que me olhavam confusos, assim como ele, sem entender meu susto.

— Dustin! — levantei-me e o abracei fortemente de olhos fechados — Você está aqui.

— Nikki, como você...

— Por favor, só me escute... — pedi, sem soltá-lo — Não faço ideia do que você passou ou como sofreu por tanto tempo até hoje. Mas te conheço desde crianças e sei da sua força, inteligência e coração. Você nunca esteve sozinho, mesmo quando se afastou de todos. Deus esteve com você, sua equipe também, e eu estou aqui por você. Por favor, Dustin, você não pode desistir agora.

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