❄︎ 15

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Valentina Foster

Acordo antes das 6h da manhã... Me arrumo da maneira que posso — ou seja, mancando. A dor vinha sempre que tentava dobrar o joelho; isso estava me tirando do sério.

Minha ressonância magnética está marcada para as 8h30 da manhã. Não gostaria de me atrasar... Ou melhor, estava curiosa demais para saber se precisaria ficar sem patinar para sempre ou para quase sempre.

De qualquer forma, seria uma tortura ficar longe da pista. A patinação é minha vida! O que eu seria sem ela?!

Liz já está de pé, vestindo o moletom do time de hockey da Ice Blade. Seu sobrenome, "LOCKWOOD", está escrito em letras maiúsculas nas costas, junto com o número 22.

Hoje iniciaria o Campeonato de Primavera de Hockey. A lembrança de Ivan me fazendo prometer de mindinho que iria assisti-lo me vem à cabeça...

O que aconteceria se eu não fosse? Não é como se eu fosse obrigada a ir... Na verdade, não sou obrigada a nada, muito menos a qualquer coisa que o envolva!

No entanto, quando penso em como ele sorriria convencido, em como seus olhos verdes brilhariam de satisfação ao me ver...

Talvez, apenas talvez, eu deseje ir ao jogo...

— Bom dia, Liz — digo com um breve sorriso enquanto me sento em sua cama.

Ela estava de frente para o espelho do nosso quarto, tentando amarrar seus cabelos em um coque de maneira bruta. No entanto, sua franja a atrapalhava no processo, caindo em seu rosto.

— Oi — murmura ela, impaciente — Essa droga de cabelo...

Liz facilmente se estressava. Contenho o riso enquanto me aproximo dela, que percebe minha dificuldade em andar devido ao incômodo em meu joelho.

— Você está sentindo dor? — seus olhos me fitam — Vou ligar para Ivan, ele disse para...

Rapidamente, seguro o seu pulso, que se dirigia ao celular em cima da cômoda. Ela não poderia simplesmente ligar para ele assim, era exigir demais!

Ele já tinha gastado todo seu tempo comigo ontem; hoje, ele tinha um jogo para se preocupar.

— O quê?! — pergunto confusa. — Eu estou bem!

Liz encolhe os ombros. Eu solto o seu pulso e ela se vira para o espelho novamente.

— Ele me disse para avisá-lo, caso você sentisse dor... — ela explica, envergonhada.

Reviro os olhos. Me convenço de que era apenas mais uma de suas intromissões — e, em hipótese alguma, seria uma demonstração de afeto.

— Não dê ouvidos a ele — digo, pegando a escova de cabelos. — Precisa de ajuda?

— Sim, por favor... — Liz assente, freneticamente.

Penteio seus cabelos com cuidado, tirando os nós e embaraços. Eles eram tão loiros quanto os de Ivan. Seria a mãe ou o pai que lhes dera essa genética?

Inicio uma trança desde a raiz até o fim de seu cabelo; desse modo, ele não atrapalharia quando ela fosse usar o capacete de hockey.

GLACIAL HEARTS ❄︎ TINA & IVANOnde histórias criam vida. Descubra agora